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Saúde 5m de leitura

Musculação pode diminuir sintomas de depressão em idosos

Assunto é tratado em artigo de ex-aluno da UEL, publicado recentemente em uma revista especializada

ATUALIZAÇÃO
27 de março de 2024

Reportagem local
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Imagem ilustrativa da imagem Musculação pode diminuir sintomas de depressão em idosos

Ex-aluno do Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física UEL/UEM (Universidade Estadual de Londrina e Universidade Estadual de Maringá), Paolo Cunha publicou recentemente artigo na revista Psychiatry Research, demonstrando que a prática do treinamento de força (musculação) pode provocar a diminuição dos sintomas de ansiedade e depressão em idosos.

As evidências foram construídas com base em mais de 200 artigos revisados sobre essa temática e somam-se aos já conhecidos benefícios do treinamento de força para a população idosa, tais como o ganho de força e massa muscular, redução da gordura corporal, melhoria da autonomia funcional e, consequentemente, diminuição no risco de quedas e fraturas, entre tantos outros. Cunha atualmente faz pós-doutorado no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, em São Paulo.

O professor do Departamento de Educação Física da UEL Edilson Serpeloni Cyrino, um dos colaboradores do estudo,  ressalta que as informações publicadas são bastante promissoras para a prevenção e tratamento de doenças psiconeurológicas que afetam a saúde mental.

“Acreditamos que a prática do treinamento de força, junto com o aumento da interação social provocada por projetos envolvendo grupos de idosos, possa ser o grande diferencial para os resultados encontrados”, afirma o pesquisador, que é coordenador do Gepemene (Grupo de Estudo e Pesquisa em Metabolismo, Nutrição e Exercício), do Centro de Educação Física e Esporte da UEL e responsável pelo Active Aging Longitudinal Study,.

A preservação de uma boa saúde mental é fundamental para um envelhecimento bem sucedido, uma vez que influencia a qualidade de vida, autonomia e longevidade. Nesse sentido, a prática de exercícios físicos em grupo ocupa um papel de destaque nesse processo, segundo o professor, pois se tratar de uma estratégia não farmacológica, com baixo risco de efeitos colaterais, eficaz, segura e que pode auxiliar na redução dos custos financeiros com consultas médicas, uso de medicamentos, internações e cirurgias de urgência.

SAÚDE DE MULHERES IDOSAS

O projeto Active Aging Longitudinal Study, desenvolvido na UEL desde 2012, é o principal estudo do mundo na área do treinamento de força aplicado à saúde de mulheres idosas.

O projeto já atendeu cerca de 400 mulheres com mais de 60 anos e conta neste momento com 84 participantes, que são acompanhadas de forma sistemática por uma equipe multiprofissional composta por estudantes e profissionais de Educação Física, Nutrição, Psicologia, Farmácia e Medicina. As sessões de treinamento de força são realizadas três vezes por semana. Testes, medidas e avaliações são aplicados periodicamente a cada três meses para análise da eficácia e eficiência do treinamento resistido e, também, para identificação dos efeitos deletérios do avanço da idade e do destreinamento.

O projeto é gratuito e os equipamentos e o material de consumo utilizados são financiados principalmente com recursos da Fundação Araucária, Capes, Ministério da Educação,  Finep e CNPq.

DESAFIOS DO PROJETO

Com base nos resultados publicados até o momento, o professor Cyrino sustenta que o treinamento de força é uma ótima ferramenta para combater muitos dos efeitos prejudiciais associados ao envelhecimento, atuando na prevenção e controle de diversas doenças crônico-degenerativas como hipertensão, diabetes, cardiopatias, obesidade, dislipidemia (alterações nos níveis de colesterol e triglicérides), artrose, osteoporose, entre tantas outras.

Além disso, a prática regular do treinamento fortalece músculos e articulações, o que reduz dores e melhora o equilíbrio estático e dinâmico. As possíveis contribuições desse tipo de treinamento para a melhoria da função cognitiva, da qualidade do sono e para o controle da ansiedade e depressão têm sido os grandes desafios do projeto neste momento.

Devido à enorme demanda, novas vagas para participar do projeto serão disponibilizadas somente a partir do mês de novembro, mediante processo de avaliação prévia. Os contatos podem ser feitos pessoalmente no Laboratório de Metabolismo, Nutrição e Exercício, no Centro de Educação Física e Esporte da UEL, de segunda a sexta-feira, em horário comercial.

(Com informações da Agência UEL)

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