Enquanto os docentes questionam a falta de comprometimento da Seed (Secretaria Estadual de Educação do Paraná) na progressão de carreira e em decisões conjuntas com os professores sobre decretos para a educação, Lúcia Cortez, responsável pela pasta, replicou: "o Estado tem um plano de carreira e trabalha com a formação do professor".

Em suma, a ideia de qualificação profissional dos docentes para a Seed é chamá-los para um retorno às instituições de ensino que receberam a licenciatura ou bacharelado. "Nosso foco é preparar o professor para que ele volte para a universidade da qual saiu", explica.

Cortez acredita que o caminho para a educação é a preparação do professor, não só em questões da disciplina que leciona, mas também na forma de receber o aluno "conectado", como nomeia a secretária os estudantes de hoje.

A remuneração dos professores está atrelada à formação e à participação com os anos de trabalho e qualificações. "Mais de 90% dos nossos professores são especialistas, mestres e doutores", garante. Cabe aos docentes a certificação pela carga horária e, dessa forma, a progressão na carreira para galgar maiores salários. "Com mestrado e doutorado, hoje os docentes têm a possibilidade de atingir o nível três, em que os salários passam de R$ 16 mil."

Cortez afirma que o plano de carreira estadual possibilita avanços. "A gente sempre pensa em ganhar mais, ninguém está satisfeito com o que ganha, e que bom que é assim, que lutamos. Nós, enquanto Secretaria, estamos sempre pensando e calculando reajustes".

ATENDIMENTO
Ansiedade, patologias e outros entraves causados pelo trabalho são comuns no meio dos professores. Mas a secretária vê tal situação como intrínseca ao labor, não só em docentes. "É que somos uma categoria com um número muito grande", justifica. "É claro que temos casos que requerem tratamento, e eles têm [esse atendimento]", garante.

Cortez orienta que o servidor busque o tratamento que é disponibilizado pelo Estado. "Não é o ideal", acrescenta, sustentando que ainda em um plano de saúde privado há dificuldades. "Mas ele têm a possibilidade de se afastar e se cuidar. O Estado pensa muito no servidor".

Serem ouvidos em discussões e construções de políticas públicas são reivindicações dos professores. Para Cortez, neste sentido, o Paraná tem avançado. "Temos investido bastante no atendimento ao professor e no gerenciamento de conflitos". No próximo semestre, o Estado trabalhará gestão com os diretores das escolas, a fim de trocar experiência e fornecer cursos, conforme explica a secretária. "Já é um processo nosso que os professores sejam ouvidos e discutam dentro da escola. Fazemos consultas das nossas determinações, avaliamos e pedimos opinião", pontua.

"Nossa meta é atingir o professor e o aluno", diz. Cortez elogiou as escolas estaduais, que, em última avaliação de português e matemática (em 2015) avançaram significativamente. "Temos escolas que tiveram pontuações 5.7 e 4.9, mas vale ressaltar que a escola de 4.9 saiu de 2.0, por exemplo", explica.

O panorama da educação, porém, está longe dos parâmetros desejados. A secretária afirmou que ainda há trabalho a ser feito. "Temos que nos debruçar e traçar metas para melhorar mais em cima dos resultados".