Imagem ilustrativa da imagem Psicólogos discutem machismo e impacto na saúde das mulheres
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A humanidade se desenvolveu em sistemas sociais em que prevaleceram as funções de lideranças dos homens. Embora muitas mulheres venham lutando por seus direitos, o ambiente social e cultural ainda mantém suas estruturas. Segundo a psicóloga Marcela de Oliveira Ortolan, de Londrina, este universo pode impactar na saúde das mulheres. "É uma forma de opressão de gênero, não é enfocada em homens em específico, mas é a estrutura da sociedade. A opressão aparece de diversas formas: salário das mulheres, direitos ainda não conquistados, pesquisas médicas sobre o corpo feminino que ainda não foram realizadas... Nós não enxergamos isso porque não estamos treinadas a olhar", explica a psicóloga.

Dessa forma, a opressão pode gerar problemas emocionais, cognitivos e comportamentais, como estresse pós-traumático, depressão, crise de pânico e outros transtornos psicológicos, além da própria violência física. Assim, Ortolan alerta para a importância da percepção destas situações. "A gente começa a identificar no momento que a gente entende que essa opressão existe. Nós não vemos porque é de forma muito sutil", informa.

Para que haja uma mudança de comportamento, Ortolan acredita na importância de as mulheres continuarem exigindo seus direitos. "A legislação é importante, mas ela não é suficiente para mudar essa realidade. Uma das coisas mais importante para mudar, em matéria de estrutura social, é as mulheres se unirem para lutar por seus direitos", defende.

Como psicóloga, a especialista orienta que as práticas profissionais devem olhar para as mulheres como sujeitos que passam por essa opressão social e devem buscar o empoderamento feminino, além de orientar os pacientes sobre uma educação igualitária.

Com esse olhar, o Núcleo Evoluir irá apresentar o tema por meio do curso "Introdução à análise do comportamento e feminismo: implicações na prática clínica", na busca de orientar profissionais da área de psicologia na identificação e orientação de pessoas em sofrimento causado pelo machismo. O evento será no dia 2 de dezembro, às 9 horas, no auditório principal do Edifício Torre di Pietra (Av. Ayrton Senna da Silva, 500, Gleba Palhano).