Editorial

Redescobrir a cidade, que hoje faz 87 anos

No atual contexto da nova variante do coronavírus, a Ômicron, é complicado ainda pensar em uma pós-pandemia. Mas em relação a dezembro do ano passado, em 2021 a vacina nos colocou em uma grande vantagem. Mesmo que ainda precisemos pensar na proteção à vida e à saúde, temos mais liberdade para sair de casa e abraçar pessoas que amamos.

Ciente de que o mundo pós-pandêmico ainda não é realidade, temos esperança que essa reconstrução do cotidiano aconteça em 2022, com os países mais pobres vacinados em massa e a ciência avançando no tratamento da Covid-19. Já temos algumas pistas do que virá. Sabe-se que mais pessoas vão trabalhar de casa, no home office, e o hábito de consumo ganhou força no ambiente virtual. Há um movimento também de famílias que estão decidindo viver fora das grandes cidades, preferindo as pequenas localidades e mesmo assim participando do mundo do trabalho urbano e da educação à distância. Tudo isso, por enquanto, são especulações.

O fato é que estamos melhores neste 10 de dezembro de 2021 do que estávamos na mesma data em 2020. E, se continuarmos neste ritmo de vacinação, mantendo os cuidados sanitários, no final do ano que vem estaremos ainda melhores e esperançosos.

Hoje, 10 de dezembro de 2021, quando Londrina faz 87 anos, a Folha de Londrina convida os moradores dessa terra a sair de casa (com máscaras, álcool em gel e guardando um distanciamento seguro das outras pessoas), para redescobrir a cidade que aos poucos começa novamente a se abrir.

museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020
museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha
Imagem ilustrativa da imagem Londrina 87 anos: três razões que vão fazer você querer desbravar a cidade
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

A sugestão é sair do lugar comum e desbravar belos espaços que guardam histórias, belezas naturais e tesouros urbanos. Para esta edição do aniversário de Londrina, a FOLHA foi em busca desses locais. Não foi preciso ir longe. As singularidades arquitetônicas de Londrina, consequência da admiração dos pioneiros pelo moderno, merecem um roteiro elaborado pela FOLHA.

As casas de madeira nas vilas antigas; os bairros jardins planejados pelo arquiteto e urbanista Prestes Maia, autor da primeira Lei de Zoneamento Urbano de Londrina; a arquitetura do mestre João Batista Vilanova Artigas no Centro Histórico, os vastos conjuntos habitacionais da Zona Norte, os subúrbios requintados da zona sul, o skyline da Gleba Palhano.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina 87 anos: três razões que vão fazer você querer desbravar a cidade
| Foto: Isaac Fontana
Imagem ilustrativa da imagem Londrina 87 anos: três razões que vão fazer você querer desbravar a cidade
| Foto: Isaac Fontana

As estradas de terra vermelha viraram vias para cicloturismo, caminhadas e trilhas. Na zona sul, bem pertinho dos condomínios horizontais, a cachoeira do Tatu atrai atenção de famílias e grupos de amigos. E naquela região, a Pedreira do Cafezal, é ponto de escalada para adeptos do esporte. Os museus da cidade, que guardam histórias e obras de arte são outro roteiro interessante.

Se em 10 de dezembro de 2020, a Folha levou os cidadãos a refletirem sobre as mudanças que a pandemia imprimiu em suas vidas, este Especial Transmídia 87 anos de Londrina convida para redescobrir os encantos que a cidade guarda. A capa comemorativa da edição impressa é do artista plástico Cássio Onohara, uma obra prima para ser guardada, um presente para lembrar os filhos dessa terra que Londrina abraça a sua história enquanto constrói seu futuro.

Feliz aniversário, Londrina!

ESPECIAL TRANSMÍDIA
Textos de Pedro Marconi, Lúcio Flávio Moura e Janaína Ávila; Fotos de Gustavo Carneiro

1. Londrina é a cidade do lazer, da natureza e do bem estar

Além dos pontos tradicionais, cidade oferece locais ao ar livre para as famílias e praticantes do esporte, mostrando sua grandeza e inúmeras possibilidades de aproveitar suas belezas

Pedro Marconi - Reportagem local

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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No contraste entre cidade grande e ares interioranos, Londrina guarda tesouros naturais e lugares privilegiados ao ar livre. São opções que para muitas pessoas estão longe dos olhos, mas que na realidade estão mais perto do que se pensa, fugindo dos pontos tradicionais. É uma cidade que chega aos 87 anos repleta de paisagens deslumbrantes e que ainda oferecem lazer e bem estar. No final da rua José Roque Salton, na região sul, que está um desses cenários de encher os olhos e a alma.

Ao lado de grandes construções, condomínios, comércios, shopping e universidade, uma mata continua forte e resiste ao avanço da cidade. A placa na entrada já indica o que o visitante irá encontrar: Cachoeira do Tatu. Os passos pela primeira trilha que desponta funcionam como uma espécie de “transporte para outra dimensão". O barulho de carros e obras “desaparecem” e o que toma conta são os sons dos grilos e dos pássaros. É um caminho que tem cheiro de natureza e de calmaria.

Entre os cipós que ocupam trilha e os troncos caídos, um horizonte desponta. A queda d’água impressiona e refresca. As gotículas de água deixam o ar leve. São amigos e famílias que desbravam a mata e se divertem. É a Londrina que cuida dos seus e oferece um pequeno oásis no meio das pedras da vida e da cidade.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina 87 anos: três razões que vão fazer você querer desbravar a cidade
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

O produtor musical Luciano Galbiati teve o primeiro contato com a cachoeira na época de faculdade, em 1994. “Fui umas duas vezes. Chamávamos de cachoeira do Catuaí”, relembra. Na época, o shopping era o que delimitava a zona sul. Vinte e sete anos depois, Galbiati voltou ao local, dessa vez acompanhado da família. Foram as filhas que o incentivaram a reencontrar a cachoeira.

“Vi uma matéria falando que cuidaram da trilha para receber mais pessoas. Interessei-me e fiquei antenado. Nessa pandemia, minhas filhas – Laura e Luiza, de 10 e 16 anos, respectivamente – ficaram em casa durante todo o tempo. Mais recentemente elas começaram a pedir para sair e queriam uma cachoeira. Pesquisaram no Google sobre a Cachoeira do Tatu e viram até o horário com pico de movimento”, conta.

Impulsionado pela vontade das filhas, foi junto com elas e a esposa, Gisele Mendonça, até a mata. O passeio foi sem expectativa, mas esse sentimento mudou rápido. “Fomos no domingo. Na hora que entra na trilha e se depara com a cachoeira, parece que está em outro lugar. Às vezes temos belezas no quintal de casa e não sabemos. Curtimos demais, encaramos a trilha, de descida íngreme. Ficamos umas duas horas lá, as meninas entraram embaixo da cachoeira. Fiquei impressionado”, comenta.

