“Eu até brinco que estou tentando viver até os 150 anos e os professores respondem que estou no caminho certo”
“Eu até brinco que estou tentando viver até os 150 anos e os professores respondem que estou no caminho certo” | Foto: Laís Taine

Independência e qualidade de vida estão entre os benefícios encontrados por Lurdes Ardengue, 67. Há sete anos ela participa de projeto de pesquisa que envolve atividades físicas com idosos. “Eu não praticava exercícios físicos. Na época, eu tinha acabado de completar 60 anos e cuidava da minha mãe, que estava acamada. Eu tinha que ajudá-la no banho, colocá-la na cama, colocar a roupa nela, eu me cansava muito. Senti que precisava fazer alguma coisa”, recorda. Viver a experiência com a mãe também a fez refletir. “Eu pensei: ‘não quero isso para mim’, ‘não quero ficar desse jeito, acamada’, então eu comecei”. Foi com projeto na UEL (Universidade Estadual de Londrina) que viu a oportunidade de mudança no estilo de vida.

Outra motivação ajudou a costureira aposentada a tomar a decisão. Ela tinha ficado viúva há pouco tempo e viu no projeto uma forma de distração e um jeito de conhecer pessoas. “Desde que eu comecei faço atividades três vezes por semana e fiz muitas amizades assim”, afirma. O convívio social levou a uma rede de amigas com quem não só se exercita junto, mas viaja junto.

Com motivação e atenção para não faltar nas aulas, aos poucos, o corpo passou a respondeu aos estímulos. “Passou um tempo eu comecei a esquecer o cansaço para ajudar a minha mãe, me senti mais forte, não chegava no final do dia cansada. Em todo esse tempo eu acho que melhorei muito. Às vezes encontro pessoas da minha idade ou até mais novas que reclamam de dor, que não querem sair por conta de dores, eu não tenho isso”, revela. Para ela, ainda há muito a explorar. “Eu até brinco que estou tentando viver até os 150 anos e os professores respondem que estou no caminho certo”, ri.

Ardengue comenta que como se trata de um projeto de pesquisa, há cuidado maior com a saúde, com acompanhamento mais próximo, pois estão constantemente realizando testes para analisar os resultados. “Nada é feito escondido, sem saber o motivo daqueles exames, eles explicam tudo e vão acompanhando. Quem se beneficia é a gente”, aponta. Há tanto tempo participando, a costureira aposentada já sente pelas férias. “Quando chega o recesso, duas semanas até vai, depois eu sinto a loucura, já quero que volte logo”, ri. Voluntária assídua da pesquisa, acredita estar colaborando com a própria saúde e também com a da comunidade, já que os resultados que saem dali serão divulgados para que outros profissionais analisem o processo. “Eu nunca falto, vou certinho para não atrapalhar os resultados e eu recomendo que outras pessoas participem.”