Anvisa pede que SP reavalie redução de prazo para reforço contra Covid
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sexta-feira, 03 de dezembro de 2021
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em resposta à Prefeitura de São Paulo, pede que a cidade reavalie a redução no intervalo entre a segunda dose e a dose de reforço das vacinas contra a Covid.
Nesta quinta-feira (2), o governo estadual paulista anunciou a diminuição de cinco para quatro meses no intervalo para a dose de reforço. Seguindo a nova medida, a prefeitura de São Paulo começou já nesta sexta (3) a aplicação das doses de reforço em pessoas com mais de 18 anos que tomaram a segunda dose há pelo menos quatro meses.
A Anvisa afirma não ter recebido nem avaliado dados que "sustentem o uso seguro e generalizado de doses de reforço no intervalo de 4 (quatro) meses para todas as vacinas autorizadas e em uso no Brasil".
Na mesma linha, especialistas afirmam que não há dados que embasem a decisão do governo de São Paulo, tomada em meio aos registros do primeiros casos da variante ômicron, potencialmente mais transmissível e com maior risco de reinfecção, em comparação a cepas anteriormente identificadas.
Os primeiros casos da nova variante no Brasil, inclusive, foram registrados em São Paulo, em pessoas vindas da África do Sul, país onde a cepa foi descoberta.
Segundo a agência, até o momento não se sabe "se os benefícios superam os riscos para o uso de reforço no intervalo de quatro meses".
Além disso, a Anvisa, em nota, também aponta a prerrogativa do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde como orientador das campanhas de vacinação no país e que se deve evitar assimetrias no acesso à imunização.
A agência afirma ainda ter recomendado ao Ministério da Saúde um novo programa para monitoramento e farmacovigilância de vacinas usadas em regimes que não constam nas bulas.
Somente a vacina da Pfizer tem em sua bula, após aprovação da Anvisa, uma dose de reforço. A aprovação é para a vacinação homóloga (aplicação em pessoas que já receberam as duas doses iniciais do imunizante da farmacêutica).
Está em curso a análise sobre inclusão de doses de reforço nas bulas das vacinas da AstraZeneca e da Janssen. O Instituto Butantan não solicitou análise sobre a aplicação de uma dose de reforço da Coronavac.
Além disso, a diretoria colegiada da Anvisa aprovou a orientação de que a dose de reforço da vacinação da Covid seja preferencialmente aplicada com modelo igual ao usado no ciclo básico nos casos da Pfizer, Janssen e AstraZeneca.