<p>SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As vendas de veículos leves e pesados seguem estáveis, apesar de todos os problemas enfrentados pela indústria automotiva em 2021.

</p><p>De acordo com dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) obtidos pela reportagem, foram emplacadas 175.143 unidades em abril. O número inclui carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões.

</p><p>Houve queda de 7,5% em relação a março, que teve três dias úteis a mais. Para Cassio Pagliarini, sócio da consultoria Bright, o número mais importante se refere às vendas diárias, que apresentaram melhora e comprovaram a estabilidade.

</p><p>Em abril, foram comercializados 8.757 veículos por dia, em média, na soma de leves e pesados. Em março, foram 8.234 automóveis/dia.

</p><p>No acumulado de 2021, a média nacional de licenciamentos diários é de 8.471 unidades.

</p><p>O mês passado começou em ritmo lento. As lojas fechadas em São Paulo e no Rio de Janeiro devido ao agravamento da pandemia de Covid-19 se refletiram nos dados da primeira quinzena, mas houve recuperação nas duas últimas semanas.

</p><p>Segundo Pagliarini, os resultados impactaram na participação do Sudeste no ranking nacional de emplacamentos. A fatia da região, que historicamente fica acima de 50%, caiu para 47,1% no mês passado.

</p><p>Em relação a abril de 2020, houve alta de 214,2% nos emplacamentos. A discrepância se deve ao momento vivido há um ano, quando as atividades foram interrompidas na maioria das capitais e as montadoras precisaram se adaptar a novos protocolos sanitários, o que levou ao fechamento das fábricas.

</p><p>No acumulado de 2021, o primeiro quadrimestre apresenta crescimento de 14,5% sobre igual período do ano passado.

</p><p>Saudosa dos tempos em que os emplacamentos ultrapassavam as 200 mil unidades por mês sem esforço, a Anfavea (associação das montadoras) considera que os números de abril são razoáveis.

</p><p>A entidade vai divulgar os resultados de produção nesta sexta-feira (7), quando deve voltar ao tema que mais a interessa no momento: vacinação.

</p><p>A associação tem defendido que somente a imunização em massa será capaz de garantir a alta nas vendas e na produção de veículos ao longo do segundo semestre.

</p><p>Contudo, o maior problema para as montadoras continua sendo a logística de fornecimento. Há risco de novas paradas de produção nos próximos meses diante da falta de semicondutores, de acordo com Anfavea.

</p><p>As fabricantes que, apesar das interrupções, têm conseguido lidar melhor com a escassez apresentam resultados vultosos. É o caso da Fiat, que faz parte do grupo Stellantis.

</p><p>Segundo os dados da consultoria Bright, a marca de origem italiana viu sua participação de mercado crescer mês a mês. Em janeiro, abocanhou uma fatia de 19%. Em abril, essa participação chegou a 22,2%.

</p><p>A picape compacta Strada, cuja fila de espera chega a 150 dias por algumas versões, é o veículo mais vendido do país atualmente.

</p><p>Com 12,6 mil unidades emplacadas no último mês, o modelo respondeu por 7,7% do mercado, segundo Pagliarini.

</p><p>O consultor avalia que, por ser um projeto de origem nacional, a picape compacta da Fiat está sendo menos afetada pela falta de componentes importados.

</p><p>Com a produção paralisada em Gravataí (RS), o Chevrolet Onix, que foi o mais vendido nos últimos seis anos, tem caído no ranking de emplacamentos. A retomada plena das atividades deve ocorrer em julho.</p>