Os profissionais e gestores da Saúde que participaram do 6º Encontro Mãe Paranaense, em Curitiba, finalizado na última sexta-feira (5), se comprometeram a ampliar a redução da mortalidade infantil no Estado para atingir índices menores que 10. Atualmente, a média estadual é de 10,49 mortes de bebês por 1000 nascidos vivos, o menor índice da história da saúde pública paranaense.

"Estamos reduzindo a mortalidade materno-infantil sistematicamente, mas é preciso fazer mais. Reduzir a mortalidade infantil a um dígito é uma meta viável, mas que só será alcançada com o comprometimento de todos, com ações coordenadas em todos os pontos de atenção à saúde", disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.

Durante a abertura do Encontro, a diretora da 12ª Regional de Saúde, Cregair de Oliveira, e a gestora do município de Tapira, Andrea Batista Alves, assinaram um Termo de Compromisso e Responsabilidade em baixar os índices do município e da região, que atualmente estão acima da média estadual.

"O documento é simbólico, mas esse é o objetivo de todos os profissionais que atuam na área materno-infantil. É importante ter uma meta estabelecida, o que nos motiva a aperfeiçoar cada vez mais os processos de trabalho para evitar mortes", disse Cregair.

OFICINAS – O desafio de reduzir a mortalidade infantil no Estado foi reforçado durante as oficinas de atualização dos protocolos da Rede Mãe Paranaense durante os dois dias do encontro. Médicos e enfermeiros de Unidades de Saúde municipais, dos centros Mãe Paranaense e hospitais da rede tiveram acesso aos dados epidemiológicos da atenção materno-infantil do Estado e a novos protocolos de atuação.

Uma das novidades deste ano é o Manual de Gestão de Caso. Um instrumento que vai permitir sistematizar a atenção às gestantes identificadas como de risco intermediário e alto risco, como gestantes indígenas (risco intermediário) ou mulheres hipertensas e diabéticas.

"O manual oferece às equipes uma série de critérios para avaliar a condição de saúde das gestantes e um plano de intervenção para evitar que o quadro se agrave, quando necessário", explicou o superintendente de Atenção à Saúde da secretaria estadual, Juliano Gevaerd.

O diretor do Departamento de Atenção Básica de Araucária, Alexandro Radin, participou dos seis encontros Mãe Paranaense e diz que o apoio do Estado tem sido fundamental para ampliar resultados. "Desde o início do ano estamos empenhados em diminuir as taxas de mortalidade e cuidar das duas vidas que somos responsáveis: a da mãe e do bebê. Os índices de Araucária já estão abaixo do nível, 8,4. Com a parceria entre o Estado e as regionais, esperamos diminuir ainda mais", falou.

ENCONTRO MÃE PARANAENSE – A secretária municipal de Saúde de Terra Boa, Márcia Zambon, participa há três anos do encontro e conta que em sua região os índices eram alarmantes. "Antes, o índice era muito alto, tínhamos problemas com os prestadores e hospitais. As ações implantadas com a Rede Mãe Paranaense fizeram a diferença. Hoje sabemos que é possível reduzir para um dígito e vamos colocar toda nossa força e garra para conseguir", destacou.

A enfermeira da Unidade Básica de Saúde de Florestópolis, Cibele Furlaneto Camargo, participou pela primeira vez do encontrou. "Os temas abordados são os mesmos que enfrentamos em nosso dia a dia na unidade de saúde. Saio daqui motivada e pronta para repassar o conteúdo aos colegas de trabalho. Aceitamos o desafio e vamos melhorar ainda mais a qualidade de saúde das nossas gestantes", ressaltou.

"Participei de todos os encontros e sei que seguindo os protocolos da Rede é possível sim diminuir nossos índices. A Atenção Primária também precisa estar pronta para diagnosticar e encaminhar, se necessário, os casos de médio e alto risco", afirmou a obstetra do município de Santa Cecília do Pavão, Érika Ashakura.