| |

Saúde 5m de leitura

Pesquisadores comemoram novo tratamento para fibrose cística

Fármaco triplo ataca as causas genéticas da doença e, segundo pesquisadores, demonstrou grande efetividade

ATUALIZAÇÃO
03 de novembro de 2019

France Presse
AUTOR

 

Washington - Uma nova terapia com um fármaco triplo que ataca as causas genéticas da fibrose cística demonstrou elevada efetividade no tratamento deste raro trastorno, que oferece risco à vida, informaram pesquisadores na semana passada, após exames clínico históricos.

A descoberta, 30 anos depois de ser identificado o gene que causa a doença, foi classificada como um "motivo de celebração" por Francis Collins, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde, que integrou a equipe que fez a descoberta genética original. 

Trikafta é uma combinação de três drogas direcionadas ao gene CFTR, responsável pela doença, que afeta 30 mil americanos e resulta na formação de uma mucosidade espessa nos pulmões, no trato digestivo e em outras partes do corpo. Isto cria problemas respiratórios e digestivos, além de expor os pacientes a complicações como infecções e diabetes. A expectativa de vida média é de 30 a 40 anos, e historicamente ainda mais baixa antes dos avanços em medicamentos que aliviam os sintomas.

A nova terapia se dirige à mutação mais comum do gene CFTR, a Phe508del, que representa cerca de 90% dos casos.  "Os resultados de dois testes clínicos de fase 3 (...) mostram benefícios impressionantes", escreveu Collins em um editorial para o New England Journal of Medicine, publicada  no dia 31 de outubro.

Os dois testes examinaram a quantidade de ar que os pacientes conseguiam expulsar com a respiração forçada, um marcador da progressão da doença.  No primeiro teste, os níveis médios aumentaram 13,8% em comparação com um placebo, enquanto no segundo os níveis médios aumentaram 10% em relação ao valor inicial em comparação com uma combinação de medicamentos anterior.

"Isto deveria ser motivo de uma grande celebração", disse Collins. Ele explicou que ainda é preciso trabalhar mais para pacientes com outras formas de mutações que não responderem à nova terapia. 

 Além disso, acrescentou, o melhor resultado virá quando as mais de 70 mil pessoas com a doença em todo o mundo não precisarem de medicamentos devido a uma cura permanente alcançada através da edição genética.

PUBLICAÇÕES RELACIONADAS