Dengue em crianças: quais os sinais de alerta
Infectologista alerta que a doença possui agravamento súbito de sintomas, que podem levar a sequelas graves ou a óbito
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 19 de janeiro de 2024
Infectologista alerta que a doença possui agravamento súbito de sintomas, que podem levar a sequelas graves ou a óbito
Reportagem local

No dia 15 de janeiro, o Ministério da Saúde anunciou que irá priorizar a faixa etária de 6 a 16 anos na campanha de vacinação contra a dengue que iniciará a partir de fevereiro. O Brasil é o primeiro país no mundo a disponibilizar o imunizante na rede pública, mas também é o que tem o maior número de casos da doença, conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde). Somente em 2023, foram 2,9 milhões de casos – mais da metade dos cinco milhões registrados globalmente.
O Hospital Pequeno Príncipe alerta sobre a atenção especial da dengue em crianças, principalmente abaixo dos 2 anos, pois pode haver um agravamento súbito de sintomas se a doença não for identificada precocemente, devido à baixa imunidade. “Em pacientes de pouca idade, a febre alta gerada pela dengue pode ocasionar aumento da frequência respiratória e cardíaca, sudorese mais intensa, além de acarretar quadros de desidratação”, explica o infectologista Victor Horácio, vice-diretor de Assistência e Ensino da instituição.
A dengue em crianças possui um agravamento súbito de sintomas, que podem levar a sequelas graves ou a óbito, caso não seja tratada adequadamente. O sangramento (na gengiva, na pele, na evacuação ou no vômito) indica a dengue hemorrágica, que exige um atendimento médico emergencial.
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Veja os principais sinais da doença em crianças:
febre alta [39°C a 40°C];
dores musculares e nas articulações;
lesões de pele;
fraqueza em geral; e
sonolência, choro e irritação excessivos.
Como os sinais podem confundir-se com as viroses, que são muito comuns na infância, o diagnóstico médico por meio de análise clínica, epidemiológica e de exames laboratoriais é essencial.
TRATAMENTO
O acompanhamento com um pediatra durante e após a detecção da doença é fundamental para evitar manifestações mais graves e até atípicas que cada criança pode apresentar. Nos casos mais leves, o tratamento é feito com repouso, hidratação e controle dos sinais clínicos. Já em situações mais graves, pode ser necessário o internamento para hidratação intravenosa e até mesmo suporte intensivo.
VACINA
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a vacina Qdenga contra a dengue preferencialmente para imunizar crianças e adolescentes. Aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o imunizante é aplicado em duas doses, com intervalo de três meses, e destinado a indivíduos de 4 a 60 anos de idade.
O Ministério da Saúde incorporou a vacina ao SUS (Sistema Único de Saúde) e irá priorizar a faixa etária de 6 a 16 anos na aplicação que iniciará a partir de fevereiro. O público prioritário foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização. O Centro de Vacinas Pequeno Príncipe oferece o imunizante para todas as faixas etárias recomendadas.

COMO SE PROTEGER
A crise climática é apontada como uma das causas do aumento da dengue. Isso porque o mosquito transmissor (Aedes aegypti) se reproduz em regiões quentes e com água parada. Por isso, o especialista reforça que o principal cuidado é com a higienização dos ambientes. Confira os cuidados:
não deixe água parada e acumulada;
mantenha as lixeiras fechadas e protegidas da chuva;
mantenha os vasos de plantas limpos e utilizar areia até a borda;
guarde baldes, garrafas e outros recipientes com a boca para baixo;
cubra os reservatórios de água; e
retire a água dos pneus e reservá-los em ambientes protegidos.
(Com informações do Hospital Pequeno Príncipe)