A chegada do período com temperaturas amenas, e às vésperas do inverno, também representa o momento de atenção com algumas vacinas que ajudam na prevenção de doenças respiratórias comuns nesta época do ano. É caso, por exemplo, do imunizante contra a gripe, que atualmente está sendo aplicado nos grupos prioritários, mas em breve deverá ser liberado para a toda a população. “A gripe é uma doença infecciosa viral que pode gerar uma pneumonia geral. Quando falamos de gripe, não é o resfriado, mas sim a doença causada pelo vírus da influenza”, alerta o infectologista Eduardo Ditzel, do Pilar Hospital, em Curitiba.

De acordo com o especialista, a vacina é atualizada com frequência para combater o vírus que está circulando no ano. “A vacinação é fundamental, especialmente para grupos de risco. O ideal é que todos possamos estar vacinados, porque o vírus circula de forma diferente em várias partes do mundo. O vírus, por exemplo, que estava circulando ano passado pode ser diferente deste ano. Ou seja, a vacina que recebemos tem uma probabilidade ainda maior de proteção”, destaca.

Neste ano, seguindo a orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde), o imunizante distribuído pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é composto pelos vírus H1N1 (Sydney), H3N2 (Darwin) e a cepa B (Victoria).

Apesar da importância do imunizante, a procura ainda está baixa em Londrina e no Estado. Dados divulgados pela Sesa (Secretaria de Estado daSaúde) mostram que desde o dia 28 de março foram aplicadas pouco mais de ummilhão de doses, o que representa uma cobertura vacinal de 26,46%. Dentre os grupos que menos aderiram à campanha estão as pessoas com deficiência permanente (1,67%), trabalhadores portuários (3,24%) e caminhoneiros (3,45%).

COVID

Na última semana, o Ministério da Saúde liberou a vacina bivalente contra a Covid-19 para a população em geral com mais de 18 anos. Em Londrina, além deoutras cidades paranaenses, a dose que protege da variante ômicron já começou aser aplicada. “No início da pandemia, quando as vacinas chegaram, sabíamos que o esquema vacinal completo era com duas doses, as monovalentes. Mas à medida que a pandemia foi avançando, novas cepas apareceram e tinham infectividade diferente, muitas vezes escapando da proteção vacinal”, explica o médico.

Considerada mais efetiva para o atual momento epidemiológico, a dose bivalente pode ser aplicada em qualquer pessoa maior de idade, independentemente de quantas doses anteriores recebeu. A recomendação do Ministério da Saúde é de que as pessoas que receberam, pelo menos, duas doses procurem o reforço. “É uma vacina diferente e que vai conferir uma imunidade maior. O único pedido é que a pessoa tenha recebido a última dose há, pelo menos, quatro meses.”

Imagem ilustrativa da imagem Vacina contra gripe, Covid e pneumocócica: proteção necessária
| Foto: Folha Arte

PNEUMOCÓCICA

O serviço público de saúde também oferece para alguns grupos – e seguindo uma série de exigências – a vacina pneumocócica, que não é contra vírus, mas uma bactéria, chamada de pneumococo. “A pneumonia bacteriana é uma das doenças infecciosas mais comuns e potencialmente uma das que mais matam pessoas acima de 65 anos. Estar com o esquema vacinal para pneumococo reduz o risco de pneumonia, especialmente as graves. Além disso, o fato da pessoa idosa estar vacinada também reduzi a chance de ter doenças respiratórias mais graves”, orienta.

O infectologista afirma que a pessoa pode receber as três vacinas (influenza, Covid e pneumocócica) de uma só vez. “Sabemos que quando as vacinas são aplicadas no mesmo dia não temos redução de eficácia em nenhuma delas. Por isso, como ainda não entramos no inverno, o momento é de começar a vacinar para entrar nessa fase, de maior risco de doenças respiratórias, já protegidos”, indica.

SALVA VIDAS

Com índices cada vez menores de vacinação, Ditzel ressalta que a imunização é um dos principais meios para salvar vidas. “A primeira medida que mais salva vidas na humanidade é a água potável e saneamento básico. Na sequência vem a vacina. As pessoas precisam manter o esquema vacinal completo para diminuir chances de doenças infecciosas, reduzir a possibilidade de óbitos e evitar a circulação do vírus, o que reduz o risco até para a pessoa que eventualmente não pôde tomar a vacina”, elenca.

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