Entenda os sintomas e os fatores de risco do câncer de intestino
Especialistas citam os sinais de alerta, fatores de risco e quando buscar atendimento médico
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
Especialistas citam os sinais de alerta, fatores de risco e quando buscar atendimento médico
Gabriella Sales - Folhapress
São Paulo - A cantora Preta Gil anunciou no dia 11 seu diagnóstico de câncer de intestino. A doença é um dos tipos de câncer mais comuns entre os brasileiros e pode ter sintomas pouco específicos. Confira o que dizem os especialistas.
QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS?
O cirurgião Éder Lago, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, explica que muitos dos sintomas iniciais do câncer de intestino são pouco específicos e podem ser confundidos com outros problemas gastrointestinais.
Dor abdominal, desconforto, retenção de gases, cólicas intestinais, aumento de volume abdominal, anemia e fraqueza podem indicar o desenvolvimento da doença em estágios iniciais. Esses sintomas mais gerais ocorrem principalmente quando o tumor é localizado no lado direito e parte mais inicial do intestino.
Quando o tumor está no reto ou na parte mais inferior do órgão, sintomas mais graves são mais comuns. Sangramento nas fezes, dor abdominal intensa e obstrução intestinal podem ser indicativos de que tem algo errado.
Esses sintomas são comuns também a outras doenças, e o mais indicado é atentar para a sua recorrência e buscar atendimento médico.
QUAIS SÃO OS SINAIS DE ALERTA?
Segundo Maria Ignez Braghiroli, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e especialista em tumores gastrointestinais pelo Memorial Sloan Kettering, a avaliação sobre a necessidade de investigação do câncer deve ser feita por um especialista.
Ela recomenda ficar atento a mudanças no hábito intestinal e nas características das fezes. "Se uma pessoa ia ao banheiro uma vez ao dia e de repente passa a ir a cada 3 ou 4 dias, isso deve ser investigado", exemplifica. Nem sempre essas mudanças indicarão ocorrência de um tumor intestinal, mas, especialmente se acompanhadas de outros sintomas recorrentes.
QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO?
Segundo Lago, a hereditariedade é o principal fator de risco para o câncer de cólon. Pessoas que têm histórico familiar (especialmente pais e irmãos) de ocorrência da doença devem fazer exames de rastreamento. A realização da colonoscopia é recomendada a partir dos 45 anos. "Não dá para ficar esperando os sintomas para fazer a investigação", alerta.
Braghiroli afirma que o exame é o mais importante na busca pelo diagnóstico precoce. Para quem não tem sintoma ou histórico na família, a partir dos 50 anos é indicado procurar um especialista para realizar a colonoscopia. A frequência de realização do exame pode ser avaliada após os primeiros resultados.
COMO TENTAR PREVENIR?
Os especialistas destacam que o acompanhamento recorrente com um médico e a colonoscopia são os principais meios de evitar a progressão da doença e buscar um diagnóstico precoce.
Porém, alguns comportamentos também podem contribuir para menores chances de desenvolver a doença: manter bons hábitos alimentares, regular o consumo de carne vermelha e de ultraprocessados, fazer atividades físicas e evitar ingestão em excesso de álcool e o tabagismo.
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