SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) demonstrou preocupação com as condições de operação da usina nuclear ucraniana Zaporíjia, após a Rússia assumir o controle do local.

A AIEA afirmou, neste domingo (6), que os níveis de radiação no local estão normais e que a usina opera regularmente.

Por outro lado, disse que conversas com os funcionários levantaram preocupações acerca do cumprimento dos chamados "sete pilares" fundamentais da segurança nuclear.

Os funcionários relataram à agência que agora eles respondem à Rússia, não mais aos ucranianos, e que todas as ações precisam de aprovação prévia do comando russo.

No entendimento do diretor geral da agência, Rafael Grossi, o fato pode colocar em risco o terceiro pilar fundamental, que determina que os funcionários devem poder "tomar decisões livres de qualquer pressão".

Também foi reportado à agência que os russos cortaram algumas linhas de comunicação e pontos de internet, o que pode afetar o sétimo pilar: "É necessário haver comunicação confiável com a [autoridade] reguladora e outros".

Ainda segundo a AIEA, os funcionários disseram que as equipes operacionais estão se revezando em três turnos, como determinam as diretrizes, mas que já há relatos de falta de suprimentos e comida.

Os russos tomaram Zaporíjia, que é a maior usina nuclear da Europa, na última sexta-feira (4), após uma operação que chegou a ter troca de tiros, explosões e um incêndio nas instalações.