SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma estudante foi esfaqueada por um colega na sala de aula, nesta terça-feira (22), no Colégio Floresta, na zona leste de São Paulo. Um garoto que tentou protegê-la também foi ferido. O aluno suspeito de cometer o ataque disse que sofria bullying, segundo a polícia.

A estudante foi golpeada ao menos dez vezes e teve o pulmão perfurado, de acordo com a polícia. Ela foi levada para o hospital municipal de Ermelino de Matarazzo e passava bem.

O garoto que tentou protegê-la foi levado à delegacia, acompanhada pela mãe, com um curativo no local do ferimento, para prestar depoimento.

O ataque ocorreu na sala de aula, por volta das 11h20. Como era a faixa de horário de troca de aula, não havia professor no local. A Polícia Militar foi acionada em seguida.

Segundo a polícia, após o episódio, o aluno suspeito de ferir os colegas com uma faca de cozinha foi encontrado na quadra da escola. Ele foi levado ao 24º Distrito Policial, da Ponte Rasa, acompanhado pelos responsáveis.

De acordo com o tenente da PM Fernando Grisi, o aluno suspeito disse que sofria bullying da colega.

As aulas do colégio foram suspensas para a realização de perícia no local. A rua onde fica a escola chegou a ser interditada, mas por volta das 13h foi liberada.

DIRETORA NEGA BULLYING

A diretora do colégio, Elotisa Maria Otavia Garcia, disse à reportagem que a situação deixou todos os professores da escola surpresos e negou que o aluno suspeito fosse vítima de bullying pelos colegas, como teria sido afirmado por ele à polícia.

"Temos uma equipe de apoio no colégio com psicólogas que orientam e fazem trabalho com os alunos. Em nenhum momento nossa psicóloga percebeu qualquer dificuldade desse aluno", afirmou ela.

"Em nenhum momento, nem ele nem ela nos procuraram para falar. Não temos problemas de disciplina, os alunos são educados, e as famílias são presentes. Para nós, foi uma surpresa muito grande", acrescentou a diretora. Com a ajuda de um professor da escola, ela levou a aluna ferida ao hospital.

A educadora disse que, após o ocorrido, os professores ficaram supervisionando grupos de alunos para que nenhum ficasse sozinho. Logo depois, os responsáveis dos alunos foram informados sobre o ocorrido para buscá-los.

A advogada da escola, Luciana Gaston Schwab, afirmou que, quando o garoto foi abordado pelos policiais, estava tranquilo, apesar de assustado. "Não sabemos se ele teve um surto ou se tinha consciência [do que fez]. Uma avaliação será necessária para analisar o ocorrido."

Apesar de a ocorrência ter acontecido em uma escola particular, a assessoria de imprensa da Diretoria de Ensino Leste 1, da Secretaria da Educação do Estado, afirmou por telefone acompanhar o caso e que, eventuais medidas, não especificadas, podem ser tomadas assim que as circunstâncias forem esclarecidas pela polícia.

A SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) não havia se manifestado sobre o caso até a publicação deste texto.

Também não havia informações na delegacia se o aluno suspeito de cometer o ataque tinha defesa constituída.