Londrina de terra e de pedalada

Nos trajetos que levaram e trouxeram o progresso para a ainda jovem Londrina, terra e pedra se transformam em esporte e até terapia. No movimento dos pés que produz a pedalada, a bicicleta percorre estradas e a história. Se no urbano o ciclismo ainda é um desafio e cobra por estrutura, no rural os caminhos longos e muitas vezes inóspitos apresentam uma cidade a ser desbravada.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Em todas as regiões, uma estrada rural serve como ponto de encontro de ciclistas. Na zona leste, por exemplo, a estrada dos Pioneiros leva até Ibiporã e revela o quanto o município cresceu na nova “menina dos olhos” do mercado imobiliário. Na zona norte, uma das estradas liga até o distrito da Warta. Na região sul os trajetos são variados: Patrimônio Espírito Santo, distritos de Irerê e Paiquerê. A prática do esporte ganha o reforço de trilhas, cachoeiras e belos cenários.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Quem já passou por muitas dessas estradas foi a analista de licitação Patricia Oliveira. A londrinense começou a pedalar há cerca de cinco anos. A vontade partiu da ideia ter um contato maior com a natureza, ao mesmo tempo que lutava contra a depressão e buscava mais qualidade de vida. Na zona rural encontrou isso e muito mais. “Faço cicloturismo. Tem crescido muito. Estamos implantando o circuito pé vermelho de cicloturismo, que vai unir belezas naturais, gastronomia, aventura e fomentar o turismo”, destaca.

Patricia Oliveira começou o cicloturismo para combater a depressão e conseguiu ir além
Patricia Oliveira começou o cicloturismo para combater a depressão e conseguiu ir além | Foto: Arquivo pessoal
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| Foto: Arquivo pessoal

O circuito deverá contar com cerca de 385 quilômetros de percurso que também vai contemplar cidades da região. É a Londrina que abraça todos e reforça seu papel de referência. “Tem um lugar que chamam de Morro do Periquito, na região leste, que é arborizado, lindíssimo. Parece que estamos nas serras”, cita Oliveira, que pedala em grupos de amigos e, principalmente, aos fins de semana.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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“Fico muito orgulhosa de morar num lugar bonito como Londrina. É triste que muitas pessoas ainda não conhecem (as belezas), não valorizam, não cuidam. Fico feliz de ter saúde e desfrutar disso. É qualidade de vida. Nossa região é tão rica, tem tudo e sem pagar nada. O ciclismo não é um esporte barato, mas os benefícios a médio e longo prazo são muitos bons: saúde, desenvolvimento, consciência ambiental, vai num lugar que está preservado”, elenca a analista, que faz questão de reforçar sua origem pé vermelho.


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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Paredão de pedras: aventura e lazer

O pequeno caminho às margens da estrada de terra leva até paredões gigantes. A Pedreira do Cafezal fica na baixada do Ribeirão Cafezal e a menos de 20 minutos do centro, nos fundos de um dos principais bairros da região sul de Londrina. Na década de 1990, um movimento originado na Câmara quis transformar o espaço num palco de artes, a exemplo da Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, porém, a ideia não prosperou.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Décadas depois, a pedreira continua sem uma finalidade diante do poder público, mas como um destino certo de quem busca atividades verticais e caminhadas. A trinca de pedreiras desativadas ocupa um espaço de cerca de três mil metros quadrados, rodeado de área verde. “A pedreira é um ótimo espaço para quem pratica escalada em Londrina. É dentro da cidade, fácil localização, consegue estacionar o veículo. É um espaço de treino para todos os níveis de escalada. Dos mais iniciantes aos avançados.”


A fala é de alguém com propriedade no assunto. A fotógrafa Janaina de Oliveira Castro escala há cinco anos e um dos locais que mais utiliza é justamente a Pedreira do Cafezal. “Costuma ser um ambiente tranquilo. Alívio do estresse do dia a dia, da correria, além do contato com a natura. É um lugar menos barulhento, gostoso, tem contato com espécies de aves. É uma área de lazer bem utilizada”, valoriza.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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É tão bem utilizada que ciclistas, motociclistas, praticantes de rapel e de rali também ocupam a pedreira e seu entorno. É a Londrina de todos os esportes e atividades. Apesar do carinho de boa parte da população com o espaço ao ar livre, e que também serve para sessões fotográficas, ele precisa de um olhar de atenção. “Tem sido bem recorrente o problema de despejo irregular de lixo. Tem uma trilha e um córrego ao lado para chegar na pedreira e encontramos bastante lixo. Precisa de conscientização da população”, alerta.


Tudo em um só caminho

Quantas possibilidades uma mesma localidade pode oferecer? A região da Estrada do Limoeiro oferta diversas. O percurso atrás da pista do aeroporto Governador José Richa é um pedaço da Londrina rural, natural e de valores humanos e históricos. Na definição de Deise Lima e Silva, o Limoeiro é um “organismo vivo”, com atrativos que existem há décadas.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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“A gente do Limoeiro é hospitaleira, trabalhadora. A região tem muitos produtores, pessoas certificadas, organizadas. É um lugar com potencialidade maravilhosa. Além da topografia, tem o Vale do Tibagi”, frisa a coordenadora do projeto Caminhos do Limoeiro.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Além de rota para ciclistas, o Limoeiro dispõe de itinerários para caminhadas, trilhas, restaurantes, pousadas, local para eventos, feiras. Gastronomia com requintes rurais, preservação do meio ambiente e apreciação das belezas naturais em uma mesma área. “O Limoeiro tem oferta de produtos, serviços de qualidade, como pousadas maravilhosas para passar o final de semana num lugar aprazível, com custo acessível. Muitas vezes saímos de Londrina para descansar, ter contato com a natureza, e temos isso aqui, a cerca de 10, 15 quilômetros da cabeceira do aeroporto.”

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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O projeto Caminhos do Limoeiro pretende potencializar ainda mais esses aspectos, desenvolvendo o turismo rural, conservando o meio ambiente e dando oportunidade de emprego e renda. É a Londrina que guarda sua essência, mas olha para o futuro.

Prova das inúmeras oportunidades que podem ser encontradas no lugar é a Vila da Nata, recém-inaugurada. São vários quiosques de produtores locais e num visual temático e para todos os públicos e gostos. “No Limoeiro também temos parreirais maravilhosas, com produtos in natura, excelentes, artesanais de alta qualidade. Tem ainda embutidos de carneiro”, pontua.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: ARQUIVOS PESSOAIS

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A Londrina que sustenta as raízes no seu povo também pede investimento e cuidado. No Limoeiro, os produtores apontam para a necessidade de melhorias da estrada, roteirização dos pontos que podem ser visitados e mais visibilidade, atraindo mais turistas e apresentando um lado da cidade que ainda não é conhecido por todos. “Precisamos valorizar o que é nosso, que o londrinense se aproprie do que é dele, nossa cidade”, destaca Deise Lima e Silva.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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2. A ARQUITETURA QUE EXPRESSA NA PAISAGEM, A PAIXÃO DA CIDADE PELO MODERNO

Londrina é uma típica cidade brasileira surgida no século 20. Mas uma dose extra de ambição, combinado pelo fascínio do novo, geraram as singularidades arquitetônicas que a tornam única

Lúcio Flávio Moura - Especial para a Folha

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| Foto: Matheus Cenali

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O casario de madeira das vilas mais antigas, os bairros jardins que fizeram a fama de Prestes Maia, a arquitetura do mestre João Batista Vilanova Artigas no Centro Histórico, os vastos conjuntos habitacionais da Zona Norte, os subúrbios requintados da zona sul, o skyline da Gleba Palhano. A paisagem urbana de Londrina afinal tem uma identidade, um DNA que rege sua fulgurante trajetória de 87 anos? O corpo da aniversariante revela os traços que estão guardados também na sua alma?

