São Paulo - Uma das reclamações mais comuns no universo de skincare são as manchas, especialmente aquelas localizadas no rosto. E, para as peles negras, essa queixa aumenta consideravelmente em razão da hiperpigmentação. A dermatologista Thais Pepe, de São Paulo, explica que o mecanismo da produção de manchas na pele negra e na pele branca é um pouquinho diferente. Por isso, preparamos um guia com o que há de mais atualizado em termos de produtos, procedimentos e protocolos:

TIPOS E CAUSAS

Por ter menos melanina, a proteína produzida pelos melanócitos e que dá coloração aos olhos, cabelos e pele, as peles brancas tendem a manchar mais do que as negras, que têm mais melanina, uma vez que essa proteína serve como uma proteção da pele. "Porém, as hipercromias pós-inflamatórias, sejam as manchas pós-traumas e procedimentos, são mais comuns em peles negras, uma vez que a melanina é ativada exageradamente após alguns tratamentos", explica Pepe.

Ou seja, as peles negras têm uma tendência maior a ter uma pigmentação pós-inflamatória. "Qualquer processo inflamatório que ocorrer na pele, pode ser via acne, foliculite ou reações alérgicas diversas, pode criar manchas acastanhadas", resume Beni Moreinas, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Outro destaque é o melasma, tipo de mancha persistente. "Na pele negra, muitas vezes, o diagnóstico do melasma se confunde com outras hiperpigmentações, como acantose nigricans ou o espessamento e escurecimento da pele por resistência insulínica ou diabetes. Há também quem esqueça o protetor solar, por exemplo, e se exponha ao sol por tempo excessivo", relata Katleen da Cruz Conceição, dermatologista e chefe do setor de dermatologia para pele negra do grupo Paula Bellotti, no Rio de Janeiro.

TRATAMENTO

O tratamento deve ser feito após uma avaliação de um dermatologista. Para Moreinas, é importante a utilização de produtos uniformizadores associados a alguns anti-inflamatórios, para tratar também as causas das manchas. "É preciso avaliar as causas com cuidado, para que elas não voltem a ocorrer depois de tratar as manchas", comenta ele.

Conceição reforça que cada pele é única. "Os tratamentos são feitos de forma individualizada, de acordo com as suas necessidades. Porém, para uso em casa sob supervisão, gosto muito dos alfahidroxiácidos, os AHAs, como o ácido glicólico. Antioxidantes, como a vitamina C, também ajudam", elenca.

Quanto aos procedimentos, Pepe destaca, principalmente, os lasers. "Os de nanosegundos, como o Spectra, os lasers de picossegundos, cuja duração do pulso é ultra rápida, e o laser fotona são os mais utilizados e eficientes", pontua a especialista.

MANCHAS ESBRANQUIÇADAS

Existe o risco de ficar com manchas esbranquiçadas, por isso qualquer procedimento para manchas exige cuidado. "Existem tratamentos com peelings à base de hidroquinona ou lasers que despigmentam muito a pele, que acabam 'matando' o melanócito, assim, deixando de produzir melanina. Com isso, aparecerão manchas brancas", enfatiza Pepe.

A pele negra, especificamente, exige muito cuidado, pois possui muito pigmento que vai absorver a luz do laser. "Então, ela vai ser mais sensibilizada, o que, consequentemente, aumenta o risco de complicações, tanto na formação de manchas brancas, quanto na formação de manchas escuras", explica.

PROTETOR SOLAR

Seja com ou sem tratamento para manchas, a pele negra não pode deixar receber protetor solar de amplo espectro. "Procure por produtos que sejam em sérum ou gel creme, menos oleosos", indica Conceição. O uso do filtro solar diariamente é indispensável mesmo em dias nublados ou em ambientes fechados.

Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1