O medo de procurar atendimento de emergência para as crianças é imprudente, porque dificulta um diagnóstico precoce e pode gerar o agravamento do quadro clínico da criança que precisa de cuidados médicos de urgência.

Young child wearing a respiratory mask as a prevention against the Coronavirus Covid-19. Little boy wearing anti virus mask staying at home. Protection against flu and virus infection
Young child wearing a respiratory mask as a prevention against the Coronavirus Covid-19. Little boy wearing anti virus mask staying at home. Protection against flu and virus infection | Foto: dragana991

O pediatra Antônio Freitas, de Londrina, ressalta que estatisticamente a Covid-19 atinge pessoas mais idosas, com doenças prévias, mas ela também afeita o público infantil. “Na minha opinião o fator mais importante nesse momento é evitar que a criança adoeça, seja por Covid-19 ou não, e ter que passar por todo processo de pesquisa e controle. O isolamento social faz com que a criança fique não sujeita a vírus que se confundem com a Covid-19 e nesta fase do ano geralmente existem outras doenças respiratórias”, destaca o profissional, que atua no Pronto Atendimento da Unimed.

Ele explica que, no caso da pediatria, o isolamento social funciona muito bem. “As crianças até dois anos de idade, que frequentam creches, 'trocam' muitos vírus nesses espaços. Com o isolamento isso diminuiu muito. Chegamos a atender 600 pessoas por dia, hoje atendemos 200. Teve decréscimo de dois terços dos pacientes”, observa.

SINTOMAS

Segundo ele, os sintomas respiratórios da Covid-19 são semelhantes aos de qualquer infecção respiratória. “Tanto a influenza como H1N1 começam com sintomas parecidos. Um médico treinado tem facilidade de dar um nome às doenças. Com os vírus comuns, os pacientes começam a se recuperar em 48 horas, ao contrário do Covid-19, em que temos observado que de 24 a 48 horas as coisas começam a se complicar e mostram que as coisas não estão bem, apresentando sintomas como a falta de ar. Se há queda do estado geral tem que procurar os serviços senão perde o momento ótimo de tratamento”, detalha.

Sobre a possibilidade de contaminação por Covid-19 durante o atendimento, ele ressaltou que os consultórios e pronto atendimentos têm estabelecido fluxos separados dos pacientes. “Aqui em Londrina está bastante controlado. Tenho observado isso em vários hospitais que trabalho. No PA da Unimed, por exemplo, a gente se preparou muito. Fizemos reuniões internas, trouxemos infectologistas, construímos a melhor situação possível para atender muito bem de acordo com o que o Ministério da Saúde preconiza."

DOENÇA CRÔNICA

Em relação ao atendimento de crianças com doenças crônicas, o pediatra explica que normalmente os problemas desses pacientes já são reportados a um médico de consultório. “Se uma criança é diabética e tem uma descompensação que desencadeia um processo agudo, essas famílias já sabem que precisam procurar um médico quando isso acontece”, exemplifica. “Quando não consegue esse contato nos procuram no pronto atendimento. É preciso tranquilizar as pessoas que ao procurar um médico ou um pronto atendimento as melhores condições são preconizadas.”

AUTOMEDICAÇÃO

O pediatra desaconselha automedicação ou ministrar remédios aos filhos a prática e recomenda que as pessoas entrem em contato com o médico. Ele explica que nessa pandemia muita gente tem aquele receio de fazer isso, mas os pais não devem ministrar medicamentos sem prescrição médica. O atendimento médico pode evitar que uma dor intensa, por exemplo, se transforme em algo mais grave por falta de tratamento. Segundo ele, elas podem estar sendo tratadas de forma errada em casa, por falta de avaliação médica.