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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“Além de ter uma origem urbana incomum no contexto das cidades brasileiras - que é a de ser planejada por uma empresa de capital privado, Londrina tem uma vocação de origem, a vocação do novo. E cresceu com muita rapidez. Ela surgiu como um grande acampamento de madeira, uma forma de se instalar abrigos de forma rápida, dada a abundância da matéria-prima, mas logo foi se transformando numa cidade de alvenaria e em poucas décadas já havia aderido ao concreto armado”, analisa a arquiteta Juliana Suzuki, graduada pela UEL e professora da Universidade Federal do Paraná.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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“O enriquecimento da cidade nas primeiras décadas acelerou sua expansão e logo se consolidou a imagem de um lugar moderno”, concorda o arquiteto Rovenir Bertola Duarte, professor da UEL. “Os engenheiros e arquitetos dos grandes centros que vinham trabalhar aqui eram estimulados a incorporar audácia e arrojo nos projetos, o que acabou fortalecendo esta ideia”.

Duarte lembra de uma frase do antropólogo franco belga Claude Lévi-Strauss (1908-2009), intelectual que viveu no Brasil nos anos 1930 para ajudar na instalação da Universidade de São Paulo e famoso por suas memórias de expedições aos sertões desbravados registradas na obra Tristes Trópicos. Ele classificou Londrina dos primeiros tempos como “a cidade que não queria envelhecer”, para muitos pensadores uma síntese da mentalidade que prevalece ainda na forma de cidade mais madura.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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“A verticalização é um marca que fala sobre Londrina, sobre este orgulho de ser uma cidade nova, pujante, mesmo que isso se traduza numa urbanização ruim, difícil de ser trabalhada”. Para ele, os edifícios construídos na área central entre as décadas de 1950 e 1970, formam um conjunto “maravilhoso, de ótima arquitetura, que pode nos caracterizar no futuro”.

Juliana concorda e classifica a introdução da arquitetura moderna como um marco na formação da paisagem urbana de Londrina, que teve a “sorte” de que os desenhos dos mestres tenham sido os preferidos pelo poder público e pela elite econômica, sobretudo os assinados por Artigas e seu sócio, Carlos Cascaldi.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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São deste período ícones da dupla: a antiga Estação Rodoviária (concluída em 1952), a primeira creche municipal, batizada de Casa da Criança (1955) - hoje sede da Secretaria Municipal de Cultura - o conjunto formado pelo edifício Autolon e pelo Cine Ouro Verde (1952), a residência do prefeito Milton Menezes (1952, em frente à entrada do Colégio Estadual Hugo Simas pela rua Prefeito Hugo Cabral) o vestiário do Londrina Country Club (1951) e o anexo da Santa Casa (1955). “São obras de valor inquestionável, manifestações muito especiais no processo de modernização das cidades brasileiras”, avalia a pesquisadora.

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museu de arte de londrina - fotos: gustavo carneiro - folha de londrina - 19/05/21
museu de arte de londrina - fotos: gustavo carneiro - folha de londrina - 19/05/21 | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
museu de arte de londrina - fotos: gustavo carneiro - folha de londrina - 19/05/21
museu de arte de londrina - fotos: gustavo carneiro - folha de londrina - 19/05/21 | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Para Eloísa Ribeiro Rodrigues, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UEL e vice-presidente do Compac (Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Londrina, a identidade urbanística de Londrina está na planta original da cidade, elaborada pelo engenheiro russo Alexandre Rasgulaeff, em 1932, uma malha ortogonal (com quadras idênticas de 100 metros em cada face), com uma elipse no ponto mais alto do espigão, tangenciado por uma avenida (a Catedral e as duas alamedas). “É uma configuração que define a ocupação do espaço, uma intenção de cidade, o núcleo que dá suporte às propriedades rurais que seriam as geradoras de riqueza e que foram instaladas ao longo das estradas rurais que faziam as conexões com outros núcleos”.

A paixão pelo moderno prosseguiu quando a cidade já se espalhava pelas colinas e vales que circundavam o pequeno núcleo saído da prancheta de Rasgulaeff. A vontade de ser uma cidade inovadora parecia estar no DNA de Londrina e na sua determinação em liderar uma vasta região agrícola fadada à prosperidade.

DocLondrina

O desejo foi se concretizando por iniciativas típicas das grandes cidades, trazendo nomes de projeção nacional para elaborar projetos essenciais de uma vida urbana que desafiava o provincianismo.

Além das notáveis intervenções de Artigas, a cidade pensou grande quando convocou Jaime Lerner para transformar a Avenida Paraná em Calçadão, quando convidou o paisagista Burle Marx para ajardinar a margem do Lago Igapó ou para escolher Oscar Niemeyer na concepção de um novo terminal rodoviário. “Londrina sempre pensou à frente do seu tempo e sempre teve muito cuidado com seus prédios e espaços públicos, com algumas ressalvas”, destaca Eloísa, referindo-se principalmente à execução apenas parcial das propostas de Marx e Niemeyer.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Entre as colaborações de grandes mestres do século XX na paisagem de Londrina, Eloísa destaca a chamada Lei 133, promulgada pelo prefeito Milton Menezes, em 1951, o primeiro plano de ocupação urbana, justamente no período mais efervescente do ciclo do café.

O plano teve consultoria de Francisco Prestes Maia, engenheiro e arquiteto que tinha sido prefeito da capital paulista entre 1938 e 1945. “Foi muito importante para a organização da cidade”. O primeiro fruto desta lei que disciplinou o crescimento vertiginoso de 70 anos atrás foi a adoção dos bairros jardins para novos loteamentos, cujo primeiro exemplo é o Jardim Shangrí-la, entre as avenidas Leste Oeste e Tiradentes. As ideias de Prestes Maia também foram fundamentais para outra marca da cidade, os fundos de vale preservados, símbolo da qualidade de vida que encanta os forasteiros. "Não importa se muitas vezes eles estão sofrendo alguma degradação, mas o rio que corre nele não está canalizado. Importa que o potencial como espaço público está lá, o elemento paisagístico está lá, tudo isso compondo a identidade urbanística, o que deve ser muito valorizado", defende Eloísa. "Uma cidade se constrói aos poucos, com pensamento a longo prazo, a partir de muito trabalho e muito investimento. Londrina é um bom exemplo disso".

