Dias quentes também exigem cuidado redobrado com o coração
Calor excessivo aumenta a espessura do sangue e os batimentos cardíacos, elevando o risco de infarto, derrame e AVC
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 02 de outubro de 2023
Calor excessivo aumenta a espessura do sangue e os batimentos cardíacos, elevando o risco de infarto, derrame e AVC
Pedro Marconi
Faz mais de 20 anos que o consultor técnico Silvio José de Souza Pinto tem problemas cardíacos. Em 2022 sofreu um infarto, sendo submetido a procedimento cirúrgico para colocação de duas “pontes”, de safena e mamária. Em 2009 precisou fazer um cateterismo, quando foram implantados dois stents.
“Descobri o problema cardíaco enquanto trabalhava e senti uma dor no peito, mas que não era tão incômoda. Só fui ao médico porque ele estava disponível. Na época, ele calmamente solicitou para mim que fosse levado ao hospital para realizar o exame, porém, ao motorista, avisou que ele não parasse por nada e na mesma hora ligou para que preparassem a internação, pois era muito grave”, relembra.
Desde de que veio a descoberta, os hábitos de vida de Silvio mudaram completamente. “A alimentação hoje é mais regrada. No passado usava roupas tamanho 52 e atualmente uso 40. A consequência positiva foi a redução da quantidade de remédios e o aumento do bem-estar de forma geral”, conta. Nos dias de calor intenso, a atenção é ainda maior. “Tomo muito cuidado para não ficar muito tempo exposto ao sol direto, tenho água e chá mate à disposição, mantenho uma jarra de água na geladeira para reabastecer”, cita.
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Os cuidados do consultor técnico são essenciais, principalmente, nos períodos de calor intenso, como tem sido registrado na região Norte do Paraná, com a sensação térmica passando dos 40 graus. O alerta precisa ser redobrado justamente para quem tem doenças cardiovasculares, população que é afetada diretamente pelas temperaturas e está sujeita a riscos com a saúde.
“As temperaturas extremas, como muito calor ou frio, provocam a dilatação dos vasos e isso faz com que, na maioria das vezes, a pressão reduza. Isso pode gerar problemas cardíacos e demanda uma adequação da dose de remédios”, alerta o cardiologista Laercio Uemura, do Centro do Coração de Londrina.
Como o corpo tenta manter a pressão mais alta, ele “sinaliza” para que os vasos sanguíneos se fechem. Aqui está o perigo. “Para quem também toma diuréticos, por exemplo, se não tem o costume de tomar mais líquido, a pessoa desidrata, deixando o sangue mais viscoso. Isso favorece o infarto, derrames e AVC (Acidente Vascular Cerebral)”, frisa.
SINAIS
O calor excessivo também pode levar ao aumento dos batimentos cardíacos, fazendo com que a pessoa que sofre de problemas do coração tenha uma arritmia. “Existem alguns sinais que o paciente precisa tomar cuidado, que são a tontura, palpitação, o levantar e ter escurecimento visual. São sinais de que pode estar acontecendo alguma alteração relacionada ao calor ou até mesmo a hidratação não esteja adequada”, destaca.
PRECAUÇÕES
Por isso, muito mais que beber água e passar protetor solar, os pacientes cardíacos demandam de outras precauções para os dias quentes, em especial com o verão se aproximando. “Não fazer exercícios em horários muito quentes, sempre usar roupas mais leves, evitar se expor ao sol. Alguns pacientes necessitam conversar com o médico, porque às vezes é preciso diminuir a dose de medicamentos de pressão, assim como no frio acontece de aumentar um pouco a dose”, elenca o especialista.
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CALOR X DOENÇAS CARDÍACAS
Calorão impacta diretamente na saúde de quem tem problemas do coração
RISCOS
- Infarto: bloqueio do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco
- Derrame: danos no cérebro pela interrupção do fornecimento de sangue
- AVC: obstrução de vasos sanguíneos ou de uma ruptura do vaso
SINAIS DE ALERTA
- Dor no peito, que pode irradiar para outras partes do corpo
- Tontura ou dor de cabeça "sem explicação"
- Batimento cardíaco acelerado
CUIDADOS
- Manter a hidratação do corpo
- Evitar exercícios em horários muito quentes
- Usar roupas leves
- Passar por consulta médica para avaliar dose dos medicamentos
Fontes: Cardiologista Laercio Uemura e Ministério da Saúde
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