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Saúde 5m de leitura

Brincar é importante para gerar uma memória mais positiva

ATUALIZAÇÃO
02 de setembro de 2018

Micaela Orikasa <br> Reportagem Local
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Nilu Rahman e Patrice Brylske, Johns Hopkins Children's Center: "Ajudamos a preparar as crianças  para passar pelos procedimentos"



Patrice Brylske, coordenadora do serviço de Child Life do Johns Hopkins Children's Center, nos EUA, explica que quando as crianças são capazes de compreender o que está acontecendo com elas ficam mais abertas aos procedimentos e, consequentemente, têm menos trauma. Para isso, o brincar se torna uma ferramenta tanto para o entendimento quanto para gerar uma memória mais positiva do ambiente hospitalar.

"Ajudamos a prepará-las para passar pelos procedimentos, desde os mais simples, como uma punção para soro, até mais invasivos e dolorosos. Com menos medo e a presença de uma pessoa de confiança junto, elas passam a ter confiança na equipe médica e menos ansiedade de ir ao hospital ou ao médico", acrescenta a especialista em Child Life, Nilu Rahman, também do hospital norte-americano.

O programa Child Life surgiu em 1944, mas a literatura já traz esse conceito desde 1920. Segundo Brylske, o entendimento sobre as necessidades emocionais das crianças partiu de pesquisas sobre a importância da relação mãe-criança e do advento dos antibióticos, que fizeram com que a comunidade ficasse mais saudável. "Com isso, os hospitais ficavam mais abertos para os pais visitarem as crianças porque sabiam que tinham um controle maior sobre a disseminação de doenças. A partir daí, pesquisadores passaram a investigar sobre como as crianças crescem e se desenvolvem e perceberam efeitos negativos em separá-las dos pais", conta.

Os estudos demonstraram que as crianças sofriam quando não tinham certeza de ter alguém que pudesse garantir o seu desenvolvimento (cognitivo, emocional e físico), ou melhor, o brincar por um período de tempo. "E as primeiras pessoas que trabalharam o brincar com as crianças eram professores de educação infantil que iam aos hospitais para dar continuidade aos estudos em crianças hospitalizadas. Desse movimento, surgiu o Child Life", destaca.

Além do suporte emocional, o cuidado centrado na criança também reflete na redução de custos dos hospitais. Segundo as especialistas, é possível reduzir o tempo de internação, custos com equipes, como por exemplo, anestesistas e até medicamentos. (M.O.)

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