Os rins são responsáveis por filtrar o sangue e eliminar resíduos nocivos para o organismo. Você sabia que rins saudáveis filtram em média 90 ml se sangue por minuto? Algumas doenças como hipertensão, diabetes, obesidade e inflamações renais podem comprometer o funcionamento e levar à insuficiência. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, mais de 10 milhões de brasileiros possuem doença renal crônica e cerca de 90 mil fazem diálise, número que cresceu mais de 100% entre 2009 e 2019 (dados de 2019).

A perda da função renal é considerada grave quando os dois rins funcionam menos de 10%. Pacientes com este quadro possuem indicação para fazer diálise . O tratamento consiste em substituir o trabalho dos rins, passando o sangue por uma máquina que filtra e elimina as toxinas e o excesso de água do organismo, dando ao paciente mais qualidade de vida.

Quem faz diálise não pode tomar água ao longo do dia, deve ter cuidado com os alimentos que consome e não pode ficar sem o tratamento, que deve ser realizado de 3 a 6 vezes por semana. O acúmulo de toxinas e água no sangue pode resultar em problemas graves e até levar à morte.

LEIA TAMBÉM:

= Saúde dos rins: o que é importante saber sobre a diálise

Além de todos estes detalhes importantes, a água utilizada pelas máquinas de diálise deve ser extremamente limpa e passa por uma série de processos que garantem a sua pureza e o sucesso do tratamento.

A Unimed Londrina inaugurou recentemente o Centro de Cuidados Unimed - nefrologia. O espaço conta com estrutura de ponta e os equipamentos mais modernos do mercado que possibilitam fazer hemodiálise, hemodiafiltração, diálise peritoneal, diálise em trânsito e acompanhamento de transplante renal.

O processo de filtragem da água é extremamente rigoroso e a estrutura do local conta com dois reservatórios de 20 mil litros de água. Isso significa que, se houver interrupção no fornecimento, a unidade consegue dar continuidade ao tratamento dos pacientes por pelo menos uma semana. Além disso, um gerador de energia garante que o tratamento dos pacientes não será interrompido em caso de queda na rede.

O centro de cuidados conta com uma equipe multidisciplinar formada por médicos nefrologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos e profissionais de apoio e administrativos.

'FOI UMA ÉPOCA DOLORIDA'

Colaborador da Unimed há mais de 30 anos, José Carlos da Silva, 51, lembra que aos 35 foi submetido a uma cirurgia que mudou a sua vida para sempre: um transplante renal. Antes do procedimento ele passou nove meses fazendo hemodiálise três vezes por semana, e define a experiência com uma única palavra: “traumatizante”.

“Os traumas são físicos e psicológicos. Eu precisava me ligar a uma máquina para retirar todo o meu sangue, filtrar e colocar de volta no meu corpo, neste processo eu perdia muitas proteínas, porque a máquina não tinha a tecnologia que os equipamentos atuais têm”, lembra. Como consequência, ele sofria com anemia, dificuldade para comer, não sentia os sabores dos alimentos e sentia cheiro de amônia durante todo o tempo. “Foi uma época dolorida”, resume.

Quando os exames apontaram que irmão dele era um doador compatível, ele e a família precisaram lidar com a desinformação. “Tínhamos medo porque não entendíamos muito bem como funcionava a doação de órgãos em vida. Achávamos que poderia prejudicar meu irmão de alguma forma, mas buscamos entender o processo e a doação foi concretizada”, aponta. Segundo ele, as pessoas precisam se conhecer mais sobre este assunto para que mais doações possam ser realizadas.

Silva conta que a doença renal crônica surgiu por conta do uso inadequado e excessivo de medicamentos sem acompanhamento médico por vários anos. Hoje, afirma que leva uma vida mais saudável, a alimentação é mais regrada, o peso é controlado com cuidado e o acompanhamento médico é mais frequente. Remédio sem orientação médica? Nem pensar!

Para evitar a rejeição do rim recebido, Silva toma medicação diariamente para o resto da vida, mas ainda assim, ele garante que, após o transplante, a mudança foi para bem melhor. “Não dava para pensar no futuro porque eu não sabia se haveria futuro. O transplante me deu esperança e vida nova”, comenta.

Muitos pacientes renais crônicos esperam a mesma sorte de Silva e aguardam ansiosamente por um transplante de rim. Enquanto este dia não chega, eles vivem com ajuda da máquina de hemodiálise.

(Com informações da Unimed Londrina)