O diagnóstico da síndrome do coração partido considera os resultados do exame físico e o histórico do paciente, assim como o resultado de exames laboratoriais de sangue. Não existe tratamento específico para a síndrome. Mesmo assim, ele pode ser útil para reduzir o esforço do coração durante o processo de recuperação e evitar novas crises. "A doença é reversível, então é importante acompanhar essas pessoas estimulando a realizar atividades anti- estresse e incentivar o paciente a manter hábitos saudáveis para não desenvolver essa condição", aponta Evandro Tinoco Mesquita, da SBC.

Imagem ilustrativa da imagem É possível prevenir a síndrome do coração partido?
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Para a prevenção é fundamental identificar os agentes estressores que podem provocar danos no organismo. Nesse sentido, a prática regular de exercícios físicos já demonstrou sua eficácia. Técnicas de relaxamento e meditação também podem trazer alguns benefícios. "Durante muito tempo a gente não dava importância à correlação cérebro e coração, mas progressivamente a gente vem estudando isso e a utilização de técnicas de relaxamento como bio feedback, suporte psicológico, meditação, e mindfulness. Tudo isso objetivando reduzir estresse, já que constatamos que o aspecto emocional é importante. Ainda há uma área cinzenta sobre qual a melhor estratégia para isso. O que a gente pode dizer é que o estresse e a ansiedade são fatores determinantes para o desenvolvimento dessa condição da síndrome", detalha Mesquita.

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EM DOMICÍLIO

As informações disponíveis no Portal da Transparência (https://transparencia.registrocivil.org.br) mostram que houve aumento de 31,82% no número de óbitos em domicílio por doenças cardiovasculares, incluindo AVC (acidente vascular cerebral), infarto e doenças cardiovasculares inespecíficas, como a parada cardiorrespiratória e a morte súbita, que pode ser ocasionada pela síndrome do coração partido, no período de 16 de março – quando aconteceu a primeira morte por Covid-19 – até o fim de junho de 2020. Foram registradas 23.342 mortes nos meses de pandemia, enquanto no ano passado, no mesmo período, foram 17.707.

Somente as mortes em domicílio causadas por doenças cardiovasculares inespecíficas registraram um aumento de 90,06%. Foram 9.640 mortes durante a pandemia, ante 5.072 no mesmo período do ano passado.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) já havia dado o alerta sobre o impacto do coronavírus na saúde mental, prestando atenção especial ao isolamento da vida com distanciamento. E os médicos consideram que o cenário da pandemia colabora para o aumento de fortes emoções, responsáveis pela síndrome de Takotsubo, cuja primeira descrição foi registrada em 1991, no Japão.