SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O AliExpress, ecommerce da gigante Alibaba, aposta no Dia dos Solteiros chinês, em 11 de novembro, para competir com varejistas eletrônicas que já anunciam ofertas para a Black Friday no Brasil.

A empresa deve fretar seis aviões exclusivos para o transporte de mercadorias ao país e anunciou frete gratuito a "muitos produtos" com entrega em até sete dias.

Ao falar com jornalistas nesta terça (9) sobre a expectativa para a data, Yan Di, representante do AliExpress no Brasil, alfinetou a concorrência ao anunciar que seus fretes independem de assinatura.

"Alguns amiguinhos no mercado garantem essa entrega, mas com assinatura, que é cara. A gente garante isso sem custo extra", disse.

Antes, ele havia comparado a participação de mercado do AliExpress, de 32%, com a da americana Amazon, de 16%, segundo a consultoria Conversion.

Yan Di afirmou que os produtos sairão da China e chegarão em aeroportos brasileiros em até sete dias. A cada semana, a companhia freta 80 voos no mundo para clientes de 220 países.

Uma das mudanças em relação a edições passadas do evento é que agora brasileiros também poderão vender na plataforma. Desde agosto, a empresa abriu o marketplace para vendedores nacionais, o que também deve facilitar as devoluções de compras, segundo Yan Di.

As transferências poderão ser realizadas via Pix.

O executivo não falou sobre a abertura de centros de distribuição de ecommerce no Brasil, que eclodiram nos últimos dois anos. Também afirmou que a empresa não comenta especulações ao ser questionado sobre possível interesse do Alibaba na compra dos Correios.

Limitou-se a dizer que está "adorando a cooperação" com a estatal.

Segundo ele, o evento é oito vezes maior que a Black Friday e, somente no ano passado, superou em mais de quatro vezes o faturamento gerado no ecommerce brasileiro durante todo o ano. A última edição movimentou US$ 74,1 bilhões (R$ 407 bilhões) no mundo.

Entre as grandes marcas chinesas, a Xiaomi, de celulares, terá produtos com descontos durante o dia 11. Como na China, a empresa vai promover a data por meio de shows de celebridades, cujos nomes ainda não foram divulgados.

O evento deste ano está ancorado em um discurso de sustentabilidade e inclusão, indo ao encontro da defesa da busca da "prosperidade comum" defendida por Pequim e da campanha de fiscalização do governo sobre as maiores empresas da China, incluindo o Alibaba.

A empresa anunciou em setembro que irá investir 100 bilhões de iuans (US$ 16 bilhões) até 2025 em apoio à prosperidade comum.