Imagem ilustrativa da imagem Outono: temperaturas mais amenas e risco de doenças respiratórias
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São Paulo - O outono, que começou no dia 20, traz temperaturas mais amenas e diminuição das chuvas, o que deixa o tempo mais frio e seco. Nesta época, as condições favorecem aumento na transmissão de vírus respiratórios e podem piorar o quadro de doenças como asma e bronquite. Médicos também apontam elevação de 40% na incidência de quadros alérgicos.

"As infecções respiratórias têm esse aumento sazonal porque as temperaturas mais baixas e o clima mais seco acabam favorecendo a persistência de gotículas no ar por mais tempo", diz Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Oswaldo Cruz. O médico afirma que, nesta época, as pessoas tendem a manter ambientes mais fechados, o que aumenta a transmissão de vírus respiratórios.

Consequentemente, há maior incidência de gripes, resfriados e pneumonias. Em crianças, crescem os casos de bronquiolite, infecção cujos sintomas incluem febre, falta de ar, náusea e vômito.

Outra variável que interfere é a maior concentração de poluentes no ar. "Além do ar seco manter uma persistência prolongada de poluentes no ar, as temperaturas mais baixas mantêm a poluição nas camadas mais baixas da atmosfera", diz Prado.

A chegada do outono também impacta a presença de alérgenos no ar, o que aumenta a incidência de alergias respiratórias. "As doenças mais predominantes são a rinoconjuntivite alérgica e a asma brônquica alérgica", explica Cristina Abud, alergologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Segundo a médica, a rinite traz coriza, espirros, coceira e obstrução nasal. A conjuntivite alérgica, por sua vez, tem lacrimejamento, coceira nos olhos e vermelhidão na membrana conjuntiva.

Já a asma alérgica tem sintomas como os da asma comum –dificuldade para respirar, chiado no peito, tosse–, mas é desencadeada por exposição a substâncias como pólen e poeira.

Medidas preventivas são importantes. "Manter ambientes arejados, aumentar a umidade com uma bacia de água ou toalha úmida e evitar varrer a casa, dando preferência a panos úmidos na limpeza", afirma a alergologista.

"Todas as medidas que a gente vem adotando para a redução do risco do contágio do coronavírus, como o distanciamento social, o uso de máscaras e a higiene das mãos, provocaram uma redução drástica na incidência de outras doenças respiratórias virais, como a gripe causada pelo vírus influenza", diz Prado.

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CORAÇÃO

Características do outono, como queda da temperatura e redução da umidade do ar, sobrecarregam o sistema cardiovascular, já que o corpo precisa se adaptar às mudanças. As alterações climáticas aumentam o risco de eventos como infarto agudo do miocárdio, AVC (acidente vascular cerebral) e anginas (dores no peito).

"Para suprir nosso organismo com energia adequada, temos alguns efeitos compensatórios: há uma redução do calibre dos vasos sanguíneos e um aumento da frequência cardíaca, o que faz com que o coração tenha maior sobrecarga", explica Jairo Pinheiro, cardiologista do HCor. Por isso, nesta época do ano, é importante que pacientes que sofrem com insuficiência cardíaca, arritmias e insuficiência coronariana estejam atentos e com a saúde em dia.

Segundo o médico do HCor, as doenças respiratórias que se fazem presentes durante o outono e o inverno também contribuem para o aumento de problemas cardiovasculares. "É importante nos prepararmos do ponto de vista fisiológico, ou seja, se agasalhando e se hidratando adequadamente para minimizar esses efeitos", complementa Pinheiro. O cardiologista reforça a importância de uma alimentação saudável, sem exagero de comidas gordurosas, da prática de exercícios físicos e da preservação de uma boa noite de sono.

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