A corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética começou em 1957 e seguiu até meados da década de 1970, mas o apogeu foi a chegada do homem à Lua, que definiu quem era o melhor e mais preparado da disputa. Quando juntamente com o restante da população mundial os soviéticos assistiram Neil Armstrong pisar pela primeira vez o solo lunar, tiveram de engolir a derrota, mas jamais questionaram o feito.

Imagem ilustrativa da imagem Teorias conspiratórias crescem com a ajuda da internet
| Foto: Ricardo Chicarelli

As primeiras dúvidas surgiram alguns anos depois. Em 1976, o escritor Bill Kaysing publicou o primeiro livro sobre o assunto, intitulado We never went to the moon (Nós nunca fomos à Lua, em português). Depois desse, outros títulos se seguiram questionando a conquista norte-americana e hoje, 50 anos depois, as teorias contrárias ganharam ainda mais força com a internet. Circulam na rede dezenas de teorias que tentam comprovar que a chegada do homem à Lua, na verdade, não passou de uma farsa criada pelos americanos. Alguns defendem até que o engodo teria contado com a colaboração dos estúdios de cinema de Hollywood. Há teorias que vão mais além e afirmam, inclusive, que a Lua é artificial e teria sido “colocada” no céu pelo homem.

“Antigamente, explicar a corrida espacial e a missão Apollo 11 era só explicar que aconteceu e tem registro na história. Hoje, bate muito com as conspirações. De 15 anos para cá cresceu muito o movimento de quem não acredita. E daí você já não pode mais se prender e explicar a missão Apollo 11. Tem que passar por toda a corrida espacial, entrar na história e falar tudo, passo a passo. Mas quando a pessoa não quer acreditar, é complicado”, lamentou o coordenador de astronáutica do Gedal (Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina), Luzardo Júnior.

Para contestar o feito, não faltam argumentos baseados nas próprias imagens divulgadas pela Nasa, a agência espacial americana. A bandeira norte-americana fincada na superfície lunar por Armstrong e Buzz Aldrin, por exemplo, não poderia tremular, como se vê nos registros, em razão da ausência de vento no vácuo. Essa condição também impediria que as pegadas das botas dos astronautas ficassem marcadas no solo. As estrelas que não aparecem nas fotos, as sombras em tamanhos diferentes e o tamanho variado da Terra em relação à Lua de uma foto para outra também motivam outros questionamentos a respeito da veracidade do fato.

“Nas minhas palestras eu falo sobre conspiração. Na internet fazem uns vídeos tão bem montados que as pessoas acham que é verdade. São muitos argumentos bobos, mas que se falados de uma forma bem convincente a pessoa acredita porque há uma necessidade de acreditar”, analisa Luzardo. “A pessoa que está falando isso está usando um celular que está usando um satélite geoestacionário para te mandar de um lugar para o outro ou para mandar uma mensagem. Isso é mágica? Ela não sabe explicar isso, mas acreditou em um vídeo legal do YouTube. Esse é o problema.”(S.S.)

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