A temperatura agradável, a manhã sem chuva e a paisagem arborizada do campus da Universidade Estadual de Londrina contribuíram para que desgaste dos participantes da Prova Pedestre da UEL não fosse tão grande. Realizada na manhã deste domingo (17), o evento, que reuniu cerca 1,3 mil pessoas, tem como objetivo a promoção da saúde e a integração das pessoas.

Imagem ilustrativa da imagem Prova pedestre da UEL reúne 1300 participantes
| Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

Antes de começar a prova, cuja largada foi realizada no Cefe (Centro de Educação Física e Esporte), foi realizada uma sessão de alongamento e aquecimento para prevenir lesões. “Eu alongo e faço aquecimento sempre antes de correr; é importante. Não é só colocar o tênis e sair correndo”, observa o militar aposentado Gilmar Rubens dos Santos, 58, que pratica esportes há muito tempo e ingressou na corrida há cinco anos. “Os índices de glicemia e de colesterol estão todos em dia.”

Alongamento e aquecimento antes da largada
Alongamento e aquecimento antes da largada | Foto: Vitor Ogawa - Grupo Folha
 O militar aposentado Gilmar Rubens dos Santos  sempre realiza alongamentos e aquecimento antes das provas
O militar aposentado Gilmar Rubens dos Santos sempre realiza alongamentos e aquecimento antes das provas | Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

Para a recepcionista e estudante de educação física, Camila Silva Lima, 27, o número de adeptos da prática da corrida está aumentando cada vez mais. “A gente, que é da área da educação física, sabe da importância dessa atividade para a prevenção do colesterol, diabetes e os problemas de cardiopatia. Mas tem também a parte social, já que as pessoas vêm, conversam e fazem amizade. Uma prova pedestre é super importante para isso também”, ressalta.

A estudante de educação física Camila Silva Lima e sua filha Helena
A estudante de educação física Camila Silva Lima e sua filha Helena | Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

Lima foi com a filha Helena, 4. “Essa educação para a atividade física desde criança é importante para que ela não se torne uma adulta sedentária”, aponta. “Se for bem orientado por um profissional de educação física, não tem problema algum a criança praticar exercícios físicos.”

O arquiteto Marcos Antônio Romero participa de corridas há três anos
O arquiteto Marcos Antônio Romero participa de corridas há três anos | Foto: Vitor Ogawa - Grupo Folha

O arquiteto Marcos Antônio Romero, 56, é adepto de corridas há três anos. “Eu corro três vezes por semana. Nos treinamentos geralmente percorro de três a quatro quilômetros”, ressalta. Embora correr seja uma atividade para manter a saúde, ele diz que procurou participar de um grupo para a melhoria de outros aspectos. “Ajuda a manter a saúde mental, pois interajo com mais pessoas e ao mesmo me distraio. Para a saúde física é importantíssimo a gente ter atividade frequente para que as situações do dia a dia fiquem mais amenas”, explica.

A enfermeira Alessandra Alves Florentino começou a correr há cinco meses
A enfermeira Alessandra Alves Florentino começou a correr há cinco meses | Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

A enfermeira Alessandra Alves Florentino, 37, começou a correr há cerca de cinco meses, já sentiu os efeitos positivos. “Estou muito feliz porque cada vez que a gente participa de uma prova a gente quer correr mais e mais.” Ela não era uma pessoa sedentária, mas percebeu as mudanças com a prática da corrida. “Eu faço ginástica funcional há três anos e musculação também, mas correndo você perde mais peso e percebe bastante mudança em seu corpo. Melhorou bastante o meu condicionamento físico e minha resistência”, aponta.

Florentino recomenda às pessoas sedentárias que iniciem a prática de atividade física. “As pessoas precisam começar, nem que seja por uma caminhada. Por ser enfermeira percebo a diferença na recuperação dos pacientes entre aqueles que praticam atividade física e os que não praticam. As pessoas que praticam exercícios têm uma recuperação melhor e isso é muito importante”, ressalta.

DIVULGAR ESPAÇOS

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Esta é a 13ª edição da Prova Pedestre da UEL e todos os anos a competição integra estudantes, professores e servidores da universidade e a comunidade externa. “Ela acontece dentro da UEL e são dois grandes aspectos para destacar: a promoção da atividade física, que faz com que a pessoa melhore a sua saúde; e a integração das pessoas”, ressalta o professor Hélio Serassuelo, um dos organizadores da prova.

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Segundo ele, muitas pessoas foram participar sem a intenção de ganhar a prova, mas para encontrar com as pessoas. “Para nós, da UEL, também é a oportunidade de trazer as pessoas da sociedade para o campus. A prova passa pelos prédios da reitoria, do hospital, do centro odontológico, entre outros locais. Isso ajuda a divulgar os espaços em que a UEL realiza seus trabalhos.”

O professor Hélio Serassuelo e o  vice-reitor Décio Sabbatini Barbosa enalteceram o número recorde de participantes.
O professor Hélio Serassuelo e o vice-reitor Décio Sabbatini Barbosa enalteceram o número recorde de participantes. | Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

“Um evento como esse serve para mostrar a resiliência e resistência frente a todas as dificuldades que nós enfrentamos. Apesar de todas as dificuldades estamos vencendo o ano e em 2020 vamos manter o mesmo pique e melhorar cada vez mais “, afirma o vice-reitor da UEL, Décio Sabbatini Barbosa. “A prova pedestre é um evento bacana e importante para a nossa sociedade conhecer a universidade.”

A prova deste ano teve como tema "Dedicado à proteção da água em nosso planeta" e comemora também o aniversário da UEL. "Cada ano é escolhido um tema relacionado ao o meio ambiente. A gente tem observado que a água foi um tema recorrente o ano todo e resolveu homenageá-la", aponta Serassuelo.

EUFORIA E BEM-ESTAR

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A melhora da saúde e do condicionamento físico são consequências óbvias para quem pratica atividade física regularmente, mas há também melhorias do processo neurofisiológico e psicológico. Quem se exercita tem como benefício a liberação dos “hormônios do prazer”, que são a dopamina, a serotonina, a endorfina e a ocitocina. Essas substâncias químicas produzidas pelo cérebro estão ligadas às sensações de motivação, alegria, euforia e ao bem-estar geral.

Quem pratica corrida sabe como é prazeroso chegar ao fim de uma prova, ao desafiar os limites do próprio corpo e atingindo metas ao percorrer percursos, muitos deles ligados à natureza. Ao se observar a paisagem enquanto corre, o atleta também se desliga do dia a dia estressante.

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Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo, coordenada por Ary Rocco, da Escola de Educação Física e Esporte da USP, comprovou que a corrida está diretamente ligada ao sentimento de felicidade. O estudo foi feito com 1.154 usuários do Strava, uma rede social utilizada principalmente para rastrear exercícios de ciclismo e corrida, usando dados de GPS. O estudo apontou que 81% desses usuários afirmaram que a corrida é o elo de todos esses caminhos até a felicidade.

Segundo o estudo, 91% dos participantes responderam que correr traz qualidade de vida; 59%, que a corrida é uma ótima oportunidade de passar mais tempo com os amigos; 94% deles veem nessa atividade física um caminho para se manter saudável; e 90% dos usuários creditam à corrida o motivo para se manterem fisicamente ativos.

O estudo apontou que 92% dos corredores se sentem bem depois de correr e 90% disseram que aliviam o estresse fazendo essa atividade física. Para 87%, correr reduz a ansiedade e para 80% ela melhora a autoconfiança.