‘‘Este esvaziamento da Acel não é fruto apenas do envelhecimento de nossos sócios ou do fenômeno dekasseguis. Acho que o próprio clube contribuiu para isto, porque nos últimos anos esteve meio perdido, sem saber direito para onde caminhar. Estivemos divididos entre ser um clube exclusivo de preservação cultural de um grupo étnico e ser um clube social normal, como os demais. Mais ligados às tradições culturais, esquecemos o lado social, a parte esportiva e atraente para os jovens.’’ A avaliação é da diretora do Grupo da Terceira Idade da Acel, a professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Luzia Yamashita Deliberador.
Severa na análise, ela não se exime de responsabildade sobre a fase pela qual passa o clube. ‘‘Esta é uma crítica que faço a nós mesmos, enquanto parte da direção da Acel. É uma crítica construtiva, na busca de saídas para a crise, de rumos que nos levem a melhores dias’’, explica, ressaltando que a Acel necessita urgente remodelar suas diretrizes, repensar seus objetivos e metas para voltar a atrair novos sócios.
A professora coorderna no clube, desde 98, um trabalho voluntário de valorização e recuperação da auto-estima de idosos, com cerca de 600 cadastrados e mais de 400 participantes ativos. Ela acredita que a solução dos problemas da Acel passa por uma maior abertura do clube. ‘‘Reclamamos que os nikkeis jovens não tem vindo ao clube como antigamente. Mas eles fazem parte da quarta ou quinta geração de descendentes de japoneses no Brasil. Já são brasileiros por completo. É difícil preservar neles a tradição da cultura japonesa. A Acel precisa se abrir para atrações novas e diferentes, que atraiam este novo público sem ficar tão presa ao passado.’’ (O.C.)