Imagem ilustrativa da imagem Como desacelerar neste fim de ano
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Curitiba - Malabarismo entre os dias de home-office e trabalho presencial, tentativas de conciliar os horários das aulas on-line dos filhos com outras demandas, esforços para dar conta dos cuidados com a casa e a assistência aos pais e avós em confinamento ou familiares doentes. Alguém se identifica? Em 2020, milhares de famílias brasileiras – e de todo o mundo – enfrentaram essa rotina, somada ao desemprego, tentativa de recolocação no mercado e preocupação constante com os rumos da pandemia.

“A vida ficou mais complicada em um mundo que parece ter parado de girar”, explica a psicóloga Daniela Jungles, mestre em Ciências da Educação pela Université de Sherbrooke (Canadá) e supervisora do Serviço-Escola de Psicologia do Unicuritiba.

O ano de 2020 parece ter sido mais cansativo que os outros. A queixa de exaustão é recorrente nas conversas entre colegas de trabalho, amigos e familiares. Segundo a psicóloga, isso ocorre porque ao focar em um assunto específico por muito tempo, o cérebro mobiliza energia e atenção excessivas para o mesmo assunto. E a pandemia está no centro das atenções durante muitos meses.

“É um estado de atenção permanente. Olhamos constantemente para os outros, quem está perto demais, quem está usando máscara ou não, sem contar as mudanças impostas no relacionamento com familiares e amigos, as mudanças no modo de trabalho e as repercussões econômicas da pandemia. É tudo muito exaustivo e não temos pausas para relaxar, afinal, a pandemia ainda não acabou!”

ATITUDE DIFERENTE

Antes que o esgotamento mental se transforme em patologias mais graves, como depressão, é preciso estar atento e procurar ajuda. A psicóloga diz que os sinais são sensação de peso e incapacidade de continuar realizando atividades do dia a dia, fadiga física crônica, distúrbios do sono, irritabilidade, dificuldade de concentração e falta de motivação.

A melhor maneira de superar a exaustão emocional é descansar e tomar uma atitude diferente em relação às obrigações diárias. Pensando nisso, ela preparou algumas dicas para quem já está pensando em desacelerar neste fim de ano. Confira::

1. Dedique tempo para descansar e realizar atividades gratificantes em seu dia a dia

2. Aprenda a deixar de lado a obsessão de querer administrar tudo. Nós não temos super poderes

3. Desista de seguir a lógica perversa das redes sociais e de acreditar em falsos ideais

4. Comparar-se com a blogueira fitness fazendo uma série de exercícios e dizendo que dá tempo de ter o “corpo de verão” é depressogênico

5. Conecte-se com pessoas que são reais e que estão enfrentando desafios semelhantes aos seus

6. Tenha em mente que, em muitas regiões, é possível que ocorra o reconfinamento: será normal demorar mais para conseguir relaxar nesse fim de ano

7. Conforme-se com a velha máxima: “Aceita, que dói menos”! Aceite que as férias não serão como planejadas. Encarar a realidade diminui o sofrimento

8. Nas férias, mantenha o foco no descanso, sem viagens longas de carro, congestionamentos, atropelos em rodoviárias e aeroportos

9. Durma até mais tarde, fique um dia sem fazer nada, leia ou maratone uma série que você quer ver há tempo. Tudo isso tem seu encanto

10. Aproveite o período de relaxamento para se preparar para 2021 e fazer projetos pós-crise: uma viagem, uma festa, uma reforma ou um novo jardim. A falta de planos equivale a uma lesão neuropsicológica. Estimule seu cérebro positivamente.

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'FAZER UMA BELA LIMONADA'

A psicóloga Daniela Jungles reconhece que, neste momento, pode ser difícil exercitar conselhos para desacelerar e relaxar, mas insiste: “É a lógica de fazer uma bela limonada com os limões que a vida nos dá. Nesse momento não temos muita escolha a não ser tentar passar as férias da melhor forma possível.”

O tempo necessário para o relaxamento, explica a especialista, vai depender muito do tipo de trabalho de cada pessoa, do quão cansada ela está, de sua personalidade e de suas expectativas e planos para o recesso de fim de ano. “Pessoas muito envolvidas em seu trabalho precisam de mais tempo para se desconectar da rotina e realmente descansar. Mas, em média, estima-se que são necessárias duas semanas consecutivas para realmente experimentar os benefícios das férias.” (Com informações da Unicuritiba)