Apesar de ser mais comum em adultos, crianças e adolescentes também sofrem acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, a estimativa é que o derrame afete de 2,5 a 13 a cada 100 mil pacientes pediátricos por ano e suas causas podem estar relacionadas principalmente a doenças congênitas.

O AVC em pacientes jovens entrou em evidência após o falecimento do cantor e ator Arthur Singer, de 13 anos, que tinha uma má-formação não diagnosticada. Como forma de alerta e conscientização, a neurologista pediátrica Elisabete Coelho, do Hospital Pequeno Príncipe (Curitiba), esclarece as principais dúvidas sobre a doença em crianças e adolescentes.

O que é acidente vascular cerebral?

O AVC está entre as principais causas de morte entre adultos no mundo e, de acordo com o Ministério da Saúde, acomete mais os homens. O acidente vascular cerebral é uma perda abrupta da função cerebral causada por uma diminuição da circulação sanguínea para uma determinada região do cérebro, podendo ser por um fator isquêmico (falta de fluxo sanguíneo) ou hemorrágico, resultando em sinais e sintomas neurológicos como alteração na fala, no raciocínio e na função motora.

Crianças e adolescentes também podem sofrem um AVC?

Apesar de também ocorrer em crianças saudáveis, é mais comum que o AVC aconteça em crianças que já tenham alguma doença de base, entre elas as hematológicas como a anemia falciforme; infecções como meningite ou infecções sistêmicas que podem provocar inflamação dos vasos sanguíneos; e traumas na cabeça ou pescoço.

Os sinais da doença são os mesmos que em adultos?

Os sintomas do AVC em crianças e adolescentes são semelhantes aos observados em adultos. Os pais devem ficar atentos e, ao notar a presença de qualquer um dos sinais, procurar atendimento médico imediato:

- fraqueza súbita ou dormência em um lado do corpo;

- dificuldade para falar ou para entender a fala;

- perda súbita de visão em um ou ambos os olhos;

- dificuldade para caminhar, tontura ou perda de equilíbrio;

- dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente.

Quais são as consequências?

A recuperação das crianças após um AVC depende de fatores como a localização e extensão do dano cerebral, a rapidez com que o tratamento é iniciado e o apoio à reabilitação. Em geral, as crianças têm uma maior capacidade de recuperação do que os adultos por conta da maior plasticidade cerebral. Algumas podem recuperar-se completamente, enquanto outras podem apresentar sequelas permanentes, como dificuldades de aprendizado, problemas de fala ou paralisia e, em alguns casos, ir a óbito. (Com informações do Hospital Pequeno Príncipe)

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