A 22ª Copa do Mundo começou e com ela a oportunidade de um alerta para o cuidado com o coração quando submetido a fortes emoções ou estresse. Pesquisas conduzidas em edições passadas do torneio relataram um aumento de casos de infarto em dia de jogos importantes e mais intensos, como partidas decisivas para um time e a disputa de pênaltis.

Durante a Copa na Alemanha, em 2006, pesquisadores do Medizinische Klinik und Poliklinik I, em Munique, constataram que a incidência de emergências cardíacas (infarto, dor no peito ou arritmias cardíacas) aumentou quase três vezes nos dias de jogos da seleção alemã. De acordo com o estudo, publicado no periódico científico New England Journal of Medicine, a taxa foi 3,26 maior entre os homens, enquanto entre as mulheres foram registrados 1,82 vez mais ocorrências.

INTENSIDADE

“O coração é pura emoção. Então quando estamos mais vigilantes, sob estresse ou forte euforia, liberamos hormônios que aumentam a frequência cardíaca, a pressão e o fluxo de sangue que o coração precisa bombear. O problema acontece quando a intensidade é muito alta e se soma a um coração mais enfraquecido ou que já esteja doente”, explica Sergio Timerman, diretor do Centro de Parada Cardíaca e Ciência da Ressuscitação do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP).

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Em estudo de especialistas da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (FMRP), foi analisado o número de admissões em hospitais durante os torneios de 1998, 2002, 2006 e 2010, comparando os dias com e sem jogo da seleção brasileira. A comparação mostrou um aumento de 4% a 8% nos casos de infarto quando o time do Brasil estava em campo.

“O que observamos é que os jogos, em si, não são a causa principal do problema, mas eles podem desencadear uma sobrecarga no coração, que se torna um risco especialmente para aquelas pessoas com pré-disposição a doenças cardiovasculares”, ressalta Timerman.

O especialista também alerta para os casos em que uma pessoa não cuida da saúde emocional e acaba extravasando em momentos como uma Copa do Mundo, na forma de fenômenos fisiológicos mais fortes e causando uma sobrecarga no coração, por exemplo.

Práticas relacionadas à celebração do evento também merecem atenção, como o consumo de álcool, comidas pesadas e gordurosas que, em exagero, são nocivos para quem já têm histórico de doenças coronárias ou fatores de risco, como sedentarismo, sobrepeso e obesidade.

“Essa paixão faz muito bem para o nosso organismo, mas se a pessoa não está cuidando da saúde física e emocional, anda muito estressada e preocupada, isso pode ser um gatilho para problemas, como uma crise hipertensiva, infarto e acidente vascular. É recomendável usar esse período como um excelente momento de lazer, sem abusos e com espírito esportivo”, observa. (Com informações da assessoria)

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