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
Imagem ilustrativa da imagem Londrina 87 anos: três razões que vão fazer você querer desbravar a cidade
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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"LONDRINA TEM A PELE BEM ESPESSA PARA A IDADE QUE TEM”

Como alguém que viveu em Londrina tempo suficiente para conhecer sua paisagem e sua cultura a enxerga depois de 15 anos vivendo em outra cidade sem nunca mais retornar? Como alguém que conviveu por 10 anos nestas terras é capaz de descrevê-la? Proposta feita e aceita pela ex-docente da UEL e pesquisadora sobre patrimônio cultural, Zueleide Casagrande de Paula, doutora em História. Ela é natural de Campo Grande (MS) e vive em São Paulo, onde é artista plástica.

museu de arte de londrina - fotos: gustavo carneiro - folha de londrina - 19/05/21
museu de arte de londrina - fotos: gustavo carneiro - folha de londrina - 19/05/21 | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Zueleide Casagrande de Paula

A cidade de Londrina em seu construir e reconstruir foi acumulando camadas sobre camadas, poderia dizer que sua “pele” é bem espessa, pela pouca idade que tem. Sua camada mais visível está sustentada sobre as muitas outras que se acumularam ao longo do seu tempo histórico.

Nesta memória histórica estão “arquivados” na paisagem a vida passada da cidade, mas também os destroços que deixaram vestígios. A cidade vai acumulando memórias e lembranças coletivas que se manifestam na memória individual expressadas pela vivência e convivência humanas com as espacialidades e edificações urbanas, torna-se uma espécie de “ouroboros”, alimentando-se de si mesma e produzindo novas lembranças e memória.

Me deterei em um único aspecto, os seus edifícios singulares, ao meu olhar. Estes foram lhe dando leves marcas de identidade espacial e paisagística, sobretudo para a vivência daqueles que cá nasceram já nos primeiros anos do lugar, com seu tempo de existência a cidade tem a memória dessas pessoas acumuladas em suas ruas, praças, edificações, ou seja, tem acumulada toda uma vida nela vivida.

Nas lembranças desses londrinenses estão as primeiras estações rodoviárias, desde a estrutura de madeira simples até aquela circular que conhecemos em funcionamento hoje, cujo primeiro projeto foi uma proposta de Oscar Niemeyer. No caminho do fazer-se cidade havia outros arquitetos, vários outros, inicialmente aqueles das casas de madeira que marcavam a arquitetura do Centro da cidade, casas de madeira com divisões clássicas com varanda grande, sala de visitas, sala de jantar, uma única planta até escritório, quarto do casal, quarto dos filhos, quarto de costura, cozinha, despensa, garagem, e um terreno com jardim frontal, horta e as vezes um depósito fora da casa.

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museu de arte de londrina - fotos: gustavo carneiro - folha de londrina - 19/05/21 | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Essas plantas baixas de projetos residenciais para esses terrenos nos espaços da cidade compõem o acervo de documentos urbanos históricos do Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica, localizado no Centro de Letras Ciência e Humanidades da Universidade Estadual de Londrina. Este é apenas um dos exemplos das marcas e vestígios na memória do londrinense. A cidade está na sua construção identitária de paisagem e memória coletiva o que acabará por fazer e fortalecer a relação morador-cidade.

Na paisagem urbana encontramos a contribuição de outros arquitetos, mas cito João Batista Vilanova Artigas, posto que sua produção me é mais familiar, as lembranças que construí durante o tempo em que residi em Londrina, são muitas, mas as obras de Artigas me chamaram a atenção como historiadora da paisagem urbana. Este arquiteto responsável pela projeção do edifício que hoje responde por Museu de Arte de Londrina - em reforma aguardando a liberação de uma verba estadual para que sua estrutura venha a ser disponibilizada o mais rápido possível para acesso da população - olha para outro edifício, este também um espaço de constituição referencial dos londrinenses e que assumiu a guarda da memória local: o Museu Histórico Padre Carlos Weiss, construído para ser a Estação Ferroviária da cidade.

Diferente das estações aqui mencionadas, a Estação Ferroviária apresenta uma arquitetura mista com uma fachada em enxaimel, traz uma certa monumentalidade aquela região da cidade. Mas há ainda, nas cercanias do Centro, a igreja matriz católica, a Catedral. Este é outro edifício que sob seu chão se acumulam lembranças e memórias de outros templos que lá sucumbiram para guardar as lembranças dos seus fiéis, ela como edificação de madeira e depois de alvenaria, não mais conseguia abraçar a todos e outro templo foi construído.

Os tempos do frenesi do café e a chegada de brasileiros e brasileiras (nascidos e que a escolheram) em Londrina a fizeram – sim, todos aqueles que nasceram no Brasil e não foram registrados numa embaixada, são nativos da terra, embora muitos neguem sua brasilidade. Somos todos desta terra e, miscigenados; posto que para cá vieram pessoas de todas as origens, uns por vontade própria, outros em navios negreiros e acorrentados.

Independente das variações de tons de nossa pele somos uma Nação miscigenada, precisamos encarar essa verdade, reparar a dívida com os negros e indígenas, “pois todos somos um”, ditado popular, mas verdadeiro.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Em Londrina os primeiros que para cá vieram são oriundos dos mais diversos rincões do país, sobretudo do Estado de São Paulo, Minas Gerais entre outros Estados, Boa parte deles e delas traziam na bagagem apenas a esperança para uma vida melhor, outros com recursos financeiros a grande maioria com seu saber fazer (Paulo Freire), juntaram-se todos profissionais de todas as profissões e ergueram sua materialidade histórica, inclusive a do pé vermelho de sua gente, contribuíram para dar uma visão do vir-a-ser da pequena Londrina, atualmente o farol do Norte Paranaense.

Foi nesse momento que a paisagem citadina foi marcada pela edificação do memorável Cine Teatro Ouro Verde. Mas os moradores dessa cidade se orientaram, sobretudo, pela capital paulista, posto que até hoje ela se mantém como guia em muitos aspectos. Essa referência é tão forte que até mesmo uma avenida Higienópolis foi “plantada” também em Londrina. Se a cidade e seus habitantes têm identidade e se sua identidade está ligada a esse olhar paulista? Poderia dizer que se não está, creio que falta um olhar-se mais demorado, ao menos em suas origens. Pode ser que hoje esse espaço citadino e o seus integrantes, sobretudos nativos, já possam se dizer londrinenses, mas o que os caracteriza como tal? O que os difere de outros que os torna londrinenses com identidade própria?

O paredão de prédios que se avista do alto dos “Cinco Conjuntos”, diz que os resquícios do que foi a “selva de pedras” denominada São Paulo marcam a identidade londrinense, mas chega até a sua medula? Só os londrinenses podem dizer e depois de uma ampla discussão entre suas comunidades, de bairro ao centro ou de centro ao bairro, mas não custa lembrar que quem está na margem da cidade também tem lembranças e memórias acumuladas.


Ao meu olhar cabe ao morador da cidade estabelecer sua verdade identitária, possivelmente os tempos exigem essa discussão, esse debate, posto que a cidade existe, ela é. E seu fazer-se ser é um acontecimento histórico memorial cravado no tempo histórico do Norte do Paraná, e, com certeza, não é de pertencimento apenas de um determinado grupo social. Nas palavras de Paul Ricoeur (2007, A memória, a História, o esquecimento): “ ...o acontecimento, em seu sentido mais primitivo, é aquilo sobre o que alguém dá testemunho”. Quem nasceu na cidade, escolheu a cidade para residir e aprendeu a amá-la, tem sim uma relação forte com ela. Se isso é ou não é identidade, todos os meus argumentos anteriores mostram como vejo a questão.

