SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O advogado pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho foi eleito nesta quinta para a cadeira número 39 da Academia Brasileira de Letras, substituindo Marco Maciel, que foi vice-presidente da República nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso e morreu em junho.

Cavalcanti disputou a eleição com Ricardo Cavaliere, Godofredo de Oliveira Neto, Luiz Coronel, Camilo Martins e Leandro Gouveia. Era esperado que alguém do meio jurídico entrasse no lugar de Maciel, que também tinha formação em direito.

No último mês, houve várias eleições de pessoas notáveis para a Academia, incluindo a atriz Fernanda Montenegro, o músico Gilberto Gil e o médico Paulo Niemeyer Filho, reflexo de um ano em que as Sessões da Saudade, que declaravam vagas as cadeiras de acadêmicos, não foram realizadas devido à pandemia.

Chama atenção que nenhum dos eleitos na nova leva de acadêmicos é conhecido principalmente pela literatura, apesar de Cavalcanti ter 18 obras no currículo e ter sido premiado pela própria Academia e pelo Jabuti por seu "Fernando Pessoa: Uma Quase Autobiografia".

O pernambucano dirige um escritório de advocacia que leva seu nome, foi secretário-geral do Ministério da Justiça e ministro interino da Justiça no governo de José Sarney --ele também imortal da Academia.

Cavalcanti foi ainda presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, e do órgão hoje conhecido como Empresa Brasil de Comunicação, a EBC.