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Saúde 5m de leitura

Médico londrinense faz oração antes de começar os atendimentos

ATUALIZAÇÃO
07 de julho de 2020

Laís Taine - Grupo Folha
AUTOR

Antes de começar os atendimentos, o médico ortopedista e traumatologista de Londrina, Fernando Takao Cinagava, faz uma oração. O momento se passa dentro do próprio consultório e se repete por mais duas vezes ao dia. “A última é para agradecimento”, conta. “Como eu sou cirurgião, em todas as cirurgias tenho o momento de oração e entrega do trabalho para Deus”, acrescenta. 

Fernando Takao Cinagava:   “Quem tem fé em algo maior enfrenta de peito aberto e com muita perseverança"
 

De educação católica, o médico conta que nem sempre foi assim, mas que há 10 anos passou a contar com o auxílio da fé e compreender a importância disso na sua vida, inclusive para entregar um bom trabalho.  “A gente consegue oferecer mais, dando para a pessoa um tratamento que tem diferença no final”, aponta.  

Apesar de não falar de religião com os pacientes, ele acredita que a fé tem impacto no seu comportamento e conduta, o tornando um profissional mais acolhedor e mais sensível aos aspectos espirituais do paciente. “Aquela pessoa que consegue entender a questão espiritual aceita melhor o tratamento, confia mais na nossa missão. Se o médico consegue preencher a fragilidade do paciente, ele se sente acolhido e acolhe também o tratamento que precisa ser feito”, afirma.  

Esse contato engloba todos os aspectos do paciente e pode auxiliar na recuperação. “Vários estudos mostram que as pessoas que têm fé, espiritualidade, conseguem combater as doenças de um melhor jeito, com mais ânimo e têm resposta melhor ao tratamento. Isso é muito importante, tanto é que nos hospitais a abertura para que essas pessoas recebam um padre, pastor ou líder de uma religião é grande, porque sabem que isso é importante”, afirma. 

Cinagava explica que ele não precisa conversar sobre sua fé com o paciente, mas que está atento às crenças do paciente e ouve com respeito o que eles têm a dizer. “Na constituição diz que o estado e laico, existem várias religiões e nós temos que respeitar”, conta. Ele diz que,  independente de a pessoa atendida ter ou não uma crença, é a fé própria que faz com que ele ouça com atenção para atender os anseios de quem busca a cura.  

Para ele, o exercício da própria espiritualidade permite que tenha tranquilidade para realizar procedimentos muitas vezes complexos e que isso pode se encaixar em qualquer carreira. Aos pacientes, ainda mais em períodos de muitas dúvidas, como a pandemia do novo coronavírus, a fé de seus pacientes pode fazer a diferença. “Quem tem fé em algo maior enfrenta de peito aberto e com muita perseverança, tem um fervor de vida muito maior e consegue se agarrar no tratamento para conseguir vencer a situação”, defende. 

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