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| Foto: Matheus Cenali

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O artista da capa

Aos 30, arquiteto mergulha na ‘arte livre’ e faz do Instagram sua galeria

Cassio Onohara, autor do desenho da capa do suplemento, é um exemplo de como a arte londrinense pode ganhar um mercado sem fronteiras

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| Foto: Cassio Onohara

Já virou rotina. Cuidadosamente, o artista embala a peça em boxes resistentes e a envia para o endereço indicado pelo comprador. É a última etapa de um processo solitário que começa com muita imaginação para a elaboração do conceito e passa pelo dom para modelar, manejar lápis, pincéis. E do olhar apurado para certificar a qualidade do acabamento.

A arte do milennials Cassio Onohara, pintada ou esculpida em materiais inusitados, é um pedaço de Londrina que voa longe e cada vez mais alto. Com alguns milhares de seguidores no Instagram, o artista plástico não chega a ser um fenômeno de popularidade, mas conta com admiradores de prestígio, o que permite atalhos importantes para conquistar o mercado. “Me julgo um privilegiado por conseguir viver de arte no Brasil”, resume.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Como muitos jovens que carregam o DNA de Londrina em seus hábitos, ideias e percepções, Onoraha, é natural de um município paulista. Nasceu e viveu até a adolescência em Araçatuba, na Alta Noroeste, e se radicou no Norte do Paraná após ingressar no curso de Arquitetura e Urbanismo da UEL. “Fui influenciado pelo meu único irmão, que cursou Engenharia Civil”, confessa.

Filho de dekasseguis, durante sua formação afetiva viu o pai e a mãe apenas uma vez, numa visita de férias dos pais quando ele tinha 15 anos. A convivência com a avó, uma típica batchan da primeira geração, “amante das plantas e da jardinagem”, construiu boa parte das referências que domina seu estiloso ateliê, cuja sacada tem vista para o verde exuberante do Jardim Quebec, em primeiro plano, e para o skyline de concreto da Gleba Palhano, em segundo plano.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Adepto do “urban jungle”, uma tendência que dominou as redes sociais durante a pandemia, o artista plástico conta com a energia dos seus 30 anos para descongestionar sua lista de encomendas, que inclui ambientação de empresas na capital paulista e outros pedidos avulsos que chegam de vários estados ou até mesmo do Exterior. “Já enviei uma obra para Índia!”, conta, quase incrédulo.

Onoraha nunca esqueceu da arquitetura, profissão que praticou por anos, primeiro em uma grande construtora e depois em um escritório alternativo com colegas de geração. É como se seus dotes de decorador se somassem ao artista inventivo para transformar os ambientes em habitats para marantas, caladiuns e calatheas, uma criação humana à base de tecido, biscuit, tinta e muito talento.

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| Foto: Matheus Cenali

3. A memória da Cidade no circuito de Museus e Memoriais

Pessoas apaixonadas por histórias de ilustres londrinenses, que ajudaram a fazer de Londrina o que ela é hoje, cuidam de de espaços e objetos, que se encontram abertos à visitação, em um roteiro informal de descoberta da vida privada e pública de pessoas e instituições

Janaína Ávila - Especial para a Folha

Trabalhar com a memória de Londrina é um prazer que não se esgota. Prova disso é o trabalho de um grupo de voluntários que vem organizando a história da vida privada de famílias e instituições locais há pelo menos duas décadas. Pessoas apaixonadas por histórias de ilustres londrinenses que ajudaram a fazer de Londrina o que ela é hoje e esses locais se encontram abertos à visitação em um roteiro informal de descobertas. Junto com Jurema Sartori, Áurea Esteves, Terezinha Costa e Amauri Ramos da Silva, a londrinense neta de pioneiros Elenice Mortari Dequech, gosta de descobrir documentos e revelar histórias de famílias, organizar acervos, catalogar objetos e ir montando esse quebra-cabeça de memórias. “Com esse grupo de interessados e apaixonados, organizamos os acervos e tentamos salvar documentos da degradação”, diz.

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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020
museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Na sua opinião, no Brasil, ainda não existe muita noção prática de preservação aliada a um grande conhecimento técnico. “O nosso Museu Histórico de Londrina conseguiu desenvolver uma técnica muito boa, é tudo muito bem cuidado, fruto de um trabalho que começou há 20 anos e que os diretores assumiram como linha de conduta, com uma preservação mais cuidadosa e com técnicas modernas. Nosso Museu Histórico é um orgulho e é uma pena que o Estado não dê importância para os pequenos museus no interior do Paraná, com histórias belíssimas a serem contadas. É muito pouco interesse e o risco de uma memória se perder para sempre. Sem a preservação, não há um laço afetivo com a história”, avalia. “Para mim, a oportunidade de entrar em contato com os protagonista da história de Londrina é estimulante. Conhecer a vida deles, descobrir documentos, cartas que ainda não conhecidas. Dentro das nossas possibilidades, organizamos os acervos com responsabilidade salvando documentos ou peças históricas da degradação. A partir da preservação, impedimos que os documentos e fotos desapareçam enriquecendo assim nosso patrimônio histórico”, afirma Elenice Dequech. “O prazer que sinto em tudo que envolve preservação histórica de Londrina é consequência dos laços afetivos que me une à cidade”, completa.

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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020
museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha
museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020
museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha
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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha
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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha
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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha
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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha
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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha
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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha
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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha

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A lista de memoriais organizados pelo grupo de voluntários é grande e a demanda, também não para de crescer e o grupo quer conquistar mais e mais jovens para que o trabalho continue. O resultado do trabalho desses senhores e senhoras apaixonados pela memória histórica está intimamente ligado a muitos dos pequenos espaços de memória da cidade: como o Espaço Dom Geraldo Fernandes, no Escritório de Antônio Faria Netto, na Sala Histórica Pe. José Kentenich, na Capela Histórica do Colégio Mãe de Deus e nos seus arquivos históricos, no acervo do dr. João Dias Ayres, no acervo do Reverendo Jonas Dias Martins, na Biblioteca do Monsenhor Victor Gropelli, na Biblioteca das Irmãs Claretianas, na Capela Santa Helena; no próprio Museu Histórico de Londrina e em alguns outros espaços que você vai conhecer agora, onde a cidade se revela através da fé, da paixão pelo esporte, a ciência e educação e os avanços nos setores de serviços e agronegócios, molas do desenvolvimento.

