Para muitos educadores, dizer frases como “você vai apreender quando for adulto”, ou “não chore” a crianças pode trazer efeitos piores do que se nada fosse dito em determinadas situações. A primeira pode fazer com que a criança procure outras fontes de informação, uma vez que a curiosidade é natural, e a segunda pode fazê-las entender que demonstrar emoções é algo errado.

A advogada Gabriela Arruda com os filhos Pedro e David
A advogada Gabriela Arruda com os filhos Pedro e David | Foto: Acervo pessoal

Foi buscando encontrar uma pedagogia voltada a trabalhar o lado emocional dos filhos Pedro, 6, e David, 2, que a advogada e educadora parental Gabriela Arruda visitou várias escolas de Londrina com métodos construtivistas. A escolha foi pela pedagogia montessoriana, presente em Londrina na escola Clover Montessori, e que há cerca de 100 anos passou a ser difundida em todo o mundo. Para ele e o marido Rafael Arruda, a metodologia voltada para promover a autonomia das crianças criada pela pesquisadora italiana Maria Montessori foi a que mais “casou” com o que ela já pensava sobre educação.

“Tudo o que não tivemos na nossa época. Então a minha filosofia é trabalhar o emocional do meu filho até os seis anos porque o emocional saudável vai potencializar o cognitivo. Se emocionalmente ele for saudável, ele vai ter uma chance muito maior de ser inteligente do que se eu investir primeiro no cognitivo e deixar o emocional para os psicólogos resolverem lá na frente, que é o grande problema da nossa geração”, salienta.

Atualmente, a Clover Montessori possui cerca de 90 alunos que têm entre um e cinco anos e 11 meses nos turnos matutino e vespertino e no período integral. Um sonho trazido para a cidade pela professora Regina Mangeot após ter atuado em escolas em outros estados do País, além de Miami, Buenos Aires e Cidade do México.

Para ela, a essência da pedagogia montessoriana é baseada no respeito às crianças, na compreensão de suas mentes, observação de seus comportamentos e na promoção dos melhores estímulos para libertar o potencial de cada uma.

Neste ano, Pedro não estudará mais na Clover Montessori, no entanto, mesmo com os contratempos naturais de ter filhos estudando em escolas diferentes, não passou pela cabeça da advogada não matricular o David na instituição que tão bem fez ao primogênito, quem define como “uma criança muito mais madura e consciente do que precisa ter hoje para conquistar amanhã”.

Questionada sobre qual foi o primeiro sinal de amadurecimento emocional constatado no filho, Arruda lembra de uma fala dita ao pai em partida do Londrina Esporte Clube. “Ele ama futebol e um dia, no estádio do Londrina, o pai dele disse ‘filho, imagina um dia quando você estiver entrando em campo com outras crianças e você sendo o jogador’. E ele disse ‘pai, eu não imagino, eu vou estar lá, porque se eu não acreditar em mim, ninguém mais vai acreditar’. Ele tinha três anos e meio”, orgulha-se a mãe.

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