SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No primeiro pregão após a indicação do economista Adriano Pires para substituir o general Joaquim Silva e Luna no comando da Petrobras, as ações preferenciais da companhia apresentavam valorização de 1,55% às 14h30 desta terça-feira (29). O viés positivo sinalizava expectativa do mercado de que Pires não promoverá mudanças radicais na política de preços dos combustívies.

A recuperação da Petrobras resistia até mesmo à queda de 3,05% do barril do petróleo Brent, cotado a US$ 109,05 (R$ 522,33) nesta terça. Clique aqui para ler a cobertura completa do mercado.

Nesta segunda-feira (28), Silva e Luna foi demitido após uma série de desgastes com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão do mega-aumento dos preços nos combustíveis promovido pela empresa.

Na véspera, as ações da Petrobras recuaram 2,17%. O resultado, porém, refletiu principalmente a queda do preço do petróleo. O barril do Brent tombou 6,77%, chegando a cair cerca de 10% durante o dia.

Um lockdown em Xangai devido ao avanço da Covid-19 na China e novas conversas entre Rússia e Ucrânia criaram a atmosfera para a desvalorização da matéria-prima devido a preocupações sobre redução de demanda por paralisações nas cadeias de suprimentos em um cenário de aumento da oferta russa em caso de um cessar-fogo.

A notícia sobre a troca no comando da Petrobras chegou apenas no final do pregão, provocando um imediato mergulho de 1,6% no preço das ações mais negociadas da empresa. Isso poderia ter levado companhia a uma queda de 3,7% no dia. A recuperação, porém, foi imediata e proporcional à queda.

Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, avaliou que os desdobramentos relativamente tímidos para as ações da Petrobras após a demissão de Silva e Luna também resultam da antecipação do mercado, que já considerava a mudança há algumas semanas.