BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - Os quatro acusados do assassinato da mulher trans Emanuelle Muniz, 21, crime ocorrido há quatro anos em Anápolis (GO), foram condenados a penas de até 35 anos de cadeia pelo Tribunal do Júri. Emanuelle foi morta a golpes de amortecedor de automóvel, pedradas, e teve o corpo jogado em um lixão da cidade.

Ela foi morta em 26 de fevereiro de 2017 depois de sair de uma casa de festas no bairro Jundiaí. Segundo informações da Polícia Civil, neste momento os quatro acusados ofereceram carona para ela. Emanuelle foi roubada e estuprada. A sentença foi proferida no fim da noite de terça-feira (20).

Ao descobrirem que Emanuelle era trans, decidiram matá-la, conforme apontaram as investigações. Os condenados são Daniel Lopes Caetano e Reinivan Moisés de Oliveira, ambos com 20 anos à época do crime, Márcio Machado Nunes, de 18, e Sérgio Cesário Neto, de 21. Os quatro já estavam presos desde 2 de maio de 2017, depois de denúncias anônimas.

Márcio Machado Nunes, foi condenado a 35 anos de prisão. Sérgio Cesário Neto, a 34 anos. Daniel Lopes e Reinivan Moisés receberam penas de 26 anos. As condenações foram por estupro, homicídio e roubo.

As penas envolveram ainda tentativa de homicídio de uma possível testemunha, um homem que passava pelo local do crime. Os quatro o agrediram e o deixaram próximo ao corpo de Emanuelle, acreditando que estava morto. A vítima, porém, se recuperou.

A sentença cita que Emanuelle foi levada para um lixão que fica às margens da BR-060 e arrastada para fora do carro pelos cabelos. "Assim, após os atos sexuais, todos passaram a agredi-la com um amortecedor que estava no porta-malas do automóvel". Neste momento Emanuelle disse que tinha R$ 3 mil em casa e que poderiam ficar com o dinheiro.

"Todavia, motivados pela torpeza, é dizer, pelo ódio por terem descoberto que ela era do sexo masculino, e terem praticado aqueles atos de conotação física e, para não serem reconhecidos, decidiram matá-la, sem dar-lhe qualquer chance de defesa (...)", diz a sentença.

A reportagem não conseguiu contato com a mãe de Emanuelle, Edna Gomes, e com os responsáveis pela defesa dos quatro condenados.