Os primeiros dias de aula são momentos para reencontrar colegas para quem já está na instituição de ensino, mas também podem representar um desafio para quem muda de escola e precisa de adaptar a um ambiente novo. O próprio trabalho das equipes de cada escola pode facilitar a adaptação dos alunos, independentemente da idade.

Colégio considera fundamental que os novos alunos sintam-se bem acolhidos
Colégio considera fundamental que os novos alunos sintam-se bem acolhidos | Foto: Divulgação/Colégio Positivo

Com 28 anos dedicados à educação infantil, Arlete Yumi Matsumoto, gestora dos anos iniciais do ensino fundamental no Colégio Positivo Santa Maria, reconhece que a primeira semana de aulas representa um grande desafio para a equipe pedagógica. Enquanto preparava-se para sair em viagem para participar de mais um “Positivação”, evento do Colégio Positivo focado nos colaboradores, Matsumoto conversou com a FOLHA sobre o “aquecimento” para o início de mais um ano letivo na rede, o terceiro da unidade de Londrina, e o que considera fundamental para que os novos alunos sintam-se bem acolhidos na nova escola.

“Praticamente na primeira semana há aquela receptividade, mais carinho, paciência e atividades lúdicas para que, dentro dessa parte social, possamos trabalhar com os que já são da casa para que possam acolher com muito mais carinho os que estão chegando. Esta primeira semana é a semana de acolhimento, carinho e integração”, diz.

Mesmo com as matrículas ainda abertas, a expectativa é que, dos cerca de 700 alunos da escola, entre 150 e 200 sejam recém-chegados de outras cidades ou escolas, avalia a gestora.

Questionada de que forma as crianças podem indicar que estão com medo, infelizes ou com dificuldades de adaptação, Matsumoto cita o isolamento, físico ou emocional, como um sinal que jamais pode passar despercebido por nenhum educador. “A criança fica calada. O olhar, você olha e percebe que ela não está feliz, desde os olhinhos até a boquinha mais caidinha. E criança é bem interessante, se ela está feliz ela não consegue esconder e se ela está triste ela demonstra, também, a tristeza. Nos menores a tristeza vem através do choro, inclusive para o primeiro e segundo ano, aí entra e questão da insegurança” exemplifica.

De acordo com ela, os professores voltam ao trabalho já na semana que vem, quando as reuniões pedagógicas na escola começam a ser retomadas, um momento importante, também, para os educadores renovarem as energias com o principal combustível que os move, a paixão por educar.

“Eu gosto muito do meu segmento, o da alfabetização, é onde a criança mais cresce. Se você ver como uma criança de 1º ano se desenvolve até chegar ao 5º, é lindo”, orgulha-se.

E para que tudo corra de uma forma tranquila e natural, a educadora garante que a equipe busca ampliar o contato com os pais para que qualquer eventualidade seja resolvida rapidamente já neste período inicial. “Caso haja alguma dificuldade pedimos para que os pais nos procurem para que possamos fazer a intervenção o mais rápido possível. A criança recém-chegada que não começa bem pode interferir em todo o aprendizado, no pedagógico e no comportamental. Então somos muito abertos para os pais possam nos procurar e serem um termômetro”, diz.

CONTATO NAS CASAS

No mesmo sentido e visando construir um vínculo entre professores e os novos alunos da educação infantil antes mesmo do início das aulas, outra escola particular de Londrina, o Colégio Interativa, busca agendar visitas nas casas das famílias.

De acordo com a coordenadora do ensino fundamental II, Paula Massi, esta prática já é realizada há 20 anos e costuma ser muito importante para que as crianças desenvolvam empatia pelas professoras. No caso dos alunos do ensino fundamental I, uma conversa informal com a equipe da orientação educacional é realizada na primeira semana de aulas, quando diversas dinâmicas entre eles também já estão sendo realizadas. Já os que estão chegando para cursar do 6º ao 3º ano do Ensino Médio, a entrevista é feita antes do primeiro dia de aula.

“Isso fazemos sempre e normalmente dá muito certo. Se eu te conheço eu já penso mais ou menos quem tem o seu perfil e no primeiro dia, quando você chega na escola, você é acompanhado por alguém e eu já te apresento para aquela pessoa que eu imagino que você vai se encaixar. Nós procuramos estar muito perto dos alunos e saber quem são eles até para ter essa interação com quem está chegando”, avalia.

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