Imagem ilustrativa da imagem Incidência de câncer de mama aumenta em mulheres mais jovens
| Foto: iStock

Entre os fatores de risco para câncer de mama, a idade acima dos 50 anos é considerado o mais importante. Porém, nos últimos anos a literatura médica tem registrado um aumento da incidência da doença em mulheres abaixo dos 35 anos.

Imagem ilustrativa da imagem Incidência de câncer de mama aumenta em mulheres mais jovens
| Foto: iStock

Segundo a oncologista clínica e paliativista no HCL (Hospital do Câncer de Londrina), Heloisa Maria Freire Marconato, os números trazem um aumento de 2% para 4 a 5% de diagnósticos da doença em brasileiras mais jovens. A explicação, de acordo com ela, envolve alguns fatores. Os principais seriam genéticos (mutações dos genes BRCA1 e BRC2), perfil hormonal como, por exemplo, história reprodutiva e hormonal, além de fatores ambientais e comportamentais.

“O estilo de vida é muito importante, isto é, cuidar da alimentação, fazer exercícios físicos, não beber em excesso e não fumar”, cita. De acordo com ela, aproximadamente em 10% das mulheres mais jovens com câncer de mama, a causa está relacionada à mutação genética hereditária.

ESTILO DE VIDA

A campanha da SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia) neste ano aborda justamente a mudança de estilo de vida. “Diversos estudos revelam que o sobrepeso e a obesidade, além da falta de atividades físicas no dia a dia, aumentam os riscos para câncer de mama e ainda proporcionam uma má qualidade de vida para quem está em tratamento. Nosso alerta é para quanto antes mudar o estilo de vida melhor para a saúde e, desta forma, evitar que novos casos de câncer de mama ocorram”, afirma o presidente da entidade, Vilmar Marques, no site oficial.

Marconato comenta que a frequência de tumores agressivos é maior entre as mais jovens porque normalmente estão fora do grupo de rastreamento e pela dificuldade de leitura e interpretação dos resultados dos exames mamográficos devido à alta densidade mamária. “O desafio acaba sendo maior porque essas mulheres estão na fase reprodutiva, constituindo família e carreira profissional. O impacto acaba sendo muito grande”, diz.

NÚMEROS

O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima 66.280 casos novos de câncer de mama para cada ano do triênio 2020-2022. Em Londrina, o HCL registrou 2.392 atendimentos de pacientes com câncer de mama em 2019 e deste total, 414 foram de casos novos.

Quando diagnosticado em fase inicial, a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com resultados satisfatórios é maior. No entanto, é importante saber que mesmo tendo o tratamento adequado, 30% dos casos podem evoluir para doença metastática. “A gente entende que pela medicina que é uma doença onde não se consegue ter uma cura, mas é possível conviver com ela”, afirma a médica do HCL.

CORRIDA PELA CURA

O movimento do Outubro Rosa começou em 1990 com a chamada “Corrida pela Cura”, em Nova Iorque. O evento tinha o objetivo de arrecadar fundos para a pesquisa realizada pela Instituição Susan G. Komen Breast Cancer Foundation. O principal símbolo do movimento – o laço rosa – foi usado pelos participantes da corrida e até hoje ele segue lembrando a todos sobre a campanha.

O Outubro Rosa em Londrina envolve uma série de ações. Entre elas, está a intensificação das coletas de preventivos, avaliação das mamas e solicitações de exames como ultrassons e mamografias, durante todo o mês de outubro nas UBS (Unidades Básicas de Saúde).

No próximo dia 29, a partir das 15h, está programada uma roda de conversa sobre a superação do câncer com a psicóloga Adriane Hisnauer Cantone. O encontro será realizado através da plataforma Google Meet, que pode ser acessada pelo link https://meet.google.com/yji-anvs-kgj .