O mais recente caso de denúncia de morte por erro médico foi o da estudante Diviana Garcia, de 16 anos. Ela foi internada no dia 25 de fevereiro deste ano no Hospital Municipal de Rio Branco do Sul (Região Metropolitana de Curitiba), onde fez uma cesariana. A adolescente foi liberada 48 horas após o parto e deixou o hospital numa cadeira de rodas. ‘‘Ela foi para lá muito bem, andou do bairro Santo Antonio até o Centro. Mas saiu do hospital fraca, numa cadeira de rodas. Chegou em casa e ficou deitada. Vomitava muito e a barriga permanecia inchada’’, relata Cassiana Simara de Andrade, 23, que atualmente cria Marcelo Henrique – filho de Diviana, que tem apenas dois meses de idade.
Dias depois, Diviana teria voltado ao hospital, mas não conseguiram detectar o que a adolescente tinha. Ela foi encaminhada para o Hospital Universitário Evangélico, em Curitiba, onde foi constatada uma infecção generalizada. Ela foi submetida a duas ecografias e encontraram restos de placenta necrosada no corpo dela. Foi feita uma curetagem, mas a febre não baixou. ‘‘Os médicos avisaram que ela estava com muita infecção. Ela teve que tirar o útero, o ovário e as trompas’’, explica.
As cirurgias continuaram a ser feitas. ‘‘A infecção era generalizada. Chegou ao ponto dela ter que retirar metade do pulmão. Já sabíamos que ela poderia não resistir e morrer. Foi quando a infecção chegou ao coração e ela teve parada cardíaca’’, diz. Diviana Garcia morreu no dia 19 de março.
Marcelo Henrique ainda não foi formalmente registrado. Ele deverá ficar sob a tutela da avó materna. ‘‘Mas nós vamos ajudar a criar mesmo assim. Ele é um amor de criança’’.
O caso foi parar na Delegacia de Rio Branco do Sul. Um inquérito foi aberto no dia 20 de março para apurar os responsáveis pela morte da adolescente. O delegado Mário Sérgio ‘‘Bradock’’ Zacheski, responsável pelas investigações, está convicto de que houve erro. Ele apenas está investigando quem errou: o médico Sebastião dos Santos, do Hospital Municipal de Rio Branco do Sul, ou um dos médicos do Hospital Universitário Evangélico. ‘‘Não posso fazer pré-julgamentos. Foi mesmo erro médico. Estou tentando chegar a conclusão de onde foi o erro’’, argumentou.
Bradock prentede ouvir os possíveis envolvidos no caso nos próximos dias. Ele quer encerrar o inquérito até o final deste mês. (L.P.)