De 1999 a 2016, foram detectados no Brasil 319.751 casos de hepatite C que apresentaram um dos marcadores reagente – anti-HCV ou HCV-RNA, aponta o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. A maioria das notificações com os dois marcadores aconteceu no Sudeste, com 64,1%, seguido do Sul (24,5%), Nordeste (5,5%) e Centro-Oeste (3,3%). Na Região Norte do País, foi observada a menor incidência, com apenas 2,5%.

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As baixas notificações em algumas regiões brasileiras, no entanto, não significam, necessariamente, que a prevalência da doença ocorre no Sudeste e no Sul. A grande diferença entre o percentual de incidência, afirmam os especialistas, pode estar associada a falhas no sistema de notificação da doença. "Em alguns estados a notificação é mais eficaz, em outros, não. A ficha de notificação de hepatites virais do Ministério da Saúde é extensa, complicada. Seria melhor ter menos dados e mais reais e eficientes", defende o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Edmundo Lopes.

"Os boletins epidemiológicos têm um atraso de pelo menos um ano para qualquer doença e nem todos os serviços fazem a notificação de modo correto. Os dados não são acurados", confirma o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Sérgio Cimerman. "E temos um grande problema que é a rede privada. Os consultórios não fazem a notificação. Tem que mudar um pouco essa questão."