O projeto “Acolher – atendimento psicológico para mulheres enlutadas pela Covid-19”, implantado recentemente em Londrina, atenderá gratuitamente o público feminino que perdeu familiares para o coronavírus. Prioritariamente serão selecionadas as mulheres acima de 18 anos em situação de vulnerabilidade social ou sem condições financeiras de custear serviços dessa natureza. No Brasil, oficialmente são mais de 588 mil mortes decorrentes da doença. Somente no Paraná, o número ultrapassou a casa dos 23 mil e, em Londrina, foram mais de 2 mil falecimentos.

Imagem ilustrativa da imagem Projeto oferece atendimento para mulheres enlutadas em Londrina
| Foto: iStock


A ideia do projeto, realizado em parceria com a Unopar/Pitágoras, surgiu durante os atendimentos prestados pela secretaria municipal de Políticas para Mulheres, em que as servidoras municipais perceberam que várias pessoas precisavam de suporte emocional e desejavam ter acesso a alguma ajuda especializada, porém não tinham condições para pagar pelo tratamento.

A assistente social e servidora da secretaria, Lucimar Rodrigues, perdeu sua irmã de 61 anos para a Covid-19, há cerca de três meses. De forma repentina, a doença levou sua irmã e deixou o cunhado com sequelas até hoje, como o comprometimento de mais da metade do pulmão. Para ela, que sempre cuidou das pessoas, agora é a vez de receber ajuda, por meio do projeto. “O luto é um tema muito difícil de lidar e de aceitar, principalmente nesta situação que estamos vivendo com a Covid. Quando isso bate na nossa porta e na nossa vida, e a gente sabe que não vai mais ver a pessoa amada e que não pôde se despedir, a dor é imensurável. As pessoas não sabem como ela é. Se soubessem, elas se cuidariam mais, prestariam mais empatia ao outro. Só quem passa, sabe como é essa dor, como ela é forte demais”, contou emocionada.

“Este atendimento humanizado do projeto Acolher e a oportunidade que estamos dando às mulheres auxiliarão a população para caminhar rumo à superação. Não existe um caminho fácil ou uma fórmula pronta, mas precisamos encontrar juntos os meios de superar a Covid-19”, enfatizou a reitora da instituição, Flávia Pomin Frutos. "Nosso objetivo é dar apoio a elas, para que todas consigam superar esse período tão difícil, que é o de perder alguém”, acrescentou a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Liange Doy Fernandes.

COMO CONSEGUIR AJUDA

As mulheres que estiverem passando por esse momento dolorido e quiserem buscar ajuda devem entrar em contato com a secretaria municipal pelo (43) 99945-0056. As inscrições serão realizadas pelas servidoras do Centro de Oficinas para as Mulheres, que encaminhará a lista das interessadas para a coordenação do curso de psicologia da Pitágoras/Unopar. Os docentes do curso farão a triagem e, posteriormente, entrarão em contato com as mulheres que participarão do projeto.

Inicialmente, o projeto disponibilizará 40 vagas e, segundo a coordenadora do curso de psicologia, Giuliana Temple, os atendimentos serão realizados em duas frentes, sendo a primeira delas em grupo e a segunda individualmente. Ambos deverão acontecer na Clínica de Psicologia da instituição.

A expectativa é que sejam realizados, no mínimo, 20 encontros, sendo que eles acontecerão semanalmente e terão cerca de duas horas de duração. “Temos duas professoras trabalhando diretamente com o projeto e os alunos de psicologia serão orientados por elas, para saberem como lidar com os temas que forem surgindo. As pessoas, que identificarmos a necessidade de um acompanhamento individualizado, serão encaminhadas para o atendimento individual na Clínica Escola”, detalhou Temple. (Com informações do N.Com)

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