“Infelizmente, a asma ainda mata de 3 a 5 brasileiros por dia, sendo que muitas dessas mortes poderiam ser evitadas, já que a doença tem tratamento disponível.” A informação é da pneumologista Fátima Chibana Soares, coordenadora do Ambulatório de Asma grave e do Centro Aplicador de Imunológicos para Asma do AEHU (Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário de Londrina).

Segundo ela, a asma é a terceira causa de hospitalização no SUS (Sistema Único de Saúde), afetando principalmente crianças menores de 10 anos. Soares, que também é docente de pneumologia do Departamento de Clínica Médica do curso de medicina da UEL (Universidade Estadual de Londrina), explica que a asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores.

Entre os principais sintomas estão a tosse persistente, o chiado no peito e a falta de ar. Esses sintomas podem ser desencadeados por diversos fatores, como poeira, bolor, pólen, produtos químicos, cigarro, exercício físico e estresse, além de outros alérgenos. A asma também pode estar associada a outras doenças alérgicas, como a rinite e a dermatite.

No Brasil, estima-se que 20% a 23% da população sejam asmáticas, porém apenas 12% têm o diagnóstico da doença e, desses pacientes, menos da metade está bem controlada ou adequadamente tratada. “Diante desse cenário, o Ambulatório de Asma Grave do HU da UEL realiza um mutirão de espirometria, um exame importante para o acompanhamento e classificação da gravidade da asma e de outras doenças pulmonares”, explica, se referindo a um evento realizado recentemente, para marcar o Dia Mundial de Combate à Asma, comemorado no dia 2 de maio.

Desde 2012, o AEHU/UEL conta com o Ambulatório de Asma Grave e um Centro Aplicador de Imunobiológicos para Asma, que atendem os cerca de 500 pacientes cadastrados. Desse total, em torno de 100 recebem imunobiológicos regularmente. No entanto, para a pneumologista essa iniciativa ainda não é suficiente para atender toda a demanda da região, já que muitos asmáticos ainda não recebem o tratamento adequado e alguns sequer sabem que têm a doença.

CONSCIENTIZAÇÃO

“É fundamental que haja mais investimento em prevenção, diagnóstico e tratamento da asma, a fim de reduzir o número de hospitalizações e mortes pela doença no Brasil. Além do investimento em prevenção, diagnóstico e tratamento da asma, é essencial que haja também uma conscientização da população em relação à doença. É preciso disseminar informações sobre os sintomas, fatores de risco, diagnóstico e tratamento da asma, a fim de que mais pessoas possam identificar precocemente a doença e buscar ajuda médica”, considera.

Para ela, a conscientização também é importante para que haja uma redução do estigma em torno da asma. “Muitas vezes, a falta de informação leva as pessoas a considerarem a asma como uma doença simples ou até mesmo como um sinal de fraqueza, o que pode levar os pacientes a não buscarem ajuda médica ou a não seguirem o tratamento adequadamente”, ressalta.

“Por isso, é fundamental que haja uma ampla campanha de conscientização sobre a asma, envolvendo não só os profissionais de saúde, mas também as escolas, empresas e a sociedade em geral. Somente com a conscientização e a disseminação de informações precisas será possível reduzir o impacto da asma na população brasileira”, ressalta. (Com informações da Assessoria do HU de Londrina)