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2019 começou há algumas semanas e com o novo ano reflexões, planos e objetivos a serem colocados em prática ao longo dos próximos 12 meses. Trocar de carro, comprar uma casa, crescer de cargo no trabalho. A lista é extensa e variada, mas muitas vezes a saúde fica de lado ou em segundo plano. O Ministério da Saúde relacionou uma série de ações que podem ser desenvolvidas para que se tenha verdadeiro Ano Novo. É uma lista com atitudes que podem proporcionar uma vida mais saudável para quem segue e para aqueles que vivem ao redor. Afinal, do que vale ter metas se não tem saúde para executá-las? A FOLHA traz esta lista e depoimentos de especialistas e pessoas para orientar e incentivar um verdadeiro ciclo de novidades, com saúde.

Melhore sua alimentação
Não bastam dietas esporádicas na busca por uma vida melhor se não é seguida uma alimentação saudável constante. O educador físico Israel Lopes tem adotado uma dieta regrada há 13 anos. Incomodado com a magreza excessiva, resolveu apostar em alimentos que o ajudasse a ganhar massa muscular e peso, mas que fossem benéficos para o corpo. Na época atuava como árbitro. "A alimentação saudável foi de grande importância para minha vida. Com o acompanhamento de nutricionista fiz vários tipos de dietas: para ganho de peso, aumentar massa muscular a agora hipertrofia", conta.

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| Foto: Anderson Coelho



Lopes passou de 56 quilos, em 2006, para 70 quilos em 2019. No período tomou tanto gosto por este estilo de vida, aliado à prática de atividade física, que cursou educação física, abriu uma academia na zona norte de Londrina, e agora está na faculdade de nutrição, além de manter um grupo de corrida. Ele faz de sete a nove refeições diariamente, todas ricas em carboidratos de boa qualidade, proteína animal sem gordura, legumes e frutas. "A minha dieta hoje é divida em três partes, sendo 35% em proteína, a mesma quantidade de carboidrato e 30% de gordura", descreve ele, que é conhecido como "Rael".

Cuide da saúde mental
Muitas pessoas acabam se preocupando com a saúde do corpo em geral, porém esquecem de uma área muito importante: a mente. Estar bem com a saúde mental influencia nas ações do dia a dia. "A saúde mental é abstrata. Não é como a doença do corpo, como dor física, pois é mais sutil e passível de preconceito. Acham que é fraqueza, frescura. Ter saúde mental é poder funcionar bem com a vida", afirma o psicanalista londrinense Sylvio do Amaral Schreiner.

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Ele adverte que entre nos sinais de saúde mental fragilizada aparecem a angústia, depressão e falta de vontade e desejos. "A vida fica custosa. A saúde mental não é quando está tudo bem, mas sim quando passa por tudo de uma maneira que consiga sobreviver e crescer, mesmo com os problemas. É algo de analisar como estamos lidando com o que está acontecendo. A saúde mental precisa ser olhada com mais respeito e valorização", diz, lembrando que neste mês é celebrado o Janeiro Branco, dedicado para debater com mais ênfase a saúde mental e emocional.

Diminua o consumo de álcool
Beber aos fins de semana ou durante festas é comum. Porém exagerar na quantidade, consumo e frequência pode trazer males. A OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que o uso nocivo de álcool é responsável por uma a cada 20 mortes no mundo, sendo a maioria homens. O consumo médio diário de pessoas que bebem álcool é de 33 gramas de álcool puro por dia. Em todo o mundo, mais de um quarto (27%) de todos os jovens com idade entre 15 e 19 anos consomem álcool atualmente.

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Pare de fumar
O cigarro pode causar quase 50 doenças. Isto ocorre em razão da quantidade de substâncias químicas da sua composição, que são desfavoráveis para a saúde. O tabaco está relacionado ao desenvolvimento de doenças pulmonares, câncer em diversos órgãos e doenças cardiovasculares, entre outras. Todos os derivados do tabaco, que podem ser usados nas formas de inalação, incluindo o narguilé, de aspiração e mastigação são prejudiciais. Desde 2002 o tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde).

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Previna a hipertensão
Apesar de considerada o "mal do século", de acordo com o Ministério da Saúde, a hipertensão arterial pode ser evitada. O cardiologista Ricardo Rodrigues aponta que em 85% das vezes a doença não apresenta sintomas. "Por isso é necessário verificar a pressão arterial sempre. Os jovens devem medir pelo menos uma vez por mês", sugere. "Quando aparecem os sintomas os mais comuns são tontura, mal-estar e dor de cabeça", acrescenta.

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O especialista detalha que a hipertensão é ocasionada por dois fatores que interagem: o genoma e fatos externos. "Quando herda o genoma de família ele se manifesta depois do uma vida sedentária, de dieta com muito sal, ansiedade e obesidade, que são os fatores externos", específica o médico do Centro do Coração de Londrina. O controle é feito por meio da redução da ingestão de sal, exercícios diários e perda de peso. "Caso a pressão persista em ficar alta introduz medicamentos", esclarece. Aproximadamente 5% dos casos identificados consegue curar. O restante é controlado.

