A OMS (Organização Mundial da Saúde) definiu o dia 24 de junho como o Dia Mundial de Prevenção de Quedas é para alertar a população sobre os riscos das quedas para a saúde, especialmente entre idosos.

Segundo o médico ortopedista Gustavo Ribeiro, associado da AML (Associação Médica de Londrina), o envelhecimento natural do corpo favorece alterações musculoesqueléticas que podem causar impacto social e impor limitações no cotidiano, comprometendo a qualidade de vida do idoso.

“A perda da massa óssea, da força muscular, do equilíbrio corporal e a osteoartrose são alguns dos fatores importantes que causam limitações das atividades diárias, tornando o idoso mais frágil e dependente para, por exemplo, levantar da cadeira, subir e descer escada ou manter o equilíbrio para desviar de obstáculos”, elenca o médico.

PRINCIPAIS CAUSAS

Conforme ele, a queda no idoso pode sinalizar o início de fragilidade ou indicar doença aguda. “As principais causas de queda no idoso são a baixa aptidão física, a fraqueza muscular de membros inferiores, o equilíbrio diminuído, a marcha lentificada com passos curtos, diminuição da visão e audição, deformidade dos pés, o dano cognitivo, a doença de Parkinson, o uso de medicamentos sedativos e ansiolíticos e o uso combinado de vários medicamentos”, cita.

O médico aponta, ainda, fatores relacionados ao ambiente, como:

Ambientes mal iluminados ou muito escuros;

Casas mal planejadas;

Disposição inadequada de móveis, atrapalhando a locomoção pela casa;

Móveis instáveis que não servem como apoio;

Objetos escorregadios espalhados pela casa.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, também são fatores de risco para quedas:

Medicamentos: estudos demonstram que o uso de medicamentos aumentam o risco de quedas, especialmente em pacientes idosos mais frágeis ou que usam medicamentos com ação no sistema nervoso central, com causa de confusão, sonolência, tontura e outros efeitos adversos.

Condição clínica: hipertensão arterial sistêmica, diabetes, doenças neurológicas e osteoarticulares estão entre as doenças que afetam a força muscular. Por isso, é importante mantê-las controladas com medicamentos e hábitos saudáveis.

Sedentarismo: o sedentarismo ao longo do envelhecimento é extremamente prejudicial, pois está relacionado diretamente com a ocorrência de sarcopenia, que constitui na perda progressiva de massa muscular esquelética.

CONSEQUÊNCIAS

De acordo com o ortopedista, as consequências das quedas em pacientes idosos podem variar desde um trauma menor, como contusões e ferimentos superficiais da pele, até traumas maiores, como as fraturas ósseas.

“A fratura do fêmur proximal é apontada como a mais comum, grave e temida. Mas existem outras fraturas decorrentes de quedas, como as fraturas de punho, arcos costais e coluna vertebral.”

O ortopedista explica que a fratura do quadril significa um conjunto de fraturas do fêmur proximal. “As mais comuns são as fraturas do colo do fêmur, as fraturas transtrocanterianas e as fraturas subtrocanterianas. Na queda do idoso devido à fragilidade óssea também pode ocorrer a fratura da coluna vertebral por insuficiência óssea, da bacia, do rádio distal e do úmero proximal.”

“Há dois principais tratamentos para as fraturas do quadril: um é a osteossíntese, que é a fixação do osso com placas, parafusos ou haste intramedular, e o outro é a substituição do quadril por uma prótese articular, a chamada prótese do quadril”, diz o médico.

Ele reforça que as fraturas do quadril, na sua grande maioria, são de tratamento cirúrgico. Porém as fraturas da coluna vertebral e rádio distal são de tratamento não cirúrgico, com imobilizações, repouso e fisioterapia. No caso de contusões ou fraturas menos graves, o tratamento consiste nos cuidados locais com gelo, medicação e repouso.

“Infelizmente, as fraturas do quadril apresentam altas taxas de morbidade e mortalidade. Por isso, frisamos a grande importância da prevenção de quedas dos idosos”, destaca o médico.

Ele lista algumas dicas importantes para a prevenção de quedas:

Eliminar tudo o que possa ser obstáculo ou provocar escorregões dentro da residência como fios, tapetes e outros objetos;

Instalar suporte de corrimão e outros assessórios de segurança no banheiro e em outros cômodos, como sala, quarto e corredores;

Usar sapato com solado antiderrapante e não usar somente meias pela casa. Evitar sapatos frouxos ou deformados pelo desgaste;

Instalar iluminação suficiente para auxiliar a locomoção, principalmente no acesso ao banheiro. Evitar ambientes muito escuros;

Os armários devem ter portas leves e maçanetas grandes e fáceis de abrir. As roupas mais usadas devem estar à mão;

Evitar o uso de cadeiras baixas que dificultam o momento de levantar;

Evitar colchas e lençois feitos de tecidos escorregadios;

Usar meias de compressão elástica;

Praticar atividades físicas regulares;

Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;

Manter uma boa alimentação e hidratação.

“Como especialista em Ortopedia e Traumatologia, alerto para a importância de um atendimento rápido e eficaz após um evento de queda, além da prevenção e do tratamento das patologias ortopédicas na terceira idade”, completa o Dr. Gustavo Ribeiro, reforçando que o acompanhamento com médico vascular para a realização de check-up vascular regular é fundamental para a prevenção.

(Com informações da Comunicação AML)