O GPS (Grupo de Estudo e Pesquisa da Sede), da UEL (Universidade Estadual de Londrina), busca voluntários para a fase de ensaios randômicos, sendo um deles para testar um gel feito com mentol líquido encapsulado. Roberta Pickina Silva e Thammy Nakaya, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, atuam na elaboração do gel para aliviar a sede de pessoas internadas em UTI (Unidade de Tratamento Intensivos), entre elas pacientes de Covid-19 e recém-operados. Muitos pacientes em UTI não podem beber quantidades adequadas de água por vários dias, o que causa desconforto, estresse e ansiedade, tanto para ele quanto para a equipe.

O gel está em fase de testes e foi desenvolvido recentemente pela equipe do GPS, coordenado pela professora do Departamento de Enfermagem, Lígia Fahl Fonseca. “O produto é aplicado na mucosa da boca dos pacientes e proporciona uma absorção lenta e gradual, como os protocolos médicos exigem”, relata Silva. Com potencial de ser utilizado em outras instituições no Brasil e também no exterior, o produto deve ser testado em pacientes homens ou mulheres, de 18 a 50 anos. Os voluntários não devem ser fumantes ou etilistas (que consumam álcool muito frequentemente), nem ter qualquer doença crônica pré-existente, como diabetes ou hipertensão.

“A intenção é fazer um ensaio clínico randomizado, para avaliar a aceitação sensorial do produto antes de testar nos pacientes de fato”, explica Silva, que é mestranda em Enfermagem. A equipe busca cerca de 40 pacientes para o ensaio. Os interessados podem enviar um e-mail para [email protected] ou fazer contato pelo WhatsApp (43) 99963-3858. Antes da realização dos testes, o voluntário responderá um questionário de hábitos de hidratação e receberá orientações necessárias.

QUESTÕES HORMONAIS

A doutoranda Thammy Nakaya, por sua vez, procura voluntários para outra fase de estudos do grupo. Concentrada nas questões hormonais envolvendo a neurofisiologia da sede (que compreende o estudo do hormônio responsável por enviar ao cérebro a mensagem de sensação de sede, a vasopressina ou hormônio antidiurético), a pesquisadora realiza coletas de sangue em um laboratório de Londrina. Antes do procedimento, os pacientes recebem uma infusão de um soro hipertônico.

Os interessados em colaborar com a pesquisa de manejo da sede devem ser homens, entre 18 e 50 anos. “Não selecionamos mulheres por conta do ciclo menstrual, que pode atrapalhar os resultados”, explicou a doutoranda. Os interessados podem entrar em contato via e-mail [email protected] ou WhatsApp: (43) 99604-7036.

Imagem ilustrativa da imagem UEL busca voluntários para estudo sobre sede em pacientes internados
| Foto: Divulgação/GPC/CCS

UMA DÉCADA

Em atividade há dez anos, o GPS iniciou os estudos sobre manejo da sede em pacientes em estado de internação, intubação ou pós-operatório. A coordenadora do grupo conta que um produto desenvolvido pelo GPS é utilizado há oito anos em hospitais: o picolé mentolado. “O picolé tem resolvido as queixas no HU. Só que em alguns casos, nem o picolé os pacientes podem receber. Um paciente de traqueostomia, por exemplo, pode engasgar, por isso esses outros produtos estão em desenvolvimento”, explica Lígia Fahl Fonseca.

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Ela conta que a ideia de estudar a sede nesses pacientes surgiu de um incômodo relatado por uma estudante de Enfermagem, que havia passado por um procedimento cirúrgico e ficou impossibilitada de beber água por muito tempo. “Os pacientes às vezes ficam semanas com a boca aberta, então o desconforto é muito grande. Quando acaba a sedação, a primeira coisa que eles relatam é sede. Alguns choram, suplicam por água. É bastante triste. Percebemos, nesse momento, que não haviam muitos estudos nem preocupação com esse tema. Então, decidimos investigar.” (Com informações da Agência UEL)

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