Imagem ilustrativa da imagem Hanseníase: maioria da população não percebe os sinais
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Conversar sobre a hanseníase, explicando as formas de identificação, locais onde buscar ajuda e a importância do tratamento. São por meio de ações educativas que os grupos do Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) da secretaria de Saúde de Londrina esperam chamar a atenção da população. A programação é parte do movimento nacional da campanha Janeiro Roxo. O objetivo é somar esforços para combater a doença, informando sobre o autoexame, importância do diagnóstico precoce e tratamento. Além disso, a conscientização sobre o assunto ajuda a derrubar preconceitos.

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa e de evolução lenta, transmitida por meio das vias aéreas (tosse ou espirro) e não pelo toque na pele. Ela é causada pela bactéria Mycobacterium leprae e na maioria dos casos, a pessoa não percebe a enfermidade porque não sente dor. "Como a hanseníase é uma doença silenciosa e os sintomas começam a aparecer a partir de dois anos após o contágio, é muito importante estar atento aos primeiros sinais - aparecimento de manchas no corpo com diminuição de sensibilidade, além da queda de pelos em regiões delimitadas. Assim é possível o tratamento das lesões, evitando o contágio dos familiares", explicou a coordenadora de Saúde do Adulto e Idoso da secretaria, Juliana Marques.

A doença tem cura e sua transmissão não é imediata. Somente pacientes com grande quantidade do bacilo, ou seja, que estão em um estágio mais avançado e sem tratamento é que transmitem a hanseníase.

Em Londrina, durante todo o mês, os profissionais de saúde realizarão palestras nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), além de visitas domiciliares. Caso haja suspeita de contaminação, os moradores da região são orientados a procurar a UBS para avaliação médica e realização de exames. "Sabemos que muitas pessoas acham que a doença não existe ou têm informação errada sobre ela. É importante informar que a hanseníase tem diagnóstico e tratamento", reforça Marques.

Se confirmada a doença, o paciente e familiares contam com acompanhamento de uma equipe médica para o tratamento, que reduz os danos à pele e nervos e pode levar à cura. A coordenadora de Saúde da Mulher da SMS, Priscila Alexandra Colmiran, lembra também sobre a importância do autoexame.
"Se olhe em frente ao espelho e veja se há manchas avermelhadas na pele, com possível perda de pelos, redução de sensibilidade e enrijecimento das articulações, porque a hanseníase tem cura e quanto antes for diagnosticada menores serão as complicações", ressaltou.

LONDRINA
Em 2018 foram notificados 18 novos casos de hanseníase no município. Para este ano, a secretaria tem como meta diagnosticar 30 novos casos, ampliando o controle da doença e reduzindo a transmissão.

Londrina também aderiu à campanha de hanseníase e verminoses nas escolas. A cada ano, cinco unidades da rede municipal recebem a visitas de agentes de saúde que dão palestras para crianças de 6 a 14 anos. Além de tirar dúvidas, elas respondem a um questionário sobre possíveis dores, coceiras ou insensibilidade e fazem um teste de sensibilidade em um desenho do corpo humano. "Percebemos que eles absorvem a informação e levam esse conhecimento para casa. Já houve o relato de uma criança que percebeu uma mancha na pele da avó e o diagnóstico se confirmou", disse Marques.