SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O deputado estadual e pré-candidato ao Governo de SP Arthur do Val (Podemos), o Mamãe Falei, publicou na noite desta quinta (3) uma foto em que aparece sentado ao lado de dezenas de garrafas de vidro supostamente destinadas à produção de coquetéis molotov. Segundo o parlamentar, o registro foi feito na Ucrânia.

"Nunca imaginei que um dia nessa vida ainda faria coquetéis molotov para o Exército ucraniano", escreveu Arthur do Val na legenda da fotografia.

O deputado viajou à Europa ao lado de Renan Santos, um dos dirigentes do MBL (Movimento Brasil Livre), para acompanhar o conflito. Em seu perfil nas redes sociais, Renan também publicou uma foto ao lado de garrafas de vidro acompanhada da inscrição "molotove-se".

Os dois líderes do MBL decidiram ir à Ucrânia em movimento de contraposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL), reforçando as discussões sobre a guerra no debate eleitoral brasileiro.

Ambos são apoiadores do projeto presidencial de Sergio Moro (Podemos) e críticos de Bolsonaro. No caso da invasão russa à Ucrânia, também atacam a postura de neutralidade do presidente sobre o assunto.

Nesta semana, Arthur do Val disse ter arrecadado R$ 180 mil para ajudar o país na guerra contra a Rússia. O montante foi angariado durante uma live feita na segunda (1º), em seu canal no YouTube.

Parte do dinheiro seria destinada para a compra de alimentos e suprimentos. Outra parte, segundo Mamãe Falei, seria transferida para a conta oficial do Exército da Ucrânia. "Depois nós vamos mostrar um balanço com todos os comprovantes [das doações]", disse ele à reportagem.

O encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, disse nesta quinta-feira que mais de cem brasileiros já se ofereceram para lutar contra a Rússia.

​Tkach não informou se algum destes brasileiros irá ou já está na Ucrânia para participar da guerra. O diplomata disse que apenas pessoas com experiência em combates serão selecionadas.

"A inscrição [para participar dos combates] se realiza lá na Ucrânia. Para aplicar, ser escolhido, [são] pessoas com experiência", afirmou Tkach à imprensa. "São mais de 100 [brasileiros que se ofereceram]. Não podemos responder a todos", disse ainda.

Após a guerra entre Rússia e Ucrânia ser deflagrada, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pediu resistência e orientou as pessoas a usarem coquetéis molotov ​contra invasores.