Cuidar da pele está longe de ser uma preocupação somente estética. O maior órgão do corpo humano é constantemente exposto ao sol e protegê-lo tem sido hábito disseminado pelos quatro cantos do mundo. Especialistas afirmam que o cuidado com a saúde da pele deve ser diário. Um dos fatores que pode desencadear problemas graves, como o câncer, é o surgimento de pintas.
Pessoas com a pele bem clara e que têm muitas pintas espalhadas pelo corpo precisam ficar atentas para evitar surpresas desagradáveis como o melanoma - tipo de câncer considerado o mais grave devido à alta possibilidade de metástase. A dermatoscopia é um procedimento que contribui com a prevenção e diagnóstico precoce do problema.
A médica dermatologista Bruna Tuma explica que por meio da dermatoscopia é possível identificar as lesões melanocíticas (pintas) que podem desenvolver algum tipo de câncer de pele. O exame conta com uma lupa especial que possibilita uma melhor visibilidade da pele. Além disso, é feito um mapeamento de todas as pintas do corpo do paciente com registro fotográfico e análises específicas daquelas que apresentam característiscas suspeitas.
''A indicação para esse tipo de exame é para aquelas pessoas consideradas de alto risco, como as de pele bem clara, principalmente. O risco para desenvolver o melanoma aumenta também conforme o número de pintas. Por isso, é importante que essas pessoas observem sempre o seu corpo e fiquem atentas às novas pintas que vão surgindo com o passar do tempo'', explica.
Segundo a médica, qualquer pessoa pode ficar atenta ao ''ABCD da transformação'', método utilizado pelos especialistas para identificar uma pinta em melanoma. As letras significam o que deve ser observado: assimetria (quando a pinta apresenta diferente aspecto); bordas (contorno mal definido); cor varíavel (várias cores numa mesma pinta) e diâmetro (maior que seis milímetros). ''É importante dizer que muitas pintas suspeitas podem ser confundidas pelos leigos e difícil de suspeitar a olho nú, por isso a importância do acompanhamento médico especializado, pelo menos uma vez ao ano para as pessoas de pele clara'', enfatiza Bruna.
Riscos
A letalidade do câncer de pele melanoma é elevada, porém sua incidência é baixa. No ano de 2010 foram registrados 2.950 casos novos em homens e 2.970 em mulheres, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca). As maiores taxas registradas encontram-se na região Sudeste do País.
''A dermatocospia nos ajuda a saber o que é realmente uma pinta e o que é uma lesão específica, para então podermos tratar antes que o problema se agrave. Fazemos uma classificação da pinta por lesão benigna, suspeita ou altamente suspeita, e aguardamos a confirmação de um diagnóstico por meio de biópsia. Quando é confirmado a suspeita, solicitamos a retirada da pinta. Se a pessoa não trata, a lesão pode ir crescendo horizontalmente e uma hora ela começa a aprofundar e chegar até a derme. Nesses casos existe o risco do cancêr atingir fígado, pulmão ou cérebro'', alerta a médica.

Imagem ilustrativa da imagem Cuidado com as pintas