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museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020
museu historico de londrina comemora 50 anos de existencia . foto: roberto custodio - folha de londrina - 16-09-2020 | Foto: Roberto Custodio - Grupo Folha

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MUSEU DA SOCIEDADE RURAL DO PARANÁ

A força da terra e do homem do campo

O Parque de Exposições Ney Braga também abriga um museu dedicado à história da Sociedade Rural do Paraná. Inaugurado em abril de 2010, quando a a ExpoLondrina completou 50 anos, o espaço da memória guarda imagens, documentação textual, objetos, livros e materiais audiovisuais além de objetos que recriam o cotidiano do meio rural, como ferramentas, utensílios e peças de maquinários.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Já viu uma carroça ao lado do busto do Governados Ney Braga? Ela indica a entrada para o museu que também mostra a relação da entidade com o desenvolvimento econômico de Londrina e região. O espaço da memória foi instalado no Pavilhão Aníbal Bianchini Rocha, que inclui a sala Nelson Maculan, originalmente construída em 1965, um ano depois da fundação do próprio Parque Governador Ney Braga.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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A preservação e difusão da história da SRP está organizada em uma área de aproximadamente 200 m² de exposição permanente, distribuída em painéis e espaços de interação e organizado por temas: a memória da instituição ligada às ações realizadas e aos dirigentes, uma parte dedicada à agricultura e criação de animais de corte, uma terceira que fala da tecnologia no campo e referências ao plantio na agricultura; os avanços tecnológicos no campo e os destaques de 60 anos de Exposição Agropecuária com fotos dos shows, cartazes de divulgação, troféus de julgamento e trajes que remetem ao evento.

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O acervo também mostra a atuação da SRP em momentos decisivos da história do agronegócio como o da criação do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), a cultura do café na região, a primeira importação de gado zebu da Índia para o Paraná e até fatos mais recentes, como a crise da febre aftosa, em 2005, quando a entidade defendeu os interesses da cadeia da carne. No final do passeio, o visitante ainda pode assistir a um vídeo institucional. “Hoje, a SRP é a única entidade que tem todos os documentos catalogados e registrados. Tudo é higienizado, conservado em papel neutro e representa, em um espaço pequeno, só uma parte da grandiosidade da Sociedade Rural”, afirma Elenice Dequech, uma das responsáveis pelo projeto do museu. Nesse momento, o espaço está fechado por conta da pandemia e a expectativa é que seja reaberto em breve.


Museu da Sociedade Rural do Paraná

Avenida Tiradentes, 6275

Visitação gratuita

Fone: (43) 3378-2053

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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CASA DA MEMÓRIA

A fé no cotidiano da Madre Leônia Milito

Visitar a Casa da Memória Madre Leônia Milito é um mergulho no passado e na vida privada da religiosa, que fundou a Congregação das Missionárias de Santo Antônio Maria Claret junto com o dom Geraldo Fernandes, em 1958, com a finalidade de desenvolver uma missão de evangelização e amplo atendimento às populações mais pobres.

O local fica na avenida que leva o seu nome, no Parque Guanabara, e faz parte de um complexo que compreende ainda o Santuário Eucarístico-Mariano, o Instituto Coração de Maria e o Centro Missionário Madre Leônia Milito. Desde o início da década de 1950, a Madre atuou intensamente nas atividades sociais, educativas e de assistência a crianças, idosos e famílias carentes. “Madre Leônia foi uma mulher de fé e coragem, dotada de extrema capacidade de trabalho e inteiramente dedicada a Deus e ao próximo. Mestra e formadora, encarava todos os desafios para expandir a congregação, que hoje está presente em vários Estados do Brasil e em 17 países, nos cinco continentes”, conta a Irmã Maria do Carmo Duarte, missionária Claretiana, membro do governo geral da Congregação e coordenadora da Casa da Memória.

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O espaço foi inaugurado em 2006 e possui cadastrado no IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), do Ministério da Cultura e foi reconhecido em 2010 de Utilidade Pública Municipal. Desde 2011, através de uma Lei Municipal, é área de interesse histórico, cultural, turístico, religioso e social da cidade; é também a sede permanente do Coral Madre Leônia.

A Casa da Memória existe para preservar e difundir a história da religiosa através de objetos, documentos e, principalmente do local que foi a sua morada durante os muitos anos de trabalho em Londrina. O cotidiano da Madre aberto é a visitação e atraia, até o começo da pandemia, um público de mais de 1,2 mil pessoas a cada ano. “São muitos grupo de catecismo, de adultos, jovens e adolescentes. Neste período de pandemia não foi possível receber as visitas de grupos, apenas algumas pessoas e agora estamos iniciando a retomar as visitas, com alguns pequenos grupos, mas ainda de forma gradual e com as devidas precauções”, diz a coordenadora do espaço. A Irmã Maria do Carmo disse que mesmo com as visitas suspensas por causa da pandemia, muitas pessoas buscavam o Santuário Eucarístico como um refugio espiritual. “Vivemos um período de silêncio, meditação e de oração, pensando nas numerosas pessoas nos hospitais ou reclusas em casa, com medo e sozinhas. Madre Leônia foi muito invocada e muitos vinham aqui se entregarem nas mãos de Deus ou para agradecer as graças recebidas”, revela.

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Na Casa da Memória, a história da Madre Leônia é contada através dos objetos pessoais. Tudo conservado como uma relíquia, como se ela fosse âncora presente. À sua escrivaninha, está um calendário na data 22 de julho, dia do seu falecimento vítima de um acidente automobilístico na BR 369, em 1980. Seus aposentos intocados, assim como eram, seu guarda-roupa com as malas prontas para a viagem missionária que ela deveria ter feito no dia seguinte, uma visita às irmãs dos países da Europa e da África. “Temos a esperança que 2022 será um momento de retomada das atividades. Nossa intenção é convidar e envolver os grupos paroquiais e das escolas para que todos possam conhecer esse tesouro que faz parte do patrimônio histórico de Londrina e essa riqueza espiritual que ele encerra”, diz a Irmã Maria do Carmo. Madre Leônia é a protetora da vida no trânsito e o seu nome está em processo de canonização no Vaticano, por solicitação da Arquidiocese de Londrina.


Casa da Memória Madre Leônia Milito

Endereço: Avenida Madre Leônia Milito, 575 - Bela Suíça

Fone: (43) 3339-0808

Visitação gratuita

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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MUSEU DA VIAÇÃO GARCIA

Várias histórias que se misturam

A trajetória de uma empresa que viu a cidade nascer e que continua percorrendo as estradas que levam à Londrina. Hoje, a Viação Garcia é uma das cinco maiores empresas de transporte de passageiros do Brasil. Ela comemora o aniversário no mesmo dia que Londrina e tem um museu para contar essa e muitas outras histórias.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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Histórias como a da família de Fernando Cesar de Oliveira, funcionário da empresa desde 1996. “Esse museu para mim, em particular, representa uma história de sucesso familiar porque meu avô, André Fermino de Oliveira, começou a sua história na empresa em 1955. Era um simples cobrador que, ao decorrer dos anos, foi adquirindo experiências e crescendo junto a Viação Garcia. Nesta trajetória de sucesso e parceria direta com os diretores, ele conseguiu empregar seus filhos e netos”, conta cheio de orgulho. O sr. André Fermino, de certa forma, foi colega de firma do apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, que foi cobrador de ônibus na empresa em 1982 antes de seguir carreira como jornalista no rádio e apresentador de TV.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

A Catita, primeiro ônibus do Paraná e a primeira jardineira da empresa criada a partir de um caminhão Ford adaptado em 1934, é a grande estrela do museu que reúne um acervo de mais de 6 mil itens. São fotos que mostram o desenvolvimento de Londrina como aquelas que registram as obras do Hospital Santa Casa; a primeira rodoviária próxima ao Bosque; imagem de perobas rosa muito presentes na região e da própria Catita nos mais diversos cenários.

