SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A rejeição a Jair Bolsonaro na eleição do ano que vem segue alta: não votariam de forma alguma no presidente 59% dos eleitores, o maior índice entre todos os nomes colocados na corrida eleitoral de 2022 até aqui.

O presidente segue, segundo a nova pesquisa do Datafolha, em segundo lugar na disputa, tendo em torno de 25% das intenções de voto, a depender do cenário simulado.

O instituto ouviu 3.667 eleitores em 190 cidades nos dias 13 a 15 de setembro, em um levantamento presencial que registra margem de erro de dois pontos percentuais.

Na pesquisa anterior, de julho, Bolsonaro marcava os mesmos 59% de rejeição, na linha geral de estagnação do cenário político apesar das turbulências.

Os dois nomes em quem o brasileiro diz não votar na sequência são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 38%, e o governador João Doria (PSDB-SP), com 37%. O petista oscilou para cima, de 37% no levantamento anterior, e Doria manteve a marca.

Lula lidera os levantamentos de intenção de voto do Datafolha, entre 42% e 44% a depender do cenário, estancando a subida que vinha registrando.

Abaixo do petista e de Bolsonaro na disputa ao Planalto vem Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nos cenários analisados, girando em torno de 10%. Ele tem uma rejeição de 30%, ante 31% há dois meses.

Um novato nas especulações eleitorais, o apresentador José Luiz Datena (PSL) aparece na sequência com 19% de rejeição.

É seguido nesse aspecto pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM, 23%, ante 18% em julho), o governador Eduardo Leite (PSDB-RS, 18%, 21% na pesquisa anterior) e um grupo de novos nomes.

São eles o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG, 17%), o ex-ministro Aldo Rebelo (sem partido, 15%), e os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE, 14%) e Simone Tebet (MDB-MS, 14%).

No cenário eleitoral em que todos os nomes abaixo de Doria na disputa são colocados, exceto Leite, considerando que o paulista será o candidato tucano, há um empate técnico nas intenções de voto -exceto no caso de Vieira, que não pontua.

O trabalho de rejeições é um dos principais na estratégia política. Examinando estratos, Bolsonaro é mais rejeitado por mulheres (64%), jovens (70%), pretos (67%), nordestinos (70%) e gays/bissexuais (79%). Já Lula tem mais rejeição entre quem ganha de 2 a 5 salários mínimos (46%), com ensino superior (46%), mais ricos (59%), brancos (45%) e evangélicos (47%).

Entre os nomes que buscam ser a terceira via entre os líderes da pesquisa, a ideia de herdar votos de Bolsonaro em 2018 é central para o plano. Não votariam de jeito nenhum no próprio presidente 26% daqueles que o apoiaram antes, 66% rejeitam Lula, 46%, Ciro, e 40%, Doria.