Evite o estresse excessivo no trabalho
Uma vida profissional desgastante e sobrecarregada pode evoluir para problemas psicológicos, como a Síndrome de Burnout. "É um estresse excessivo e crônico provocado justamente pelo excesso de trabalho. A pessoa fica tão esgotada que volta todas suas energias para o trabalho e não sobra para viver o restante da vida. Tem que manter em mente de que não existe funcionário perfeito", reflete Sylvio do Amaral Schreiner, psicanalista.

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Ele classifica alguns trabalhos como "tóxicos", o que corrobora para o estresse em nível demasiado. "Com o tempo precisa analisar até onde consegue tolerar isto. Ao contrário, vai se transformando em hábito e perde a qualidade de vida, se acostumando com o estresse. O trabalho toma um espaço que não é só dele, que é a vida pessoal."

Coloque a vacinação em dia
Não importa a idade, estar com a vacinação em dia é um dever que todo o cidadão tem que se atentar. "A vacina é muito associada à criança e deve-se desmistificar isso. O pessoal acima dos 60 anos tem o compromisso da vacina da gripe e as equipes das UBS (Unidades Básicas de Saúde) acabam verificando outras vacinas do calendário nacional. Mas as pessoas acima dos cinco anos e abaixo dos 60 esquecem e não se preocupam em imunizar", alerta Sônia Fernandes, diretora de Vigilância em Saúde de Londrina. Com o aumento de casos de febre amarela e a volta da circulação do sarampo no País, aqueles que vão viajar precisam de cuidado redobrado. "Dez dias antes de viajar tem checar a carteira de vacinação, seja criança ou adulto", destaca.

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| Foto: Marcos Zanutto 22-04-2014



Combata o Aedes aegypti
Dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Estas são as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Por isso, combatê-lo é essencial para evitar a proliferação do transmissor e consequentemente das patologias. "Temos que entender que toda a população deve estar de olho. Se vai viajar ou ficar em casa atente para verificar o quintal, não deixando o acúmulo de água em nenhum recipiente", elenca a diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes.

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| Foto: Arquivo Folha



Os sintomas da dengue são febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e articulares. Em casos graves, há hemorragia intensa. Entre os principais criadouros estão a caixa d'água, vasilhas de plantas e de animais e pneus. "Também é importante dar destino ideal para os resíduos, não jogando nas ruas. Uma tampa de refrigerante, por exemplo, pode ser um criadouro do mosquito."

Se torne um doador de sangue e de órgãos
Atos altruístas são saudáveis para quem pratica e recebe. Doar sangue é um ato de solidariedade que a psicóloga Evelyn Guelfi exerce desde 2013. "Tenho boa saúde e as estatísticas mostram que nesta época do ano são poucos doadores e com muitos acidentes. Não custa nada doar, não dói. Nunca se sabe quem está precisando", incentiva ela, que recentemente esteve no Ihel (Instituto de Hematologia de Londrina) para doar, aproveitando seu período de férias no trabalho.

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| Foto: Anderson Coelho



O Ministério da Saúde calcula que apenas 1,8% da população brasileira é doadora de sangue. Para doar é obrigatório ter até 69 anos e peso igual ou superior a 50 quilos, entre outros quesitos. Ser doador de órgãos também é uma atitude nobre e que pode salvar vidas. Há dois tipos de doador: o vivo e o falecido. No Brasil, a doação de órgão só é feita após a autorização familiar.


Previna as infecções sexualmente transmissíveis
Usar preservativo (masculino e feminino) em todas as relações sexuais é a maneira mais eficaz de evitar a transmissão das infecções sexualmente transmissíveis, como HIV/ADIS e hepatites virais B e C. "A população em geral, e não somente os jovens, deixou de lado o uso de preservativo e doenças que tínhamos sob controle agora existem numa proporção grande. Também pela questão de múltiplos parceiros. Algumas dessas doenças estão associadas ao uso de drogas", cita João Luis Crivellaro, diretor do Centro Estadual de Epidemiologia.

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A camisinha masculina ou feminina pode ser retirada gratuitamente nas unidades de saúde. "Algumas doenças são silenciosas. Entre sintomas que costumam aparecer estão dificuldade para urinar e lesão no órgão genital. O sífilis, por exemplo, pode ser assintomático, com uma lesão única que passa desapercebida", exemplifica. O sistema público oferece tratamento gratuito.

Lute contra o preconceito com pessoas vivendo com HIV
Além da prevenção, lutar contra toda forma de preconceito com aqueles que vivem com as doenças sexualmente transmissíveis, e se inteirar mais sobre elas, são outras maneiras seguras de enfrentar a doença. A Aids é causada pelo HIV. O vírus pode ser contraído por meio de relação sexual, transfusão de sangue, materiais que perfuram a pele e na gravidez e amamentação. O HIV não é transmitido pelo contato físico, beijos, saliva, suor ou respiro.

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"Antigamente o preconceito era maior, mas com a questão do tratamento as pessoas têm mais opções de qualidade de vida, ainda mais com diagnóstico precoce e tratamento no tempo oportuno. É papel da população buscar no serviço público os preservativos e saber conviver com quem tem a doença", recomenda Mara Franzoloso, enfermeira da Divisão de DST, Aids e Hepatites Virais da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).