A imagens também mostram maquinários utilizados na produção dos primeiros ônibus, da estrutura montada para gerar combustível com a queima de carvão e objetos usados nas várias situações e períodos da empresas - máquina de calcular, de conversão de moeda, de escrever, canetas tinteiro, aparelhos telefônico, entre muitas outras peças. “Outro destaque é a poltrona na qual o Papa João Paulo II foi transportado quando veio ao Brasil em 1980”, diz Juliana Quasne, gerente de Marketing da Viação Garcia e Brasil Sul.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Inaugurado em 2009, o Museu da Viação Garcia sempre recebeu visitas principalmente de estudantes do Ensino Fundamental da Rede Municipal numa parceria com a Secretaria da Educação. “Em 2020, o projeto foi paralisado devido à pandemia da Covid-19 e, até o momento, não pode ser retomado. O projeto recebia a visita das crianças duas vezes na semana, trazidas por ônibus da Viação Garcia, o que representava uma média anual 3,8 mil crianças”, diz. Atualmente, o museu é aberto apenas para visitas esporádicas de empresas parceiras ou para sediar encontros de lideranças como foi o evento de abertura do City Tour de Londrina.

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Imagem ilustrativa da imagem Londrina 87 anos: três razões que vão fazer você querer desbravar a cidade
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Através da evolução da empresa, o acervo aproxima os visitantes da história da cidade e gera um sentimento de pertencimento entre todas as gerações. “Para os nossos colaboradores, representa uma mixagem com a história da própria empresa, fortalecendo a nossa identidade, propósito e valores de contribuir com o desenvolvimento da cidade e com o oferecimento de serviços sempre inovadores, o que também ajuda a levar o empreendedorismo de Londrina para muitos cantos do Brasil”, comenta.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Museu da Viação Garcia

Avenida Celso Garcia Cid, 1110 - Vila Siam

A empresa realiza ações educacionais e internas no local.

Para visitar, entre em contato pelo fone 0800 4007090.

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| Foto: Gilberto Abelha. COM/uel

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MUSEU DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE LONDRINA

A ciência nossa de cada dia

O Campus da UEL (Universidade Estadual de Londrina) abriga, entre tantas outras belezas, o MCTL (Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina), inaugurado em 2005 e logo incluído no Guia de Centros e Museus de Ciência da ABCMC (Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência). O museu se divide em três setores: Centro de Ciências, onde acontecem os Experimentos de física e os shows de química, o Observatório Astronômico e o Planetário, que fica no centro da cidade, ao lado do Museu Histórico. Todos com o mesmo objetivo: mostrar que a ciência faz parte do cotidiano de todos nós e pode ser apaixonante. Através das experiências de física e química os visitantes podem visualizar na prática conceitos e reforçar teorias que já vimos nos livros.

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| Foto: Gilberto Abelha. COM/uel

A professora Eliana Aparecida Silicz Bueno, é a diretora do MCTL e se confessa apaixonada pela estrutura que ela viu nascer e se fortalecer. Assim como todos os outros centros da UEL, o Museu de Tecnologia também experimentou o vazio durante toda a pandemia. “Foi um período ruim porque não tivemos as visitas, todas as escolas estavam fechadas. Internamente, estávamos sempre nos reunindo com os estagiários, planejando e escrevendo projetos para que tudo estivesse em ordem para a volta”, conta. A expectativa continua, com as visitas voltando a partir de fevereiro, sempre que a pandemia permitir. “Estamos otimistas, a situação de controle da pandemia nos parece promissora”, diz.

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| Foto: Gilberto Abelha. COM/uel
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| Foto: Gilberto Abelha. COM/uel

Talvez o experimento que faça mais sucesso no museu seja aquele que transforma adolescentes entediados na chegada em aspirantes a cientistas na saída. “Os olhos deles brilham! Os experimentos permitem a interação, é divertido e são muito interessantes, dão uma visão do que é um museu de ciência e tecnologia, que é mais dinâmico que um museu histórico”, afirma Eliana Bueno. A experiência, na opinião da diretora, contribui para o entendimento da aplicação da ciência no dia a dia. “É estimulante. Já temos estagiários aqui, alunos da UEL, que se decidiram pelo curso de Química depois de visitar o museu com a escola”, conta. O acervo de experimentos funciona como um instrumento de interação entre o público e a prática científica. “Depois da explanação, os visitantes podem interagir diretamente e em segurança, com alguns instrumentos para comprovar o que foi explicado anteriormente”, completa.

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| Foto: Gilberto Abelha. COM/uel

A agenda do Museu é concorrida, com escolas disputando datas, mas a visita não é exclusiva aos estudantes: o MCTL também atende a comunidade externa. “Sempre gostamos de combinar as visitas com aquelas das escolas porque isso torna o passeio mais interessante do que seria em uma visita solitária”, comenta. Antes da pandemia colocar tudo em pausa, o museu realizava cerca 20 mil atendimentos por mês.

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| Foto: Gilberto Abelha. COM/uel

Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina (MCTL)

http://www.uel.br/cce/mct/portal/

Campus da Universidade Estadual de Londrina

Fone: (43) 3371-4805

Visitação gratuita, com agendamento.

Aberto de acordo com o calendário da UEL

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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MUSEU DO LEC

Acervo celebra vitórias e desafios do LEC

Mesmo sem ter o mar, Londrina tem o tubarão. O mascote do LEC (Londrina Esporte Clube) desde a década de 70 também está no acervo do Memorial Edson Henrique dos Santos, inaugurado em 2017. O nome do “Museu do LEC” é uma homenagem a um dos funcionários mais apaixonados do Clube, com 30 anos de Casa, responsável por cuidar do estádio Vitorino Gonçalves Dias e que dividia as suas noites de Natal entre a própria família e os atletas que moravam no VGD. Ele faleceu no ano passado, no início da pandemia.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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De acordo com Jefferson Bachega, assessor de comunicação do LEC, a ideia de criar um espaço para o acervo do Clube se concretizou na primeira gestão de Felipe Prochet na presidência. Antes, todas os troféus e documentos ficavam guardados em um espaço debaixo das arquibancadas do estádio e com o tempo, muitas peças acabaram estragando.

Tudo foi resgatado e restaurado para encher as paredes e prateleiras do memorial que conta a trajetória do LEC desde o início, celebrando vitórias e desafios, um verdadeiro espaço para o torcedor e para os amantes do esporte.

