Para simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação foi sancionada em 2017, no Brasil, a Lei nº 13.435, que institui agosto como o Mês do Aleitamento Materno. Chamada de “Agosto Dourado” - cor relacionada ao padrão outro de qualidade do leite materno – a campanha consiste na intensificação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

Imagem ilustrativa da imagem Agosto Dourado: Banco de Leite do HU reforça importância da campanha
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“Hoje, os dados do Brasil mostram que em torno de 40% das mulheres sustentam o leite materno até o sexto mês de vida da criança, que é o preconizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Ainda falta muito para que a maioria das crianças possam ter o leite materno como alimento exclusivo”, comenta o pediatra Armando Salvatierra.

CRIANÇAS MAIS SAUDÁVEIS

O aleitamento materno exclusivo no primeiro semestre tem benefícios comprovados para a saúde, para o desenvolvimento e manutenção da vida. Crianças amamentadas pelo leite materno são mais saudáveis na infância e têm menos riscos de desenvolver doenças crônicas quando adultas. Infelizmente, alertam, as taxas ainda são baixas.

Estudos do Ministério da Saúde apontam que, atualmente, os números giram em torno de 53% após os seis meses de vida do bebê. Nesta faixa etária, recomenda-se que o aleitamento materno seja mantido associado ao cardápio complementar saudável, sem açúcares ou sucos. Deve-se, da mesma forma, evitar o uso do sal.

Prematuros alimentados com o leite materno apresentam efeito positivo para preservar a função cardíaca; têm menos riscos de desenvolver uma doença de pele denominada dermatite atópica; desnutrição; obesidade infantil; doenças inflamatórias intestinais; problemas neurológicos e nos rins. O leite materno propicia, ainda, um melhor desenvolvimento fonoaudiológico, de respiração, audição, deglutição e metabólico.

SENSIBILIZAÇÃO

O aleitamento materno depende muito da boa informação e as lactantes, de um suporte técnico além de acolhimento. Mesmo com a pandemia, o BHL (Banco de Leite Humano) do HU (Hospital Universitário) em Londrina vem mantendo todas as atividades, com algumas adaptações nos canais de comunicação, visitas domiciliares e atendimentos na unidade.

“As evidências científicas respaldam nosso trabalho. A doação de leite e a amamentação são seguras. A mulher que testar positivo para Covid deve continuar amamentando, mas não pode doar leite neste período porque nosso principal critério para doação é que a mãe esteja bem de saúde. Isso envolve desde a Covid-19 até uma gripe ou qualquer outra enfermidade. Não é porque o vírus passa pelo leite”, afirma a coordenadora do BHL, Letícia Costa.

Ela reforça que estudos têm mostrado que ao amamentar a mãe passa os anticorpos para a criança através do leite. “E temos percebido um movimento nacional entre as lactantes pelo direito de vacinar porque elas têm entendido a importância de estarem imunizadas”, diz.

Durante o Agosto Dourado, o trabalho do BHL também se intensifica para alcançar mais mulheres com esclarecimentos e apoio. Uma ação importante, já que os números revelam que nos primeiros seis meses de 2021 houve uma redução média de 24% de volume de leite captado pelo Banco em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Logo no início da pandemia houve uma redução no estoque até porque havia muitas dúvidas a respeito do vírus. Mas houve um movimento muito grande da rede de bancos de leite em todo o País e a população respondeu muito bem. Com o fechamento do comércio devido à pandemia e as mães ficando mais tempo em casa, houve um aumento expressivo de doações de leite. Havia também o desejo de ajudar, de fazer a diferença em um momento tão difícil. Cada um tentou ajudar como pôde e as mães doaram leite”, conta. Cada frasco de leite doado pode alimentar até 10 crianças hospitalizadas.

Em 2021, o tema escolhido para o Agosto Dourado é "Proteja a Amamentação - uma Responsabilidade Compartilhada". O objetivo é destacar os vínculos entre a amamentação e sobrevivência, saúde e bem-estar das mulheres, crianças e nações.

SERVIÇO - Para ser uma doadora, a mãe precisa estar saudável, amamentando o filho e ter sobra de leite. As mulheres que quiserem colaborar podem entrar em contato com o BLH pelo telefone (43) 3371-2390 (WhatsApp). O setor funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h e aos sábados das 7h às 11h30, no próprio HU/UEL.

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