Uma pergunta já começa a rondar a cabeça de quem tem filhos nesta época de despedida de 2019: afinal, o que vamos fazer nestas férias? Primeiro, comece a trabalhar agora no planejamento, segundo a dica de Ítalo Curcio, coordenador do curso de pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. "Assim, você cria expectativas agradáveis", diz. Confira dicas e orientações de especialistas.

ALIMENTAÇÃO E PROTEÇÃO SOLAR

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Se a família conseguiu marcar aquela tão sonhada viagem, os pais precisam saber que é importante ficar atento às questões de saúde. "É comum ocorrer no verão aumento das doenças diarreicas, porque as pessoas se expõem mais ao comer fora de casa", alerta Francisco Ivanildo Oliveira Júnior, infectologista do Sabara - Hospital Infantil, de São Paulo. "Como no verão faz muito calor, o ideal é optar por alimentos mais leves e de fácil digestão, que necessitem menos de refrigeração", recomenda.

E todo o mundo também está cansado de saber, mas não custa nada lembrar: a exposição solar deve ser evitada entre as 10h e 16h. Não esqueça: protetor solar sempre.

Manchas de óleo

O médico faz um alerta para quem escolher como destino o Nordeste, por causa das manchas de óleo no mar. "O contato com o petróleo pode provocar lesões na pele, como dermatites e queimaduras. A ingestão de peixes e frutos no mar pescados na região é outra atenção. Apesar de o governo dizer que não tem contaminação, há outros trabalhos que afirmam o contrário, que há risco", ressalva o infectologista.

EXAMES DE ROTINA E CARTÃO DE VACINAÇÃO

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Para quem vai viajar, o ideal é que a família realize exames de rotina e atualize do cartão de vacinas. Vale lembrar que as vacinas têm um período, que pode variar entre 10 dias e seis semanas, para atingir a proteção esperada. No caso da vacina contra febre amarela, o não cumprimento desse prazo pode impedir a entrada em países que exigem o CIVP (Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia). O site da Organização Mundial de Saúde possui uma relação desses países (https://www.who.int/ith/ith-yellow-fever-annex1.pdf).

Em Londrina mais informações no Centro de Orientação ao Viajante (av. Martiniano do Valle Filho, 480, Vila Siam). “Durante o período de férias a agenda fica lotada e o atendimento é limitado a 70 pessoas por dia”, alerta a diretora de Vigilância em Saúde do município, Sônia Fernandes. Ela explica que o certificado também pode ser fornecido no site http://portal.anvisa.gov.br/.

No Paraná, além da unidade de Londrina, existem outros cinco centros do viajante – Aeroporto de Curitiba, Paranaguá, Foz do Iguaçu, Guaíra e Maringá.

MEDICAMENTOS E DOCUMENTOS

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A pediatra Regina Célia Vilella Lemos, de Arapongas (Região Metropolitana de Londrina) recomenda não esquecer de levar os medicamentos de uso crônico nas viagens. Além disso, é importante conversar com o seu médico sobre doses de algumas medicações usuais que são importantes: soro oral, soro fisiológico 0,9%, medicação para febre e dor, para vômitos, antialérgico, pomada para picadas insetos, curativos adesivos, por exemplo. “Leve orientações médicas sobre doses de medicações básicas, de acordo com peso e idade de seus filhos.”

“Chegando em seu destino, já procure se informar sobre onde há atendimento médico, hospital, farmácia. Mesmo lugares ermos têm uma referência de atendimento para urgências, por exemplo: Fernando de Noronha”.

Ao retornar, caso apresente febre ou outros sintomas como diarreia, problemas de pele ou respiratórios, procure imediatamente um serviço de saúde e informe quais as regiões que visitou.

TEMPO LIVRE PARA BRINCAR

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Para quem for ficar na cidade, é bom saber que a criança precisa de tempo livre para brincar, dormir até mais tarde, passear e se livrar das regras do dia a dia.

Na avaliação do educador Ítalo Curcio, as férias servem para diminuir ou interromper algumas atividades. "O desligamento da escola nesse período é importante. Não precisa preservar a rotina das atividades pedagógicas", defende.

Há situações ainda mais complicadas quando há dificuldade de encontrar quem cuide das crianças durante as férias. Para esses casos, de acordo com os especialistas, vale procurar escolas que ofereçam programas especiais com atividades que não remetem às escolares tradicionais, como passeios, atividades lúdicas e visitas a museus.

O importante é que a ação seja leve e sem caráter obrigatório, pois a criança é livre para se divertir como quiser. "Sou partidário que elas fiquem com avós, primos, tios. Para mim, deve ocorrer o desligamento. Em última instância, procure uma instituição nesse modelo", recomenda.

SEGURANÇA EM CASA SEMPRE

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A pediatra Regina Célia Vilella Lemos ressalta que a prevenção de acidentes domésticos durante as férias deve ser o mesmo do realizado o ano inteiro. “A prevenção sempre deve antecipar os acidentes, em cada detalhe do seu lar”, orienta, reforçando que menores de seis anos devem ficar sempre sob supervisão rigorosa de um adulto.

Lemos reforça a necessidade de redobrar a atenção especialmente no verão, já que o número de afogamentos tende a aumentar. “As piscinas devem ser áreas de acesso restrito com supervisão de adultos e com equipamentos de segurança.” Baldes e bacias devem ser esvaziados e guardados com a boca virada para baixo.

TRÂNSITO E BRINCADEIRAS NA RUA

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A pediatra Regina Célia Vilella Lemos aponta que é necessário usar equipamentos de segurança ao andar de bicicleta, skate ou patins. “Quedas e fraturas são exemplos de acidentes que aumentam devido às férias escolares e à estação do ano”, ressalta. “As crianças também devem ter cuidado com a rede elétrica ao empinar pipas”, destaca, observando que atropelamentos em vias próximas à casa aumentam no período de férias.

O deslocamento pelas rodovias também gera preocupação. Por isso, crianças até os sete anos e meio precisam usar um dispositivo de retenção veicular (bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação). Esses dispositivos reduzem em até 71% a chance de morte de uma criança em caso de acidente. O cinto de segurança é projetado para pessoas com no mínimo 1,45m de altura. Se a criança ainda não atingiu essa altura, ela precisa usar o assento de elevação para evitar que se machuque gravemente em caso de acidente.