Em 2019, o clube fez uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Secretaria Municipal do Idoso, oferecendo visitas guiadas para esses públicos. “O clube disponibilizava um ônibus que ia buscar os visitantes e sempre que possível, trazíamos algum personagem para incrementar a visita e conversar sobre o LEC, assim foi com Carlos Alberto Garcia, (ídolo do LEC, com 89 gols marcados com a camisa alviceleste) e o técnico Alemão. Depois, a criançada subia para visitar o campo e brincar com a bola por alguns minutos antes de entrar no ônibus de volta para a escola ou estruturas de acolhimento”, diz.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Hoje fechado por conta da pandemia e de obras nas estruturas da arquibancada do estádio, o museu espera retomar as visitas ao público assim que for possível. Faz falta a reação das pessoas ao admirarem a trajetória do time de futebol de Londrina. “Muitos desconhecem a história tão rica do time, ficam espantados ao descobrirem que o uniforme já foi vermelho na década de 70 e de como surgiu um Tubarão como mascote de um time do interior”, comenta Bachega. “Muitas crianças que vinham visitar também ficavam maravilhadas de pisar no gramado de um estádio pela primeira vez. Nem todos já são torcedores e quem sabe essa visita não os fazem membros da torcida no futuro”, diz.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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O LEC já tem planos de melhorias do espaço, com a criação de um mini auditório e ampliação. Além disso, a campanha para novos itens no acervo é constante. “Sempre incentivamos o torcedor a doar peças para o acervo. De repente alguma lembrança boa, esquecida e guardada pode se tornar uma peça importante para a história do clube, como o ingresso guardado por um torcedor, da partida histórica do LEC em São Januário, quando foi para a semifinal do Brasileirão em 1977. Tudo para aumentar o prazer da visita”, afirma o assessor.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha
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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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Além de admirar a beleza da Taça de Prata, um dos itens mais fotografados do acervo e equivalente ao troféu da série B do Campeonato Brasileiro, o visitante ainda pode admirar autógrafos, bandeiras, bolas, camisas, documentos, flâmulas, fotos e muitos outros troféus espalhados nos 250 m² de área de visitação; e ainda corre o risco de encontrar algum ex-atleta ilustre do time, visitando o Memorial. “O Matheuzinho, que hoje está no Flamengo, veio conhecer o espaço com a família e gostou de ver a sua foto exposta. O mesmo aconteceu com o meia Luquinha, hoje em Portugal. Ambos crias da Base do LEC”, completa Bachega.

Memorial Edson Henrique dos Santos

Estádio Vitorino Gonçalves Dias

Av. Jorge Casoni, nº 1900. Vila Casoni

Visitação Gratuita

Fone: (43) 3322-9756 e (43) 3347-2014.

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O JOGO DA REDESCOBERTA

Mais uma vez, a FOLHA homenageia o aniversário de Londrina com um desafio no estilo caça ao tesouro. Nesta sexta-feira (10), os participantes inscritos no game do Bot Lovat, nosso desbravador virtual, terão que percorrer alguns pontos relevantes da cidade e resolver os enigmas propostos para chegar ao fim do jogo.

Em cada um dos destinos haverá apresentações culturais. Entre os artistas presentes na programação, estarão Luís Henrique Bocão, que dá vida ao Palhaço Arnica e o artista circense Sérgio Oliveira, conhecido como Palhaço Serginho, idealizador da Escola de Circo de Londrina. A arte de rua também estará presente com o professor Édio Elias Gonçalves e o projeto A Rua Dança a Cidade, que promove o Hip-Hop, além de apresentação de skatistas.

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| Foto: Isaac Fontana

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Outra atração confirmada é a Escola de Música Sol Maior, que já levou a cultura brasileira para mais de 150 países em todos os continentes. O artista e diretor da escola, Roney Marczak, e os multi-instrumentistas, Samuel Teodoro e Gonçalo Rebelato farão um show com um repertório que vai desde Música Clássica Brasileira até trilha sonora de séries, filmes, jogos e animes: tudo isso através de instrumentos clássicos de nossa cultura.

A companhia NUA de dança, que surgiu no ano passado durante o isolamento, vai levar um pouco das apresentações que fizeram sucesso no Youtube para a apresentação, com direito a toda companhia e a presença de artistas convidados.

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| Foto: Isaac Fontana

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A cultura indígena também estará representada na programação. A artista e produtora cultural Carin Cássia Louro de Freitas, juntamente com o Grupo VÃNH GA da Aldeia Água Branca (Goj Kupri), vão apresentar muita música, dança, e mitos contados nas línguas Guarani e Kaingang, que serão traduzidos para o português. Também haverá uma feira com artesanatos criados pelo grupo.

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| Foto: Matheus Cenali

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PREMIAÇÃO

Quem conseguir solucionar todos os enigmas e chegar ao final do jogo será premiado com um quebra-cabeça exclusivo com paisagens de Londrina. As imagens que ilustram as peças são de três fotógrafos. Matheus Cenali, que criou o Londrinenses, em 2015, com o objetivo de divulgar a cidade nas redes sociais por meio de fotografias de pontos turísticos registrados por seguidores; Isaac Fontana, que atua no fotojornalismo há cinco anos, cobrindo os principais acontecimentos da cidade e os jogos do Londrina Esporte Clube; e Gustavo Carneiro, fotojornalista da Folha de Londrina, que também mantém o Cores do Gueto, projeto que expõe as adversidades e também as belezas encontradas em regiões periféricas da cidade.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

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EXPEDIENTE

ESPECIAL TRANSMÍDIA LONDRINA 87 ANOS 10 de Dezembro de 2021

SUPERVISÃO GERAL Adriana De Cunto (Chefe de Redação)

COORDENAÇÃO GERAL Patrícia Maria Alves

TEXTOS Pedro Marconi, Lúcio Flávio Moura e Janaína Ávila

FOTOS Gustavo Carneiro

EDIÇÃO IMPRESSSA E MULTIMÍDIA TEXTOS E PESQUISA

TEXTOS Lúcio Flávio Moura, Janaína Ávila, Pedro Marconi (reportagem), Patricia Maria Alves, Celso Felizardo (edição) e Kenedy Oliveira (estagiário)

FOTOGRAFIA Gustavo Carneiro, Arquivos Pessoais;

EDIÇÃO DE FOTOGRAFIA Sergio Ranalli;

ARTES Gustavo Padial, Gabriel Paiva;

ARTE DA CAPA Cassio Onohara;

DIAGRAMAÇÃO Anderson Mazzeo, Luciano Silva e Gilberto Soares

JOGO INTERATIVO – 87 ANOS

COORDENAÇÃO E PRODUÇÃO Patricia Maria Alves

TEXTOS Patricia Maria Alves , Celso Felizardo

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL ARTES PLÁSTICAS Cassio Onohara;

SOCIAL MÍDIA Ana Carla Dias;

GERENTE COMERCIAL Carlos Maistro;

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Matheus Cenali, Isaac Fontana, Luís Henrique Bocão, Sérgio Oliveira, Édio Elias Gonçalves e o projeto A Rua Dança a Cidade, Escola de Música Sol Maior, Roney Marczak, e os multi-instrumentistas, Samuel Teodoro e Gonçalo Rebelato, Companhia NUA de dança e artistas convidados, Carin Cássia Louro de Freitas, juntamente com o Grupo VÃNH GA da Aldeia Água Branca (Goj Kupri)

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Aos amigos e parceiros que direta ou indiretamente colaboraram para que esse projeto pudesse ser realizado.

DEDICATÓRIA

Esta obra é dedicada à todos os londrinenses que, resilientes, se preparam para a um novo ciclo.

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