SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Assim como ocorreu com o movimento Black Lives Matter, nos Estados Unidos -a partir do qual artistas como Kanye West e Beyoncé laçaram músicas contra o racismo-, a guerra na Ucrânia já tem inspirado canções e outras manifestações artísticas que tentam responder ao conflito.

Concentrando as críticas principalmente sobre a Rússia, que iniciou uma invasão contra a Ucrânia em 24 de fevereiro após longa tensão com o Ocidente, a classe artística é uma das que tem mais se manifestado. Enquanto alguns artistas postam notas de repúdio contra Vladimir Putin e suas tropas, outros incorporam o conflito para fazer obras de protesto.

Esse é o caso do rapper russo Morgenshtern, um dos maiores nomes do gênero musical em seu país. Ele lançou uma mensagem contra a guerra como parte da música "12", seu mais recente lançamento. No clipe da canção, o artista inseriu uma mensagem da mãe da produtora ucraniana contando como o povo do país tem vivido em meio à guerra, sob abrigos contra bombardeios.

A banda escocesa Belle and Sebastian também usou uma música para expressão apoio ao povo ucraniano. O grupo lançou na semana passado a canção "If They're Shooting at You" --ou "Se Eles Estivessem Atirando em Você", em tradução livre- junto com uma campanha beneficente para arrecadar fundos que serão doados à Cruz Vermelha em prol do acolhimento dos refugiados da guerra.

O clipe da música possui imagens da guerra na Ucrânia e termina com uma mensagem escrita pela banda: "Somos solidários ao povo ucraniano, nós saudamos sua coragem e desejamos que essa guerra acabe o mais cedo possível. Somos todos ucranianos".

No campo das artes plásticas, o artista francês JR, ou Jean Renné, fez uma espécie de performance que estampou a capa da revista Time. A obra consiste numa grande foto impressa representando a menina ucraniana Valeriia, uma criança refugiada, que foi desenrolada por mais de cem pessoas na praça da Ópera Nacional de Lviv.

A imagem ilustra a força e a resistência do povo ucraniano diante da invasão russa, tema da reportagem principal daquela edição da revista. "Essa pequena menina é o futuro e, nessa guerra, ela nos lembra por que os ucranianos estão lutando", disse o artista parisiense sobre a obra em sua conta do Instagram.