SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O frio de 13°C da noite desta sexta-feira (13) ajudou a reforçar a necessidade de isolamento social, deixando pontos clássicos da boêmia da região central e adjacências da capital paulista praticamente desertos. Porém, algumas exceções ocorreram, nas quais centenas de pessoas se aglomeraram, sem máscaras.

As ruas Frederico Abranches, Doutor Cesário Mota Júnior e Canuto do Val, pontos clássicos de aglomeração de frequentadores da noite paulistana, estavam praticamente se movimento. Mas a rua Maria Antônia, na mesma região, concentrava dezenas de pessoas sem máscara de proteção, aglomeradas e em frente a um bar.

Majoritariamente jovens, parte deles estava literalmente na rua, conversando, próximos uns aos outros, em uma descontração semelhante a de tempos pré-pandemia. Perto deles também estavam alguns ambulantes, como um vendedor de milho, que não se identificou. "O movimento caiu muito desde o início da pandemia. Mas faz uns dois meses que tá voltando, mas ainda tá tímido", disse.

Outro bar, na rua Bento Freitas, também aglomerava dezenas de pessoas, todas sem máscara, por volta das 22h. O local, porém, contrastava com o entorno, sem nenhuma pessoa, com a exceção de um boteco vizinho, onde poucos clientes estavam, porém também sem máscara.

Uma atendente do comércio comentou que o movimento ficou "menos ruim" há cerca de dois meses. "Mas o que está girando [de dinheiro] é só para fechar as contas no fim do mês", acrescentou.

A reportagem circulou de carro sem dificuldade, por cerca de dez minutos, pelas principais vias da região central, todas vazias, até que três grandes aglomerações chamaram a atenção na rua Dom José de Barros, no centro histórico.

As pessoas concentradas na rua dançavam ao som de samba, música étnica e também eletrônica, cada gênero tocado em três pontos isolados da via, nos quais havia centenas de pessoas. Em comum apenas a falta da máscara de proteção.

Além dos frequentadores, nesta rua havia um número maior de ambulantes, a maioria de bebidas alcoólicas. Alguns vendiam alimentos como milho cozido e espetinhos na brasa.

Em nenhum momento a reportagem constatou a presença de fiscalização para o cumprimento de medidas sanitárias de prevenção à Covid-19.

A cerca de sete quilômetros de distância, na esquina das ruas Mourato Coelho e Inácio Pereira da Rocha, já no início da madrugada deste sábado (14), dezenas de pessoas se aglomeravam em frente a dois bares de esquina, já fechados, tomando parte do asfalto na Vila Maladela, na zona oeste.

Em Santana, na zona norte, as ruas estavam vazias, com poucas pessoas caminhando pelas calçadas. Os comércios, incluindo bares, também já estavam fechados, por volta da 1h deste sábado.

Até esta sexta-feira (13), o estado de São Paulo havia registrado 142.199 mortes decorrentes da Covid-19, assim como 3.847,002 casos positivos da doença. Estavam internadas 4.434 pessoas em leitos de terapia intensiva e outras 4.351 em enfermarias.

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